Plano de 100 dias da Equatorial Goiás segue sem conclusão

Desde janeiro a distribuição de energia em Goiás é responsabilidade da Equatorial, e apesar da queda de reclamações, os problemas estão longe de ter fim

Postado em: 14-04-2023 às 08h38
Por: Alexandre Paes
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Desde janeiro a distribuição de energia em Goiás é responsabilidade da Equatorial | Foto: Divulgação/Equatorial Energia

A Equatorial Energia assumiu a distribuição de energia em Goiás, no dia 03 de janeiro deste ano. Quando a empresa, durante um evento a imprensa, apresentou um plano de 100 dias, compreendendo obras e melhorias no serviço fornecido a 237 municípios da área de concessão. Estes 100 dias já passaram e em Goiânia, o plano ainda está em andamento e a população reclama do fornecimento do serviço prestado pela empresa.

O plano compreendia a construção de três novas subestações: Riviera, Aparecida e Independência. Além de três linhas de transmissão: LD Independência; LD Barro Alto-Goianésia e LD Anhanguera-Real. Como também a ampliação de sete subestações: Goianésia, Anápolis Universitário, Atlântico, Bom Jardim, Araçu, Jundiaí e Goianira. E fazer 9,6 mil novas ligações de baixa e média tensão e 98,5 mil de baixa tensão.

Assim, promovendo a melhoria no serviço de energia do estado, que foi considerada a 3ª pior no Brasil em 2022, conforme a lista divulgada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no dia 29 de março de 2023. Estes dados são referentes ao período anterior a Equatorial assumir a distribuição. 

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Conforme aponta o relatório da Ouvidoria Setorial da Agência Goiana de Regulação (AGR), em janeiro deste ano houve uma queda de 31,44% no número de reclamações realizadas pelos usuários, relativas aos serviços de energia elétrica no estado de Goiás. Nesse sentido, a empresa afirma estar atendendo a demanda goiana e conseguindo superar a “fama” atribuída ao serviço de energia em Goiás em 2022.

Qualidade do Serviço

Apesar da empresa já estar apresentando resultados, o Plano de 100 dias ainda não foi inteiramente finalizado, e clientes da empresa ainda sofrem com a inconsistência da prestação de serviço. Como exemplo, a estudante Rainne Alexandra que mora no setor Bueno, região central de Goiânia, que concentra inúmeros prédios habitacionais e também comerciais. 

A jovem afirma que “a alguns meses atrás, por volta de janeiro-fevereiro, a energia caia constantemente, praticamente todo dia, e não voltava durante horas, muitas vezes quando voltava ficava piscando, naquele volta-não-volta”. Nesse sentido, ilustrando um cenário bastante presente na vida dos moradores da capital.

Ademais, esta instabilidade da energia pode gerar prejuízos aos usuários, queimando aparelhos domésticos e no caso de empresas pode chegar a causar perdas ainda maiores. Para fugir dessa realidade, empresas têm adotado o uso de painéis solares, como principal fonte de energia. Assim deixando de depender do fornecimento da Equatorial. 

Como a empresa Isocentro, localizada na zona rural de Goiânia, que há seis meses utiliza painéis solares como principal fonte de energia, pois o serviço que era prestado na região não conferia qualidade e para evitar perdas decidiram realizar esta mudança. E mesmo com a decisão anterior a distribuição realizada pela Equatorial, funcionários da empresa afirmam que atualmente “cai muito a energia no local”. 

Além disso, as famílias têm agido de formas preventivas: “Depois dos primeiros dias da energia caindo sem parar, aqui em casa a gente já até acostumou a desligar da tomada quando não estiver usando, para evitar que os aparelhos estivessem conectados na rede elétrica quando tivesse as quedas de energia constantes que a gente já esperava que acontecesse hora ou outra. os que não dá pra deixar desligado por muito tempo, como a geladeira por exemplo, a gente desliga quando percebe que a energia vai ficar piscando, até dar uma estabilizada”, explicou Rainne Alexandra.

Em relação ao período da nova administração a estudante completou que desde março os serviços apresentaram melhoras. “A energia ainda cai um dia ou outro e às vezes pode levar um tempo até voltar, mas, em comparação com como estava antes, agora tá bem melhor, antes caia todo dia e ficava umas 3, 4 horas sem energia. Enquanto agora, diria que cai uma vez ou outra no mês e costuma levar uns 20 minutos a 1 hora até voltar”. Embora o serviço tenha apresentado uma pequena melhora, ainda impacta diretamente o dia a dia das pessoas.

Novo Plano

A Equatorial Energia adicionou novas metas ao Plano de 100 dias. Nesse sentido, afirmou que está “acelerando obras importantes para o Estado”. Assim, afirmando que tem efetuado melhorias, ampliações e modernizações de diversas subestações em todo o Estado.

Além disso, a empresa acrescentou: “neste período de 100 dias, mais de 2.300 ações foram mapeadas e 100% entregues, e que a distribuidora segue em constante atualização, uma vez que surgem novas ações ao decorrer dos trabalhos, incluindo reformulação na estrutura de atendimento, ampliando sua atuação no Estado”.

Em relação às obras que anunciou em janeiro, a empresa informa que: O Novo Complexo de Alta Tensão de Aparecida de Goiânia, que inclui uma nova subestação, construída do zero, e uma Linha de Distribuição de Alta Tensão, já foi concluído e está energizado, assim como a Linha de Alta Tensão Barro Alto. Enquanto a  Subestação Riviera, está 80% concluída, e em andamento o Projeto JK-Jataí e a Linha Pirineus – Daia.

Feiras de Goiânia receberão atenção especial da Distribuidora

A Prefeitura de Goiânia, anunciou na última quinta-feira (13), que a Equatorial Energia, estará realizando um trabalho de  acompanhamento dos pontos de comércio intermitente na tentativa de evitar qualquer irregularidade. Sendo assim, atendendo a denúncias que apresentaram preocupação em relação aos “gatos” presentes em locais de feiras. Esta prática pode oferecer risco à segurança dos trabalhadores e consumidores. 

Dessa forma, a Secretaria de Desenvolvimento e Economia Criativa (Sedec), e representantes da Equatorial Energia, se reuniram para discutir a distribuição de energia nas 134 feiras, dentre livres e especiais, regularizadas na capital. A decisão do prefeito Rogério Cruz foi possibilitada pela definição da atualização do estudo técnico realizado no ano passado, para diagnosticar os problemas. Este é um levantamento permanente para garantir a distribuição de energia de forma democrática em todas as feiras livres e especiais da cidade, realizado pela Gerência de Estudos, Pesquisa e Orientação voltada ao Desenvolvimento.

Neste sentido, a empresa realizará os seguintes serviços: acompanhamento constante dos pontos de comércio intermitente na tentativa de evitar qualquer irregularidade e intervenções para garantir o fornecimento seguro. “A empresa deve também fazer intervenções para garantir o fornecimento seguro. Uma fiscalização mais intensificada será realizada para identificar as ligações irregulares para tomar as providências cabíveis. Queremos fornecer energia elétrica de maneira correta, sem riscos para as pessoas que visitam as feiras”, explicou Ivan Corrêa, executivo da Equatorial Energia.

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