Goiana presa na Alemanha diz que ficou em cela com ‘fezes nas paredes’ e tem refeições limitadas

Casal relata passar frio no presídio e se encontrar poucas vezes no local

Postado em: 10-04-2023 às 16h17
Por: Ana Júlia da Cruz Costa
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Casal relata passar frio no presídio e se encontrar poucas vezes no local | Foto: Reprodução/Redes Sociais

Uma das goianas presas na Alemanha, após troca de bagagens por malas com drogas, relatou o drama vivido no último mês desde que foi detida quando chegou em Frankfurt. A personal trainer Kátyna Baía estava com sua esposa, a médica veterinária Jeanne Paolini. O casal está preso há mais de um mês por suspeita de tráfico internacional de drogas.

Em uma declaração dada ao Fantástico, a profissional de Educação Física, conta que chegou a ficar em uma cela sem janela e com fezes nas paredes. A mulher também disse que está tendo problemas para tomar seus remédios com regularidade.

A advogada do casal, Luna Provázio, descreveu esse período de detenção de Kátyna e Jeanne como de solidão. Segundo a advogada, as goianas descreveram as celas como “muito pequenas” e contaram que só têm acesso a pão e ao almoço. Na penitenciária, caso queiram jantar, precisam pagar pela refeição.

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Além disso, elas também relataram que os poucos momentos que conseguem se ver são durante as refeições. “Elas ficam presas cada uma em uma cela e não tem o suporte uma da outra, seja para dar apoio, ajudar a ter mais paciência, ou acolher quando uma está mais triste”, explicou Luna Provázio.

Ainda segundo a advogada, as mulheres tiveram todos os bens confiscados quando chegaram à prisão e ficaram os primeiros dias sem roupas adequadas para o frio alemão. Quando o casal aterrissou em Frankfurt, por exemplo, os termômetros variavam entre 4ºC e 6ºC. Outro problema enfrentado pelas brasileiras é a barreira linguística, já que são poucas as pessoas que também falam português.

Entenda o caso

A personal trainer e a veterinária pretendiam viajar por diversos países europeus durante o mês de março, mas foram presas durante escala que faziam em Frankfurt. As duas tiveram as malas apreendidas e foram presas por suspeita de tráfico internacional de drogas, após terem malas trocadas por bagagens com 40 quilos de cocaína.

De acordo com a Polícia Federal (PF), as duas brasileiras foram vítimas da ação de uma organização criminosa atuante no Aeroporto Internacional de Guarulhos, onde tiveram as malas trocadas. Conforme as investigações apontam, havia um esquema de funcionários do aeroporto, em que eles trocavam as etiquetas das bagagens e substituíam por malas com drogas.

Elas permanecem detidas, pois a Justiça alemã considerou insuficiente o material comprobatório enviado pelas autoridades brasileiras. Na audiência de custódia do caso, o juiz e o promotor solicitaram que o Ministério da Justiça e o Itamaraty enviassem o inquérito na íntegra e traduzido para o alemão. A PF havia enviado apenas fotos do inquérito e um relatório.

“Infelizmente as duas irão permanecer presas preventivamente em Frankfurt até que essas provas cheguem nas mãos da Justiça alemã. Nosso apelo é pela urgência, que seja dada celeridade pelas autoridades daqui do Brasil”, disse a advogada da dupla.

A mãe de Jeanne, a irmã de Kátyna e a advogada do casal embarcaram nesta segunda-feira (10) para Frankfurt, de onde acompanharão mais de perto o caso.

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