Sequestros se concentram na Capital

Dados da Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciaria do Estado de Goiás registraram 813 sequestros em todo o Estado nos últimos três anos

Postado em: 18-04-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Dados da Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciaria do Estado de Goiás registraram 813 sequestros em todo o Estado nos últimos três anos

Gabriel Araújo*

Os casos de sequestros em Goiás aumentaram 9% nos últimos três anos. Somente em 2018, a Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciaria (SSPAP) do Estado registrou 64 casos, mesma quantidade contabilizada no mesmo período do ano passado, quando os números aumentaram 6%.

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Segundo dados do Registro Integrado e Atendimentos (RAI), disponibilizados pela Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciaria (SSPAP) do Estado de Goiás, a Capital registrou em todo o ano passado, 67 sequestros, o que representa um aumento de cerca de 80% nos casos em relação a 2016, quando foram registrados 37 casos.

O aumento, nos últimos três anos, do número de sequestros na Capital se choca com a queda de muitos índices de criminalidade. Conforme informado pelo Governo Estadual, de junho de 2016 a novembro de 2017, os números de homicídio, tentativa de homicídio, latrocínio, roubo de veículo, roubo em comércio, roubo em residência, furto de veículo e furto em comércio, estiveram em queda contínua.

Casos recentes

Nesta terça-feira (17) o empresário Carlos Roberto Martins foi resgatado em Águas Lindas de Goiás, no entorno do Distrito Federal, após ser sequestrado na noite do último domingo (15) em Petrolina de Goiás. De acordo com a Polícia Civil, três pessoas foram presas suspeitas de participação na ação.

Para o delegado responsável pelo caso, André Fernandes, o principal trabalho agora para a identificação de mais suspeitos é com o psicológico da vítima. “A gente lida com vida, tem toda uma questão psicológica, uma tortura mental que a vítima passa nesta situação de sequestro, nós temos toda uma doutrina experimentada. Desde o sumiço já estávamos com várias equipes em trabalho”, afirmou.

O empresário estava em uma residência vazia, onde era mantido refém por duas pessoas. Ele foi sequestrado após um assalto no momento em que chegava em casa com a esposa e a filha, toda a ação foi registrada por câmeras de segurança que ajudaram na identificação de suspeitos.

Principais sequestros

Em 1998 o cantor Wellington Camargo, irmão dos sertanejos Zezé e Luciano foi sequestrado em Goiânia, ele passou 94 dias em cativeiro. Os sequestradores pediram um resgate de US$ 300 mil e para pressionar a família um pedaço da orelha do sequestrado foi enviado a uma emissora de TV local. Após o pagamento, Wellington foi deixado dentro de um buraco, a 150 metros de uma estrada vicinal, entre Goiânia e o município de Guapó, na Região Metropolitana.

No início da década de 1990, o empresário Odilon Walter Santos, dono da empresa Viação Araguaína, foi sequestrado na capital. Ele foi liberado depois de nove dias em cativeiro, depois de a família para o resgate de um milhão de dólares.

O principal caso de sequestro que ocorreu no Estado foi em setembro de 1988. O Boeing 737-300 da Vasp estava com o voo 375 de Porto Velho ao Rio de Janeiro foi sequestrado quando fazia escala em Belo Horizonte pelo maranhense Raimundo Nonato Alves da Conceição, na época com 38 anos, que culpava o governo de José Sarney pela perda do emprego, e tinha a intenção de jogar a aeronave no Palácio do Planalto. 

O piloto foi obrigado a retornar quando chegava ao Rio de Janeiro, mas convenceu o sequestrador a abastecer a aeronave em Goiânia, onde agentes da Polícia Federal cercaram a aeronave. O piloto e copiloto foram atingidos pelo sequestrador que foi alvejado pelos oficiais da PF. (Gabriel Araújo é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian). 

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