Desarticulada associação criminosa que oferecia diplomas falsos

Grupo aplicava sucessivos golpes de estelionatos na cidade de Pirenópolis oferecendo cursos de extensão universitária

Postado em: 26-05-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Grupo aplicava sucessivos golpes de estelionatos na cidade de Pirenópolis oferecendo cursos de extensão universitária

Raunner Vinícius Soares*

Na sexta-feira (25) a Polícia Civil desarticulou uma quadrilha que aplicava golpes de estelionato oferecendo cursos de extensão universitária sem o reconhecimento do Ministério da Educação. Foram cumpridos quatro mandados de prisão temporária e seis mandados de busca e apreensão nas cidades de Pirenópolis, Jussara e Niquelândia. A Operação Kairós contou com o apoio do Grupo de Repressão a Narcóticos (Genarc) de Niquelândia e da 3º Delegacia Regional de Polícia de Anápolis. A associação criminosa, também, entregava diplomas falsos de conclusão de cursos superiores. 

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Eram oferecidos cursos presenciais e a distância de Educação Física, Administração, Nutrição, Psicologia e Pedagogia. Segundo os levantamentos iniciais, existem mais de 300 vítimas dos criminosos. Algumas das vítimas estão exercendo de forma possivelmente irregular atividades profissionais ligadas aos golpes praticados pela quadrilha. Os suspeitos permanecerão presos em Goiânia e os nomes das identidades não serão divulgadas para não atrapalhar as investigações que estão em andamento. Além das prisões, diversos computadores foram aprendidos durante a ação da polícia.

Outros casos

Este não foi o primeiro caso do ano, em março, dois homens foram presos após serem pegos em flagrante comercializando diplomas falsos em Goiânia. No momento das prisões apenas um diploma foi encontrado, já que os suspeitos conseguiram esconder os demais. De acordo com a Polícia Civil, os compradores também podem responder pelo crime. 

O primeiro suspeito, Thiago Gonçalves Bastos, de 29 anos, foi no Setor Coimbra, e o segundo, Fábio Alves da Silva, de 34 anos, no Setor Bueno. Os dois foram presos depois que a polícia começou a investigar o caso de falsificação de diplomas na Capital, e confessaram que fabricavam os certificados de escolas estaduais e vendiam. De acordo com a polícia, Fábio Alves da Silva tem passagens por tráfico de drogas e receptação de veículos.

Em fevereiro, um homem de 53 anos foi preso no Distrito Federal, também, por falsificação de diplomas de ensino superior. Ele vendia os certificados adulterados por R$ 400. A investigação começou a partir da denúncia do Conselho Regional de Educação Física do Distrito Federal (Cref-DF) a respeito da apresentação de um diploma falsificado. O homem foi preso em casa, em Valparaíso (GO), cidade a 40 km de Brasília. Segundo as investigações, os documentos eram fabricados artesanalmente em casa e alguns estavam em branco e carimbados; outros, preenchidos com nomes de supostos interessados. A polícia acredita que o homem agia sozinho. Até o momento, não foram identificadas suspeitas de participação de servidores do Ministério da Educação ou da Secretaria de Educação do DF.

Em julho de 2017, a Polícia Federal desarticulou um grupo criminoso que falsificava e vendia diplomas de graduação em Medicina. Estes criminosos vendiam diplomas falsos a preços entre R$ 100 e R$ 150, inclusive para médicos formados em instituições estrangeiras que queriam se regularizar no Brasil. 

Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão e dois de prisão temporária em Goiânia e na cidade de Acreúna, a 156 quilômetros da capital goiana. Os nomes dos envolvidos e das instituições que sofriam a fraude não foram divulgados, mas segundo a Superintendência da PF em Goiás, a maioria dos diplomas de graduação era de instituições de ensino situadas em Estados do Sul do Brasil. 

*Raunner Vinícius Soares é estagiário do jornal O Hoje, sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian.

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