Reciclagem: Coleta seletiva promove geração de renda e limpeza urbana

60 toneladas de lixo são reciclados por mês somente por uma das 13 cooperativas parceiras da Comurg em Goiânia

Postado em: 27-03-2023 às 08h24
Por: Anna Letícia Azevedo
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Mais de 2,5 mil toneladas de lixo é material reciclável, o que representa cerca de 7% do volume total de lixo domiciliar | Foto: Divulgação/ Comurg

Em todo o mundo, milhares de toneladas de lixo são produzidas diariamente, e apenas uma parcela praticamente irrisória deste é reciclada. Isto é o que demonstra o relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em que apenas 9% do plástico produzido no mundo é reciclado. Esta conjuntura é ocasionada por inúmeros fatores sociais, que vão de falha em políticas públicas até a falta de consciência por parte da sociedade. Como acontece em Goiânia onde apenas uma pequena parcela do resíduo recolhido é destinado a reciclagem. 

Conforme os dados do último Diagnóstico de Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos do Brasil, revela que o Brasil produz mais de 80 milhões de toneladas de lixo todos os anos, e apenas 4% desse montante tem como destino a reciclagem. Na capital do estado de Goiás, são coletadas aproximadamente 36 mil toneladas mensalmente e apenas 2.500 destas, destinadas a cooperativas de reciclagem, como informa a Comurg.

Dito isso, a maior parte do lixo recolhido ainda tem como destino os aterros sanitários. Que é uma área licenciada por órgãos ambientais, destinados a receber os resíduos sólidos urbanos, em que o lixo é compactado e coberto por terra, formando diversas camadas, como previsto na Lei 12.305/10, que faz parte da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Entretanto este cenário poderia ser diferente caso a cidade atendesse a adequação necessária para o descarte de lixo. 

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Coleta Seletiva

A Assessoria de Comunicação da Comurg, aponta que em Goiânia o principal desafio para a efetivação da coleta seletiva, é a falta de conscientização por parte da sociedade. “Um dos principais desafios para a coleta seletiva é a falta de conhecimento e de conscientização por parte da população”. Em vista disso, ela também afirma que “os serviços de coleta seletiva da Prefeitura de Goiânia atende todos os bairros de Goiânia com frequências alternadas, sendo alguns bairros diários, duas e três vezes por semana”.

Além disso, realiza o recolhimento em Cata-Treco e Ecopontos, sendo assim realizou “Em 2022 a Coleta seletiva de 25.440 toneladas de recicláveis; Cata-treco 55.059 itens inservíveis como móveis, eletrodomésticos e outros; e os Ecopontos recebem 2.399 toneladas de recicláveis e 12 mil itens inservíveis”. Informa a Companhia de Urbanização de Goiânia. 

Estes materiais têm como destino 13 cooperativas em Goiânia. Dentre elas a Cooper Rama, que recicla 60 toneladas de materiais por mês. Desse modo, as cooperativas em parceria com a promovem um trabalho sustentável para a manutenção do meio ambiente. A parceria vai além do recolhimento, “trabalho é supervisionado por uma equipe técnica da Prefeitura composta por membros da Comurg e também da Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA)”. Assim, garantido a efetividade da atividade como beneficiária para o meio ambiente.

Cooperativas 

Em 2021, entrou em vigor a Lei de Incentivo à Reciclagem (Lei 14.246/21). “Esta Lei estabelece incentivos fiscais e benefícios a serem adotados pela União para projetos que estimulem a cadeia produtiva da reciclagem, com vistas a fomentar o uso de matérias-primas e de insumos de materiais recicláveis e reciclados”, a exemplo destas, cooperativas que reciclam lixo. 

Nesse sentido, se dá também a função social das Cooperativas está para além dos ganhos ao meio ambiente, também age modificando vidas. A Cooper Rama conta com 26 cooperados, que compõem um grupo proveniente da multiplicidade social, e teve nela uma nova oportunidade. “Tem vários perfis, catadores, vulnerabilidade social, pessoas desempregadas, curso superior que não conseguiram trabalho…”. Afirma Dulce Helena do Vale, presidente da instituição.

“Coletamos em grandes geradores e do programa Goiânia Coleta Seletiva!”, informa a presidente da cooperativa sobre o trabalho realizado por eles. Além disso, afirma que recebem investimentos de empresas privadas e estatais, no comprimento de seu funcionamento. 

Tipos de Resíduos

Para a ampliação do trabalho realizado pelas cooperativas de reciclagem, é substancial que a população entenda sua função no auxílio da atividade. Como já previsto na PNRS, “coleta seletiva: coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme sua constituição ou composição”, no Artigo 3º. Sendo assim, demonstrando a necessidade de uma conscientização por parte dos moradores, para a realizarem a separação prévia do lixo para o recolhimento adequado. 

Nesse sentido é importante pontuar que para a coleta seletiva efetuada pela Comurg em Goiânia os tipos de resíduos recicláveis são: Caixa de papelão, sacos e embalagens plásticas, papéis brancos ou pardos, revistas, jornais, garrafas plásticas, potes e latas de alumínio, plásticos e vidros.

Já os não recicláveis se dão por: Resíduos produzidos em casa como cascas de frutas e verduras, sobras de alimento, além de embalagens de marmitex (aluminio e isopor), lâmpadas, frascos de medicamentos e dejetos sanitários como fraldas descartáveis ou papéis higiênicos. Os coletores pegam nas portas de casas caixas de papelão, sacos e embalagens plásticas, papéis brancos ou pardos, revistas, jornais, garrafas plásticas, potes e latas de alumínio, plásticos e vidros.

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