Armadilhas contra Aedes egypti reduzem casos de doenças em Goiânia

Larissa Oliveira

Como método alternativo para suprimir a população de mosquitos da espécie Aedes aegypti, a Prefeitura de Goiânia adquiriu 3.250 dispersoras de larvicidas (In2Care). Após o treinamento de 60 Agentes de Combates de Endemias, as instalações das In2Care começaram no dia 25 de janeiro deste ano. Depois de 45 dias, foi realizada a primeira substituição do refil de cada aparelho. A partir disso, foram obtidos os primeiros resultados preliminares da ação de supressão da população de Aedes aegypti na capital goiana.

Segundo relatório da Diretoria de Vigilância em Zoonoses, o trabalho de intervenção está sendo realizado em três Distritos Sanitários de Goiânia. Foram instaladas 1.500 armadilhas In2Care no Setor Jardim Novo Mundo (Distrito Leste), 750 no Setor Leste Vila Nova e Leste Universitário (Distrito Campinas/Centro) e 1.000 no Parque Tremendão (Distrito Noroeste). Além disso, o Setor Jardim América (Distrito Sul) é uma área de controle e possui, por ora, apenas ovitrampas e armadilhas de oviposição. 

A partir da investigação de casos de doenças pelo Sistema de Informação de Agravos e Notificação (SINAN), foi registrada uma redução no número de casos notificados nos períodos de Janeiro a Março de 2022 e 2023. No ano passado, 936 casos foram notificados, neste ano, apenas 318. Isso representa uma diminuição de aproximadamente 66%, o que tem relação direta com a ação de intervenção promovida pela Prefeitura de Goiânia. 

Em relatório, a Secretaria Municipal de Saúde explica que um dos principais problemas das ferramentas convencionais de controle de Aedes aegypti é a baixa cobertura de criadouros, porque a espécie utiliza vários deles para suas oviposições. Na maioria das vezes, os Agentes de Combate às Endemias (ACE) enfrentam problemas em detectar criadouros, quando estes se encontram em locais de difícil acesso ou completamente inacessíveis. 

Como as arboviroses transmitidas por Aedes aegypti constituem graves problemas de saúde pública, as armadilhas In2Care se mostram uma alternativa de solução mais eficaz. Elas são feitas com plástico durável e contém inseticida, fungo e água com odor específico para atrair mosquitos Aedes fêmeas que estão na época de postura de ovos. Tanto as larvas quanto os mosquitos adultos são mortos pelos produtos biológicos.

A nova ferramenta auxilia na única forma de extinguir a transmissão da dengue, Chikungunya, Febre Amarela e Zika, que são doenças virais de rápida disseminação. As armadilhas controlam o vetor que é o Aedes e possibilitam reduzir essas doenças no município de Goiânia. Segundo o titular da Secretaria Municipal de Saúde, Durval Pedroso, os agentes de combate às endemias estão programando instalar esse modelo de armadilha em outros pontos estratégicos localizados em todas as regiões da cidade. 

Ao acompanhar o início dos trabalhos no Jardim Novo Mundo, o prefeito Rogério Cruz lembrou que essa iniciativa “vai garantir que a capital goiana deixe de ter altos índices das doenças provocadas pelo Aedes”. Segundo ele, essa é mais uma ação para o enfrentamento do mosquito e que trará garantia à saúde da população. Ele também ressalta que as armadilhas “são uma inovação no controle de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, como a dengue, zika e chikungunya”. Por fim, completa que “Goiânia sai na frente com mais essa ação de saúde pública que adotamos para proteger a população”.