593 animais silvestres foram resgatados até maio de 2023

475 milhões de animais silvestres morrem nas estradas brasileiras anualmente

Postado em: 03-05-2023 às 08h30
Por: Redação
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475 milhões de animais silvestres morrem nas estradas brasileiras anualmente | Foto: Divulgação

Larissa Oliveira

De janeiro de 2022 até maio de 2023, a Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) fez 593 resgates de animais silvestres em residências e estabelecimentos comerciais de Goiânia. As ações foram realizadas após comunicação da comunidade pelos telefones 161 ou (62) 3524-1422. Além disso, 192 orientações foram feitas por telefone para que os moradores da capital saibam como lidar com a aparição de um animal silvestre.

Segundo a gerente de Proteção e Manejo de Fauna da Amma, Isabela Saddi, Goiânia tem uma grande concentração de área verde. Portanto, é bastante comum se deparar com algum animal. “É uma cidade extremamente arborizada, a segunda mais arborizada do mundo. Então, tem uma fauna muito grande aqui dentro”, explica a veterinária especializada em animais silvestres exóticos. 

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Isabela afirma que a ação de orientação e resgate da Amma é de extrema importância para a proteção da fauna goiana. “Isso é muito importante porque muita gente não sabe como agir”, ela enfatiza. Muitas pessoas podem ter medo de reagir, ou tentar domesticar o animal, ou até alimentá-lo. De acordo com a gerente, a Amma sempre orienta a nunca alimentar os animais silvestres. 

Isabela explica que “ao contrário do que alguns pensam, a maioria deles são livres e se alimentam tanto de carne, quanto de frutos, frutas e caules”. Segundo a gerente veterinária, os animais silvestres têm uma alimentação suficiente em seus habitats. Ela também acrescenta que quase não existem registros de óbitos desses animais devido à extrema fome. 

Conforme a Gerência de Fauna da Amma, os servidores são responsáveis pelo resgate do animal apenas em situações em que ele esteja ferido, em risco ou colocando a vida de alguma pessoa em risco. Posteriormente, eles encaminham o animal para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS), setor do IBAMA. “A parte de reabilitação e soltura é com eles”, explica Isabela Saddi. 

Os centros de triagem e de reabilitação de animais silvestres, conhecidos como CETAS, são estruturas responsáveis por fornecer atendimento especializado à fauna não doméstica. Há centros que recebem animais de órgãos públicos, como da Amma por exemplo, de ONGs e da população. Porém, existem centros que somente atendem a fauna destinada pelo poder público. Portanto, é preciso se informar antes de encaminhar um animal até um centro. 

Segundo o CETAS Goiás, os servidores, em sua maioria biólogos e veterinários, tentam reabilitar o animal e colocá-lo de novo na natureza. A partir de estudos, são demarcadas áreas específicas para realizar a soltura dos animais. Existem casos em que não é possível voltar o animal para a natureza, se ele estiver com algum membro amputado por exemplo. Nessas situações, o IBAMA destina o animal para um criadouro científico ou para zoológicos.

Muitos desses casos são provenientes de atropelamentos. O Centro Brasileiro de Ecologia de Estradas realizou um levantamento de que, todos os anos, 475 milhões de animais silvestres morrem nas estradas brasileiras vítimas de atropelamento. De acordo com os dados, Goiás é responsável por 5% desses acidentes, sendo a segunda região que menos registra atropelamentos de animais silvestres. 

Ainda segundo o levantamento, animais de pequeno porte correspondem a 90% dos animais mais atropelados nas rodovias brasileiras. Animais de médio e grande porte correspondem a 9% e 1% dos mais atropelados, respectivamente. Além do CETAS e da Amma, o Corpo de Bombeiros também realiza o trabalho de resgate em Goiânia. As principais denúncias feitas ao telefone 193 são de casos em que o animal está preso em locais altos.

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