Quinta-feira, 28 de março de 2024

Dallagnol diz que Lula cometeu crime de responsabilidade em comentário sobre Moro e o plano do PCC

Dallagnol afirmou que assinará o eventual pedido de impeachment quando finalizado

Postado em: 25-03-2023 às 15h10
Por: Rodrigo Melo
Imagem Ilustrando a Notícia: Dallagnol diz que Lula cometeu crime de responsabilidade em comentário sobre Moro e o plano do PCC
Dallagnol afirmou que assinará o eventual pedido de impeachment quando finalizado | Foto: Agência Brasil

O deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos) afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cometeu crime de responsabilidade quando comentou que o plano de integrantes do PCC para realizar ataques contra servidores públicos, foi uma armação do senador e ex-juiz Sérgio Moro (UB). A declaração Dallagnol ocorreu neste sábado (25/3), em entrevista à CNN.

Citando o último inciso do Artigo 9 da Lei do Impeachment, Dallagnol alegou que “as palavras de um presidente da República, que é o símbolo máximo das instituições brasileiras, têm consequências muito graves na realidade e geram instabilidade. As ações dele quebram com a dignidade, o decoro do cargo, e isso é um crime de responsabilidade”.

As ameaças contra Moro e outras autoridades foram investigadas pela Polícia Federal durante Operação Sequaz, realizada na última quarta-feira (22), em que terminou com a prisão de 12 pessoas. Questionado sobre a operação, Lula afirmou no dia posterior que está “visível” que o caso é falso.

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“É visível que é uma armação do Moro. Mas vou pesquisas e saber da sentença. Fiquei sabendo que a juíza nem estava em atividade quando deu o parecer para ele. (…) Não vou atacar ninguém sem ter provas. Se for mais uma armação, ele vai ficar mais desmascarado ainda. Não sei o que ele vai fazer da vida se continuar mentindo”, disse o presidente da República, em conversa com jornalistas no Rio. “Mas também o Moro não é a minha preocupação”, acrescentou.

Leia também: “Você não tem decência?”, questiona Moro a Lula após acusação de “armação”

Impeachment

O petista possui seis pedidos de impeachment na Câmara dos Deputados, antes de completar cem dias no governo. Dallagnol afirmou que assinará o eventual pedido quando finalizado. Segundo o parlamentar, a discussão sobre o impeachment deve ser feita “no mínimo para chamar o presidente para a responsabilidade”.

“A questão que se coloca é, esse crime de responsabilidade, é relevante o suficiente para minar a estabilidade das instituições, de modo a justificar uma quebra de estabilidade com o afastamento de um Presidente da República? Então olhamos o contexto maior, o contexto de quanto o ato do presidente impacta a realidade, o quanto gera instabilidade (…) A minha leitura é sim”, disse.

Em junho de 2019, o site The Intercept Brasil divulgou o conteúdo de diversas mensagens trocadas entre procuradores da força-tarefa da operação Lava Jato em Curitiba, e conversas privadas entre o procurador Dallagnol e Moro. As mensagens demonstram que Moro orientava a acusação em diversos processos que corriam na 13ª Vara Federal de Curitiba, onde era o titular, que cuminou na prisão de Lula.

“Foder” Moro

Lula afirmou, um dia antes da operação da PF, que queria “foder” Moro ao lembrar o período em que ficou preso após determinação do ex-juiz. Ele também disse que seu tempo preso foi uma forma de “tortura”.

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