Com baixo estoque, meta de doação de sangue é definida pelo Hemogo

Diariamente, milhares de pacientes necessitam da reposição de sangue para realizar o tratamento de doenças – como anemia e doenças oncológicas. Diante disso, a diretora técnica da Rede Estadual de Hemocentros (Rede Hemo), Ana Cristina Novais e a hematologista do Hospital de Câncer Araújo Jorge, doutora Carolina Iracema, chamam atenção para esse gesto. 

Novais divulga informações referentes ao ano passado sobre a quantidade de bolsas de sangue coletadas nas unidades estaduais e fala sobre o cenário de doações para 2023 – ao todo, espera-se arrecadar mais de quatro mil bolsas de sangue. Além disso, a doutora Iracema explica quais pacientes necessitam desse recurso e orienta sobre a importância dessa ação.

Números

“Em 2022, tivemos um total de 49.299 bolsas de sangue coletadas. A demanda de coleta foi suficiente, porém em menor quantidade para os tipos sanguíneos com Rh negativo”, estima a diretora técnica da Rede Hemo. O fator Rh é uma proteína, que pode ser, ou não, encontrada na superfície de glóbulos vermelhos – isto é, células responsáveis pelo transporte de oxigênio no corpo. 

Já entre janeiro e março de 2023, Novais estima que cerca de 12.254 bolsas de sangue foram coletadas nas unidades da Rede Estadual de Hemocentros. Para o mês de abril, ela estabelece uma “expectativa de 5.060 candidatos e 4.074 bolsas coletadas”.

Ela ainda afirma que cerca de 222 unidades de saúde no estado de Goiás são abastecidas com as doações. Mensalmente, a diretora da Rede Hemo informa que são distribuídas “em média, 5.500 hemocomponentes (concentrado de hemácias, plaquetas, plasma e crio)”. 

Onde doar

Conforme a diretora, é possível doar sangue em qualquer unidade da Rede Hemo. Os municípios de Jataí, Rio Verde, Ceres, Formosa, Iporá, Quirinópolis e Porangatu contam com unidades de atendimento e, em Goiânia, é possível realizar a coleta de bolsas de sangue no Hemocentro Estadual Coordenador Professor Nion Albernaz (Hemogo), localizado na Avenida Anhanguera, Setor Coimbra.  

Importância da doação

Embora diversas doenças causem quadros de anemia e níveis baixos de plaqueta, a hematologista esclarece que as enfermidades “que mais geram necessidade de transfusão, geralmente, são oncológicas – que são os pacientes que estão com câncer –, tanto por causa da quimioterapia quanto por causa da radioterapia. Ademais, “por causa das grandes cirurgias a que esses pacientes são submetidos eles têm muita necessidade de transfusão”, diz.

Ela ainda ressalta sobre a praticidade da doação e coleta de sangue. “É um ato rápido, sem praticamente nenhum efeito colateral, e que vai salvar vidas com uma simples doação, porque o sangue que a gente doa vai ser dividido em várias partes”, justifica.

Quem doa?

De acordo com o Hemogo, para realizar a doação de sangue é preciso estar em boas condições de saúde, apresentar um documento com foto, ter entre 16 e 69 anos – sendo necessária a autorização do responsável, para menores de 18 anos – e pesar, no mínimo, 50 quilogramas. O Hemocentro também recomenda ter dormido, pelo menos, seis horas, nas últimas 24 horas, assim como evitar alimentos gordurosos quatro horas antes do procedimento.

É vedado ao indivíduo ingerir bebidas alcoólicas nas 12 horas que antecedem a doação. Àqueles que fizeram tatuagem e piercing – estando impedida a doação, caso haja piercing em cavidade oral ou região genital – nos últimos 12 meses, também fica temporariamente impedida a doação de sangue. 

Pessoas com suspeita de Covid-19 ficam impedidas de doar sangue pelo prazo de sete dias, enquanto que casos confirmados, exigem um tempo de 10 dias após o desaparecimento dos sintomas. As vacinas impedem o indivíduo de realizar a doação por um período entre 48 horas e 12 meses. 
O doador que apresentar gripe, resfriado e febre, deve aguardar 15 dias após o surgimento dos sintomas. “Se [o paciente] preencher esses critérios, pode comparecer ao banco para passar por uma triagem, que vai avaliar se a pessoa pode ou não ser doadora”, finaliza a hematologista.