Retirada de Implantes vem crescendo no Brasil

A cirurgia de explante tem ganhado espaço entre as brasileiras e representa uma preocupação com a saúde

Postado em: 06-05-2023 às 08h34
Por: Anna Letícia Azevedo
Imagem Ilustrando a Notícia: Retirada de Implantes vem crescendo no Brasil
O Explante cresce em uma escala de 33% entre 2016 e 2020 no Brasil | Foto: Divulgação

Apesar da mamoplastia – cirurgia de colocação de implantes de silicone – ser a segunda cirurgia estética mais realizada do Brasil, o movimento contrário tem ganhado. Nesse sentido, a retirada de implantes, conforme International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS) teve um aumento de 33% entre 2016 e 2020. Dessa forma representando um movimento de preocupação com a saúde como também estético.

Além disso, a mesma pesquisa aponta que 25 mil cirurgias de retiradas de implantes – explantes- foram realizadas em 2020. Algumas brasileiras que aderiram a esta tendência foram as atrizes Manu Gavassi, Carolina Dieckmann e Fiorella Mattheis. Como também mais recentemente, a atriz goiana Ana Clara Paim também passou pelo processo cirúrgico.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), de 2014 até 2015, o número de intervenções para a troca de um silicone grande por um modelo menor ou mais natural cresceu 15% só no Brasil. Estes podem ser indicados em casos de doenças relacionadas ao implante, reações que podem ocorrer e questões estéticas, como tem sido observado por especialistas na maioria dos casos.

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Síndrome ASIA

Entre os motivos para a realização do explante, pode estar a Síndrome ASIA, sigla em inglês que significa Síndrome Autoimune Induzida por Coadjuvante. Conforme o cirurgião plástico Hugo Santos explica, ela é uma condição rara e relacionada a pessoas com predisposição e que pode surgir após a colocação do implante.

Nesse sentido, o cirurgião faz o alerta para as diferenças entre a Síndrome ASIA e a “Doença do Silicone”, termo muito utilizado por pessoas que fizeram o implante para definir uma série de sintomas que, segundo elas, estariam relacionados às próteses. Entretanto, de acordo com o especialista, a Doença do Silicone não possui comprovação científica e não é reconhecida pela comunidade médica, pois não há relação entre os sintomas apresentados e a prótese mamária.

Ademais Hugo Santos explica as especificidades da doença: “A ASIA Síndrome está associada a sintomas inespecíficos e que pertencem ao grupo de doenças reumáticas. Geralmente acometem pacientes com predisposição genética para isso. Mas quando aparecem vários sintomas, pedimos o apoio de um reumatologista para verificar se o caso está relacionado a alguma doença específica”. A paciente pode descobrir se tem predisposição para desenvolver a doença a partir de uma pesquisa no histórico que irá mostrar se ela deve ou não realizar o procedimento.

Procedimento

Em relação à cirurgia de retirada de implantes, o médico cirurgião explica que, sua realização dura, em média, 30 minutos e pode ser ser usada anestesia com sedação, peridural ou geral. Além disso, pode ser utilizada a mesma incisão feita na colocação do implante para a remoção da prótese.

Enquanto ao pós-operatório, é recomendado ao paciente tomar a medicação indicada nos horários certos, repouso de 24 a 48 horas e manter o acompanhamento médico para avaliar a evolução. Em cerca de sete dias os pacientes já podem ser liberados para realização de atividades físicas mais leves, como caminhada, além de aeróbicas e anaeróbicas, mas com restrições.

“Se a paciente quiser realizar a correção imediata da flacidez da mama, pode ser feita a mastopexia. Nesses casos, o processo pode se estender por até três horas. Mas, no geral, a recuperação é simples e a paciente logo pode voltar às atividades normalmente”, completa o médico. Dito isso, o pós-operatório de um explante de silicone irá depender dos procedimentos realizados em cada caso.

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