A luta inclusiva dos portadores da Síndrome de Down

Com esforço e o apoio da família, Paulo Henrique sonha em casar-se e ter o próprio negócio no ramo da gastronomia

Postado em: 22-03-2023 às 08h11
Por: Everton Antunes
Imagem Ilustrando a Notícia: A luta inclusiva dos portadores da Síndrome de Down
Com esforço e o apoio da família, Paulo Henrique sonha em casar-se e ter o próprio negócio no ramo da gastronomia | Foto: Reprodução/ Murillo Cortez

Paulo Henrique de Castro, 24, é o irmão caçula da família, se relaciona com Rafaela – a namorada – há quase três anos e tem síndrome de Down. Além disso, Paulo é estudante egresso do curso de Cozinheiro Profissional do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), de Aparecida de Goiânia, e se empenha, a fim de ser um chef de cozinha.

Ao se destacar durante o curso na unidade do Senac, o estudante, hoje, faz parte da equipe do primeiro e recéminaugurado Restaurante Escola de Goiás, o Cora. Na última terça-feira (21), no Dia Mundial da Síndrome de Down, a conquista de Paulo reforçou a autonomia dessa parcela da população – que também sonha em ser independente: ter a casa própria, o carro e, principalmente, um trabalho.

O novo funcionário do Cora Restaurante Escola alega estar feliz com o emprego. Marcelo Baiocchi, presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Goiás (Fecomércio-GO) afirma: “estamos orgulhosos em contar com o trabalho do Paulo Henrique, que se destacou, e isso o fez estar aqui no Cora para traçar sua trajetória profissional”. 

Continua após a publicidade

Leopoldo Veiga Jardim, diretor regional do Senac, também o elogia. “O Paulo Henrique foi um aluno muito dedicado durante as aulas do curso e, com certeza, esse empenho fez toda a diferença para que ele pudesse estar aqui hoje como parte do nosso quadro de funcionários do Cora”, diz.

Trajetória

 Desde os três meses de vida até os quatro anos de idade, Paulo Henrique de Castro teve o acompanhamento do Instituto Pestalozzi de Goiânia. O profissional também sempre teve o apoio dos pais – seja por meio de conselhos, seja por meio de ensinamentos –, que o ajudaram a seguir no caminho da busca pela independência por meio do mercado laboral.

Com um ano e oito meses de vida, Paulo foi a primeira criança com síndrome de Down a andar antes dos dois anos de idade em Goiânia. Aos cinco anos, quando encerrou seu tratamento juntamente com a Instituição Pestalozzi, a então criança deu início à vida escolar.

Mesmo diante de percalços, o estudante se dedicou e concluiu o ensino médio em 2021. No ano seguinte, Paulo expôs à mãe – de quem sempre recebeu apoio, conforme ela relata – o desejo de exercer uma profissão na área da gastronomia. Desde então, foi no Senac que o cozinheiro deu início à carreira.

O profissional conta: “no Senac, sou muito bem tratado por todos, tenho amigos, professores atenciosos, me sinto à vontade em tudo que faço. Tenho aprendido bastante e colocado em prática tudo aquilo que aprendo”. A longo prazo, ele relata que sonha em abrir um negócio – um restaurante ou uma cafeteria – e ser um profissional de sucesso, além de casar-se com a namorada.

Veja Também