MPGO denuncia envolvidos em manipulação de jogos da série B do Brasileirão

A investigação teve início após indícios da prática de corrupção esportiva serem apresentadas por Hugo Jorge Bravo de Carvalho, presidente do Vila Nova

Postado em: 16-03-2023 às 18h04
Por: Luan Monteiro
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A investigação teve início após indícios da prática de corrupção esportiva serem apresentadas por Hugo Jorge Bravo de Carvalho, presidente do Vila Nova. | Foto: Reprodução

O Ministério Público de Goiás (MPGO) ofereceu denúncia contra 14 suspeitos de manipular resultados de jogos da série B do Brasileirão. Do total, seis são suspeitos de integrar um grupo criminoso especializado em corrupção no âmbito esportivo.

A investigação, feita pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), teve início após indícios da prática de corrupção serem apresentados por Hugo Jorge Bravo de Carvalho, presidente do Vila Nova, um dos times envolvidos nas partidas e possível vítima do esquema.

Ele apontou evidências da atuação ilícita de Bruno Lopez na manipulação dos resultados das partidas entre Vila Nova x Sport, Tombense x Criciúma e Sampaio Corrêa x Londrina visando a beneficiar apostadores. Segundo o relato, Bruno afirmou para ele que realizaria tratativas com Romário, atleta do Vila Nova, para que organizasse e providenciasse o cometimento de pênalti de sua equipe no primeiro tempo da partida que ainda seria realizada contra o Sport Club Recife.

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Bruno Lopez relatou ao presidente do Vila Nova que também realizou tratativas com outros dois atletas, um do Sampaio Corrêa e outro da Tombense, para que eles também fizessem um pênalti no primeiro tempo das partidas entre Sampaio Corrêa x Londrina e Tombense x Criciúma, o que veio a ocorrer. Os pênaltis favoreceriam alguns apostadores.

Organização crimonosa

Com a operação e o aprofundamento das investigações, o Gaeco constatou a atuação concreta de organização criminosa especializada em corromper atletas profissionais para manipulação de resultados e eventos relacionados a diversos jogos de campeonatos de futebol, inclusive com diversas crimes praticados no Estado de Goiás.

De acordo com a denúncia, a atuação consistia em abordar jogadores profissionais com a oferta de valores altos em dinheiro – em torno de R$ 150 mil para cada atleta “contratado” –, aos quais era pago um adiantamento como “sinal” da negociação, geralmente no valor de R$ 10 mil. A oferta se destinava a convencê-los a manipularem resultados ou assegurarem a ocorrência de eventos durante os jogos, como cometimento de pênaltis no primeiro tempo, cartões amarelos ou vermelhos em determinada etapa da partida, diferença de gols no primeiro tempo, entre outros, sempre em jogos previamente selecionados.

Segundo apurado, a corrupção tinha a intenção de assegurar grandes lucros em apostas feitas por eles em sites de casas esportivas, como bet365 e Betano, contando com elevado número de contas criadas nos mesmos sites, geralmente em nome de terceiros, como forma de garantir e maximizar os ganhos.

Os denunciados são:

  • Bruno Lopez de Moura (vulgo BL)
  • Camila Silva da Motta
  • Ícaro Fernando Calixto dos Santos
  • Luís Felipe Rodrigues de Castro
  • Victor Yamasaki Fernandes
  • Zildo Peixoto Neto
  • Allan Godoi dos Santos
  • André Luís Guimarães Siqueira Júnior (André Queixo)
  • Mateus da Silva Duarte (Mateusinho)
  • Paulo Sérgio Marques Corrêa
  • Ygor de Oliveira Ferreira (Ygor Catatau)
  • Marcos Vinicius Alves Barreira (Romário)
  • Joseph Maurício de Oliveira Figueredo
  • Gabriel Domingos de Moura.

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