Circulação de ônibus é afetada por conta de greve

Além dos problemas de abastecimento, os protestos dos caminhoneiros já vêm causando cancelamento ou atrasos de algumas linhas de ônibus em Goiânia

Postado em: 26-05-2018 às 07h30
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Circulação de ônibus é afetada por conta de greve
Além dos problemas de abastecimento, os protestos dos caminhoneiros já vêm causando cancelamento ou atrasos de algumas linhas de ônibus em Goiânia

Gabriel Araújo*

A dificuldade de abastecimento da frota de ônibus do transporte coletivo deve levar a uma redução de 30% da circulação dos ônibus, neste sábado (25), na Grande Goiânia. De acordo com um comunicado da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), caso não ocorra mudança na situação dos protestos, na próxima segunda (28) a circulação da frota será reduzida ainda em 15%.

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Segundo a companhia, as reduções são fixadas de acordo com as planilhas dos dias de menor movimento na rede. “Esperamos que seja normalizada a situação até segunda-feira, mas se isso não ocorrer será adotada a planilha de sábado”, informou a nota.

A empresa manifestou ainda expectativas por mudanças significativas nas políticas públicas relacionadas ao diesel, a fim de trazer mudanças para a realidade atual e para o restante de 2018.

A paralisação dos caminhoneiros começou na última segunda-feira (21) e ocorre em rodovias de todo o país. Os motoristas cobram uma redução nos preços cobrados pelos combustíveis e a aprovação do Projeto de Lei 528 de 2015, que tramita na Câmara e visa criar uma política de preços mínimos a serem cobrados no transporte rodoviário de cargas.

Logo após o início das paralisações, o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) determinou a liberação das rodovias no Estado. De acordo com a decisão do juiz Ronnie Paes Sandre, as manifestações são abusivas a partir do momento que em que cidadãos são impedidos de circular livremente pelo estado.

Valor da passagem

Em Goiânia, o constate aumento nos valores cobrados pelo abastecimento já é preocupação para a RedeMob Consórcio, empresa responsável pela gestão dos terminais da rede metropolitana. A empresa declarou esta semana que a alta no preço do óleo diesel pode acarretar outro reajuste no valor da tarifa do transporte público, podendo chegar a R$ 4,40 o valor cobrado na Região Metropolitana de Goiânia.

Conforme informações oficiais da CMTC, o valor da passagem é baseado na soma do aumento dos custos com o combustível, o salário pago aos motoristas, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC. Já os preços dos combustíveis são determinados pela Petrobras, que calcula o reajuste de acordo com a variação do valor do dólar no mercado internacional. 

Consequências

Devido à falta de combustíveis, o Aeroporto Santa Genoveva está com restrição de voos desde a tarde de ontem (25). Como não estava ocorrendo abastecimento no local, somente foi permitido o pouso de aeronaves que estavam com combustível suficiente para decolar para outros destinos. 

A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) afirmou que as companhias aéreas já foram informadas da situação e, até às 16 horas de sexta, oito voos já tinham sido cancelados.

Além disso, a Central de Abastecimento de Goiás (Ceasa) enfrenta dificuldades na distribuição de gêneros alimentícios. De acordo com o órgão, o abastecimento está comprometido em cerca de 30% devido à paralisação dos motoristas e que todos os seguimentos de alimentação foram afetados. O que leva a um aumento no preço dos produtos. 

*Gabriel Araújo é estagiário do jornal O Hoje, sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian.

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