Segunda-feira, 01 de julho de 2024

Residencial JK vive cenário de esquecimento do poder público

Esquecidos, moradores do Residencial JK, aguardam por melhorias que não tem prazo para acontecer

Postado em: 06-04-2023 às 08h20
Por: Anna Letícia Azevedo
Imagem Ilustrando a Notícia: Residencial JK vive cenário de esquecimento do poder público
Esquecidos, moradores do Residencial JK, aguardam por melhorias que não tem prazo para acontecer | Foto: Anna Letícia Azevedo/ O Hoje

O Residencial Juscelino Kubitschek, localizado na região noroeste de Goiânia, nasceu de uma invasão e atualmente é um bairro que não dispõe de infraestrutura básica para a sobrevivência de seus moradores. Nesse sentido, enfrentando uma realidade de esquecimento, sujeitos a inseguranças relacionadas à falta de asfalto, saneamento básico, inexistência de serviço de ônibus entre outras demandas. Assim, ilustrando o cenário que não tem previsão de melhoras nem datas definidas para o recebimento de infraestrutura.

O  Residencial JK, é uma região em que a área pública e privada se encontram, esta sofreu uma invasão há 18 anos, que está em fase de regularização para que os moradores tenham documentação de seus terrenos e possam receber infraestrutura. Porém esta situação ainda não é a realidade, apesar de já estar em tramitação desde 2020, ainda não é uma área 100% regular, e sofre com inúmeros problemas de infraestrutura. 

“O bairro teve sua ocupação iniciada em 2005, já se passaram 18 anos e os moradores sofrem com a falta dos serviços básicos”, afirma Ailton Carvalho, um dos líderes comunitários da região Noroeste de Goiânia. Entre estes serviços estão: saneamento básico, asfalto nas ruas, segurança pública, fornecimento de água regular e ausência do serviço de ônibus. 

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Infraestrutura

O bairro que chega até 1000 famílias como informado pelos líderes comunitários da região. Estas pessoas, suprimidas de aparatos para a vivência diária básica, como afirma José Dilson Soares dos Santos, morador do bairro: “Lá no JK, as carências são todas, lá não tem nada, é um setor que não tem benefício nenhum ainda”.

Nesse sentido, no local, não há pontos de ônibus, pois não existe pavimentação asfáltica em nenhuma rua, como reclamam os moradores, esses precisam se deslocar ao Setor São Carlos para poder utilizar o serviço de ônibus. Assim, crianças que precisam ir às escolas, adolescentes e trabalhadores precisam sair do bairro e se deslocar a pé para utilizar o serviço de transporte público. 

Além disso, Ailton Carvalho explica que o local de passagem entre os bairros é rodeado de mato e apresenta o risco de assaltos, que são comuns no local. Dessa forma apontando para mais um desafio aos populares do local. A segurança pública falha, ocasionada pela falta de planejamento das ruas do bairro, a carência na limpeza da região e a ausência de policiamento. “Tem só uma entrada e uma saída né? E o resto é só aquelas rua deserta e risco”, explicou José Dilson. Esta realidade de perigo também é manifestada pelo medo dos prestadores de serviços como motoboy que evitam adentrar no bairro após as 18 horas. 

Ademais, acrescenta Ailton: “As pessoas levantam às quatro da manhã e tem que passar numa rua escura cercada de mato, poeira, barro e perigo ”. Assim, ilustrando o que poderia ser evitado as crianças e adolescentes se no bairro existissem Escolas. 

Outrossim, a lista de demandas não diminui, de acordo com o morador, no local há a presença de uma grande quantidade de lixo e entulho, apontado para o desleixo da limpeza urbana. Como também não há coleta de esgoto ou água tratada. O líder comunitário informou que a água que os moradores utilizam é proveniente de um gato, e não de uma distribuição regular para benefício do setor. “Agora que nós temos energia que a gente tá pagando, a rede elétrica está está ok, mas água tratada não tem”, afirmou José Dilson. “Agora em vista do que era lá, está até bom!”, completou o morador sobre a chegada de energia elétrica às casas do local.

Conforme os moradores apontam, a disponibilização de energia elétrica só foi possível após uma emissora de TV de Goiânia realizar uma reportagem denunciando a situação de calamidade vivenciada no local. Este cenário aponta para a situação de esquecimento por parte do poder público, em uma região carente da cidade.

Esperança

“A gente tá aguardando que uma hora dê certo, dê uma melhorada”, falou José Dilson, com a esperança de que sejam oferecidos os serviços públicos básicos aos moradores. Nesse sentido, ele afirma que são constantes as reclamações e solicitações de cumprimentos de deveres por parte da prefeitura. 

Enquanto os moradores aguardam as ações do poder público, a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana ainda não apresentou uma data para a realização de obras que completam a situação de infraestrutura no local. Assim sendo, a Seinfra informa que  “A construção de rede de drenagem e asfaltamento de todo o Setor JK está previsto dentro do Programa Goiânia Adiante, lançado pelo prefeito Rogério Cruz e encontra-se em fase final de licitação”. Porém não estabeleceu uma data para o início nem a finalização das obras, apenas a expectativa destas iniciarem ainda este ano de 2023.

Esta situação ocasiona a morosidade também ao estabelecimento dos serviços de transporte público que só podem ser oferecidos em ruas que dispõe de asfalto. Como informado pela CMTC: “O Residencial JK após a pavimentação asfáltica no citado residencial, será atendido pela linha 717 – Terminal Padre Pelágio/Bairro da Vitória/Via Novo Planalto”.

Assim, devidamente ocorrendo, os serviços públicos poderão ser desfrutados pelos moradores de forma plena. Porém ainda não há previsão real para essas estruturas chegarem à região.

Ademais, conforme a Saneago, ainda este mês será publicado o edital para contratação das obras e o prazo previsto para a conclusão dos trabalhos é de nove meses após a assinatura do contrato. Estas obras são de implantação de redes de distribuição de água nos Residenciais JK I, JK II e Tancredo Neves, outro setor de invasão que apresenta as mesmas demandas do Residencial JK. Dessa forma os investimentos são de mais de R $10 milhões.

Além disso, a Guarda Civil Metropolitana, em razão das solicitações dos moradores em relação à segurança pública no Residencial JK, informou que irá reforçar o policiamento na região e deseja contar com ajuda dos moradores com a colaboração, realizando denúncias.

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