Especialista comenta sintomas e causas do tumor que matou modelo

Segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o câncer de estômago é o terceiro de maior incidência entre os homens acima dos 50 anos e o quinto mais comum no Brasil

Postado em: 23-05-2018 às 12h25
Por: Márcio Souza
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Segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o câncer de estômago é o terceiro de maior incidência entre os homens acima dos 50 anos e o quinto mais comum no Brasil

O câncer de estômago ganhou destaque na mídia nos últimos meses
por conta do diagnóstico da modelo e digital influencer Nara Almeida, de 24 anos, que possuía mais de 3
milhões de seguidores em seu Instagram, e morreu na última segunda-feira (21). Especialista aproveitou a ocasião para reforçar a
importância dos hábitos saudáveis e do diagnóstico precoce, além de receber
apoio dos fãs.

Segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o câncer de
estômago é o terceiro de maior incidência entre os homens acima dos 50 anos e o
quinto mais comum no Brasil.

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Também conhecido como câncer gástrico, o câncer de estômago
se apresenta em 95% dos casos como adenocarcinoma, tumor originado em células
que revestem a parte interna do órgão. A doença pode disseminar-se, invadindo
outros órgãos, vasos linfáticos e linfonodos próximos. Existem outros tipos
mais raros de câncer de estômago como o linfoma, o leiomiossarcoma e o tumor
carcinoide.

“O desenvolvimento da doença costuma acontecer de
maneira muito lenta. Ao longo dos anos, as alterações pré-cancerosas podem ir
surgindo, devagar, nas células da mucosa do estômago. Como isto raramente causa
sintoma, essas alterações podem passar despercebidas ou podem ser confundidas
com outras doenças. No caso da Nara, o diagnóstico pode ter sido ainda mais
difícil porque esta é uma doença rara entre as pessoas jovens “, comenta o
oncologista Felipe Ades.

Detecção precoce é essencial

Por apresentar muitos sintomas inespecíficos, comuns a
outras doenças, por vezes o paciente demora a buscar apoio especializado. Entre
os sinais do câncer de estômago estão perda de peso, cansaço, falta de apetite,
náuseas e vômitos, sensação de má digestão, azia e desconforto abdominal
persistente, sangramentos gástricos (mais incomuns), sangue nas fezes, fezes
escuras, pastosas e com odor muito forte (indicativo da presença de sangue
oculto)

Diante da suspeita de câncer de estômago, dois exames estão
entre os mais frequentes para o diagnóstico da doença: modernamente se usa a
endoscopia digestiva alta, porém ainda pode ser usada a radiografia do estômago
com contraste.

A endoscopia permite a avaliação visual direta da lesão e a
realização de biópsias para confirmação do diagnóstico por meio do exame
anatomopatológico. Através da boca um tubo fino e flexível com uma câmera na
ponta é conduzido até o órgão. O paciente é sedado para sentir menor
desconforto, o exame é feito com o paciente dormindo algumas vezes. Já na
radiografia, o médico analisa o filme radiográfico em busca por áreas anormais
ou tumores.

Após a confirmação patológica da presença do tumor através
do exame de biópsia, é importante que se façam os exames para estadiamento, ou
seja, quantificar o tamanho da doença no corpo. “Estes exames podem
variar, mas comumente incluem a tomografia computadorizada de abdômen e pelve,
a radiografia simples (ou tomografia) de tórax e exames de sangue”,
comenta Felipe.

 

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