Travesti é espancada por homem em posto de combustível de Goiânia

O caso que aconteceu no início deste mês, ganhou repercussão depois que vídeo que mostra imagens da vítima sendo atacada por agressor foi divulgado em redes sociais

Postado em: 17-04-2018 às 16h28
Por: Katrine Fernandes
Imagem Ilustrando a Notícia: Travesti é espancada por homem em posto de combustível de Goiânia
O caso que aconteceu no início deste mês, ganhou repercussão depois que vídeo que mostra imagens da vítima sendo atacada por agressor foi divulgado em redes sociais

Um vídeo que está circulando nas redes sociais mostra uma
travesti sendo espancada em um posto de combustíveis do Bairro São Francisco,
em Goiânia. Nas imagens um homem ainda
não identificado aparece desferindo socos e pontapés na vítima que tenta fugir
do ataque.

O caso aconteceu no início deste mês no pátio de um
estabelecimento da distribuidora Ale, onde também há uma lanchonete, na Avenida
Castelo Branco. Segundo informações de testemunhas, o motivo das agressões
teria sido causado pelo não pagamento de um programa que a vítima fez como o
homem, que se recusava a pagar pelo serviço.

Continua após a publicidade

A Associação de Travestis, Transexuais e Transgêneros do
Estado de Goiás (Astral-GO) monitora o caso, que classificou como
“absurdo”. A Ordem dos Advogados do Brasil Seção Goiás (OAB-GO)
também acompanha o caso.

A presidente da Astral-GO, Beth Fernandes que também é
transexual, disse que recebeu o vídeo por meio das redes sociais e que desde
então, começou a monitorar o caso. Um advogado, parceiro da instituição, já
conversou com a vítima.

“Ela está chateada e estamos tentando acolhê-la. O
vídeo mostra o impacto da dor e da violência contra as travestis. As pessoas
estão paralisadas e não movem um músculo para ajudar. É um absurdo. Ele começou
a dar porrada e ela não teve reação. Dá muita dor ver uma trans apanhando daquele
jeito”, disse.

O caso, conforme a dirigente da Astral-GO, não é isolado e
demonstra uma situação de vulnerabilidade a que os travestis estão expostos.

“Essa situação expõe algo que estamos discutindo há
muito tempo. Essas pessoas não têm acesso à saúde e educação e ficam
vulneráveis ao mercado de trabalho. Essa subcidadania cria o subemprego. Para
se ter uma ideia, naquela região nós atendíamos 100 garotas de programa. Hoje
já são 400”, destaca.

A região é atendida pelo 11º Distrito Policial de Goiânia. A
delegada que responde interinamente pela delegacia, Jocelaine Braz, disse que
nenhuma ocorrência deste caso foi registrada e que não pode dar início à
investigação sem uma denúncia formal. A Polícia Militar informou que também não
foi acionada.

Em nota a assessoria de imprensa da Ale, distribuidora
responsável pelo posto, disse que repudia “todas as formas de violência” e
que “não compactua com qualquer prática que não atenda, da melhor forma,
os clientes dos postos revendedores”.

O comunicado destaca ainda que investe em programas de
treinamento das equipes de postos e que entrou em contato com os gestores da
unidade, “que possui uma administração independente da distribuidora, para
que possam apurar o ocorrido e tomar as providências cabíveis”.

Em contato com o posto e um homem, que se identificou como
proprietário, afirmou que teve conhecimento do caso, mas que não entraria em
detalhes e que mantinha o mesmo posicionamento da distribuidora.

Com informações do G1 Goiás

Veja Também