Goiás registra queda de 97% nos casos de dengue

A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), anunciou o levantamento realizado em laboratórios privados do número de testes de dengue. Nesse sentido, constatou-se que houve um aumento de 26,51% para 33,74% na positividade dos resultados no período entre os dias 17 e 23 de março no Brasil. Entretanto, na contramão desses dados, o estado de Goiás apresentou uma diminuição no número de casos da doença em relação ao mesmo período no ano passado. 

Assim, em Goiás, conforme aponta a Secretaria de Estado de Saúde do Estado de Goiás (SES), na última Semana Epidemiológica (SE) de 2023, com dados atualizados no dia 17 de abril, o estado registrou uma queda de 97% do número de casos em relação ao mesmo período do ano passado. O levantamento também contabiliza o número de mortes ocorridas em decorrência da dengue, este ano o estado registra 6 mortes confirmadas por dengue. 

Além disso, o Boletim epidemiológico do estado também informa sobre a ocorrência de Chikungunya e Zika, que são transmitidas pelo mesmo mosquito, o Aedes Aegypti, a primeira diminuiu em 85 % e a segunda 54% em relação a ocorrência no mesmo período do ano anterior. 

A Semana Epidemiológica (SE) é um período de tempo de domingo a sábado que os epidemiologistas e infectologistas utilizam para contabilizar dados como ocorrências de doenças e surtos, internações e mortes.

Goiânia

Em relação a situação em Goiânia, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), em seu Boletim Epidemiológico de Arboviroses, doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti, informa que em 2023 o número de casos de dengue confirmados foi de 4.460. Sendo assim, houve uma redução de 78,9% dos casos em relação ao mesmo período do ano anterior. Ademais a cidade não registrou nenhum óbito.

Sobre isso, a SMS afirma que na cidade existem ações diárias para frear a multiplicação do mosquito da dengue, transmissor da doença: “Nossas ações são diárias, com visitas dos agentes de endemias nas residências e conscientização da população. Capacitamos nossos agentes de endemias para a instalação de 3250 armadilhas para o controle do Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika, que foram todas instaladas”.

Como também houve um treinamento multiprofissional, para o enfrentamento da doença. “Realizamos uma capacitação dos nossos servidores sobre o manejo clínico do paciente com dengue, participaram alunos do curso do último ano de medicina e enfermagem de instituições  de ensino da capital”. 

Brasil

Conforme o Informe Semanal Arboviroses Urbanas (Coe – Arboviroses), realizado pelo SUS e disponibilizado pelo Ministério da Saúde referente a SE 14 deste ano (14 de abril), o país tem a taxa de 321 casos de dengue a cada 100 mil habitantes. Este número representa um aumento de 37% em relação ao mesmo período do ano passado. Como também houve a ocorrência de 228 óbitos por todo o país.

Em relação à Chikungunya, o Brasil teve apenas 35 casos a cada 100 mil habitantes na SE 14, mas esse total revela um aumento de 59% se comparado ao ano anterior, com 14 óbitos confirmados. Estes aumentos levaram o Brasil a receber a classificação Nível 3 para Dengue e Chikungunya no “Plano de Contingência para Resposta às Emergências em Saúde Pública por Dengue, Chikungunya e Zika”. 

O Ministério da Saúde já informou que está promovendo ações para conter a disseminação do mosquito Aedes Aegypti. Além disso, em março, houve capacitação de profissionais em locais com aumento de casos, como os estados do Paraná, de Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, do Espírito Santo e de Minas Gerais, para preparar médicos e enfermeiros e para o manejo clínico e vigilância de arboviroses.

Sobre os motivos dos aumentos de casos, em entrevista à Agência Brasil o presidente do Conselho de Administração da Abramed, Wilson Shcolnik, afirma que a alta presença no Brasil de incidências de casos de dengue se dá pelo fim do período de chuvas. “O acúmulo de água é muito propício para a reprodução do agente transmissor da dengue, o mosquito Aedes aegypti”, explicou ele. 

Vacina

A vacina contra a dengue, batizada como Qdenga, é a maior novidade em relação à prevenção à doença, aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no dia 2 de março. Esta poderá ser aplicada em indivíduos de 4 a 60 anos, é uma produção da farmacêutica japonesa Takeda Pharma Ltda. A expectativa é que a vacina chegue ao público no segundo semestre deste ano. A vacinação acontecerá em 2 etapas, com intervalo de três meses entre as aplicações.

Além disso, conforme o Ministério da Saúde, a eficácia para indivíduos que nunca tiveram infecção com o vírus da doença é de 66,2%, e de 76,1% para aqueles que já tiveram infecção com o vírus. Ademais será tetravalente, ou seja, vai exercer a proteção aos três sorotipos da doença com taxas de proteção diferentes:  DENV-1 foi de 69,8%, contra o sorotipo DENV-2 de 95,1% e contra o sorotipo DENV-3 de 48,9%. Ademais, a imunização apresentou uma eficácia geral de 80,02%.