Aproximadamente 22% da população goiana sofre com hipertensão

A doença gera complicações que resultam em duas mortes por hora no Estado

Postado em: 27-04-2023 às 09h20
Por: Alexandre Paes
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Problema atinge cerca de 38 milhões de brasileiros, o equivalente a 26,3% da população adulta | Foto: Divulgação

A pressão alta, ou hipertensão arterial, é um mal silencioso e que, às vezes, aparece sem avisar. E se a pressão não vai bem, não é só o coração que reclama. Além das doenças cardíacas, a enfermidade pode levar prejuízos aos rins, que passam a funcionar com dificuldade, aos olhos, afetando a visão, e ao cérebro. E quando se trata de pressão alta, o corpo avisa por meio de dores no peito, dor de cabeça, tonturas, zumbido no ouvido, fraqueza, visão embaçada e sangramento nasal.

Dados divulgados referentes ao Estado de Goiás apontam que mais de 1,135 milhão de pessoas acima de 18 anos, aqui no Estado, sofrem de hipertensão arterial ou pressão alta. Esse índice corresponde a 22% da população adulta do Estado. Goiás chega a registrar mais de dois óbitos por hora (um a cada meia hora), em função de complicações ligadas à doença.

Um mal muito sério e que merece cuidados, a hipertensão é caracterizada quando a pressão arterial está acima dos 120 de máxima e 80 de mínima, convencionalmente chamado de “12 por 8”.  No Brasil, o problema atinge cerca de 38 milhões de pessoas, o equivalente a 26,3% da população adulta, segundo levantamento do Ministério da Saúde.

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Para alertar a comunidade sobre a importância do tema, o Ministério da Saúde (MS) instituiu o Dia Nacional de Combate à Hipertensão, celebrado anualmente em 26 de abril. Selma Tavares de Oliveira, coordenadora de Doenças e Agravos não Transmissíveis da SES-GO, afirma que estimativas médicas demonstram que aproximadamente 50% dos indivíduos hipertensos não estão diagnosticados. Entre os que sabem da doença, somente 52% encontram-se em tratamento com medicamentos.

A cozinheira Maria das Dores Marques Pereira, de 56 anos, consome três medicamentos diferentes para controlar a hipertensão, um mal que a acomete há 10 anos. Ela descobriu ser hipertensa por acaso: a filha se machucou na escola, foi para o hospital e quem ficou internada foi a mãe. “Senti uma dor de cabeça muita forte, muito nervosismo”, conta a cozinheira, que também sofre de obesidade.

Assim como Maria das Dores, as mulheres têm mais predisposição à pressão alta. De acordo com o Vigitel, as mulheres ainda continuam com maior prevalência de diagnóstico médico de hipertensão arterial quando comparado aos homens, tendo registrado 26,4% contra 21,7% para eles.

O cardiologista Luiz Bortolotto alerta que a hipertensão arterial pode atingir as mulheres em qualquer fase da vida, inclusive durante a gestação, sendo a principal causa de morte materna tanto no Brasil quanto no mundo. “Para o andamento tranquilo de uma gravidez, um dos pontos indispensáveis é o pré-natal desde o início da gestação, com um bom controle da pressão arterial. É essencial ainda que a futura mãe receba orientações médicas de quais hábitos saudáveis deve adotar como forma de prevenção para a ocorrência de hipertensão”, diz o médico.

Vida Saudável

Mas a boa notícia é que ela é prevenível, ou, em outras palavras, pode ser evitada de acordo com nossos hábitos de vida. Maria das Dores, além do uso de medicamentos, faz atividades físicas para controlar a pressão. Ela participa de um grupo de exercícios funcionais que se reúne duas vezes por semana, desenvolvido pelo Programa de Fisioterapia do Hospital Estadual de Dermatologia Sanitária e Reabilitação Santa Marta (HDS), unidade da SES-GO. “A prática regular de exercícios físicos ajuda no controle da pressão, melhorando a qualidade de vida da pessoa”, afirma o responsável pelo grupo, o educador físico Alexandre Santana de Oliveira.

O acompanhamento clínico e a medição regular da pressão também ajudam no controle da hipertensão arterial. Este tipo de acompanhamento ocorre nos serviços de atenção básica de saúde implantados nos 246 municípios goianos, realizado por equipes da Estratégia Saúde da Família, pessoal de enfermagem e médicos. 

Pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o paciente é diagnosticado e recebe um protocolo de tratamento. Geralmente são indicados medicamentos distribuídos nas Unidades Básicas de Saúde ou pela Farmácia Popular, mediante apresentação de receita médica. Dos 10 milhões de usuários do Programa Farmácia Popular, por exemplo, 7,2 milhões recebem fármacos para o tratamento da hipertensão arterial. A estatística é do Ministério da Saúde.

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