Raio-X segue terceirizado

Prefeitura de Goiânia gastou R$ 11 milhões em dois anos para a realização de exames de Raios-X

Postado em: 14-04-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Prefeitura de Goiânia gastou R$ 11 milhões em dois anos para a realização de exames de Raios-X

Gabriel Araújo*

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Para manter a realização de exames, a prefeitura de Goiânia está provatizou os serviços de exames de Raios-X. Nos últimos dois anos R$ 11 milhões foram gastos em um contrato com a empresa Tech Capital, que venceu a licitação ainda em 2014. O órgão possui sete máquinas de Raios-X armazenadas em um depósito que foram compradas no início de 2015 e aguardam liberação contratual par serem instaladas. 

A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) afirmou, em nota ao jornal O Hoje, que diversas medidas estão sendo tomadas para melhorar o atendimento ao público. “A revisão e ajustes de contratos e convênios junto aos prestadores; adequação dos recursos humanos; ampliação e adequação física das diversas unidades. Ressalta ainda que vem atuando de forma a ampliar a transparência dos atos bem como os mecanismos de controle da sociedade”, completou. 

Equipamentos

Uma investigação da Comissão Especial de Inquérito (CEI) constatou que a Secretaria Municipal de saúde (SMS) de Goiânia adquiriu 13 aparelhos de raios-X no começo de 2015. De acordo com a Comissão, a secretaria gastou cerca de R$ 1,2 milhão na época e, destes aparelhos, somente seis estão em funcionamento. Os sete restantes, que foram entregues em março de 2016, estão guardados em um depósito da prefeitura.

Segundo apurado, o processo de compra de 13 aparelhos foi autorizado em 14 de julho de 2015 e vencido pela Sawae Tecnologia Ltda. A última entrega foi registrada em 29 de março de 2016, totalizando sete aparelhos no almoxarifado, exatamente o número de equipamentos contratados com a Tech Capital.

Aparelhos

A Secretaria Municipal de Saúde afirmou que os sete aparelhos guardados há dois anos foram comprados em gestões anteriores e que aguarda ajustes contratuais para instalá-los. Conforme o vereador Elias Vaz (PSB) a falta de equipamentos, junto da falta de profissionais, é o principal problema na realização de exames. “É lamentável, porque temos equipamentos novos, mas que ainda estão nas caixas”, disse.

A empresa responsável pela realização dos serviços, a Tech Capital, não está cumprido todas as cláusulas do contrato. De acordo com informações da CEI, a empresa deveria instalar aparelhos novos ou com no máximo dois anos de uso, mas foram encontrados aparelhos que não estão em condições adequadas para a realização dos exames.

No Centro de Referência em Ortopedia e Fisioterapia (Crof), por exemplo, o aparelho de Raio-X tem quase dez anos de fabricação e seis de uso. O equipamento está enferrujado e com vários remendos feitos com esparadrapo. 

A Tech Capital afirmou que comprou um aparelho de Raios-X novo assim que o contrato foi firmado e, quando questionada sobre o aparelho do Crof, a instituição informou que o que deve ser levado em conta é a qualidade do exame, não a data de fabricação do equipamento. De acordo com ela, as manutenções são feitas periodicamente e não há previsão de troca do equipamento, pois ele está funcionando como esperado. (Gabriel Araújo é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian). 

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