Sem gás, restaurantes temem prejuízos

Com falta de estoque em 100% dos depósitos de gás na Capital, Procon flagrou algumas situações de abuso de preços

Postado em: 30-05-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Com falta de estoque em 100% dos depósitos de gás na Capital, Procon flagrou algumas situações de abuso de preços

Raunner Vinícius Soares*


A manifestação dos caminhoneiros contra o aumento do diesel chega a nove dias e provoca falta de gás de cozinha em 100% dos depósitos de Goiás. Alguns comerciantes estão aproveitando a situação para vender a preços abusivos cobrando até R$ 150 pelo botijão de 13 kg. As situações de abuso foram constatadas por agentes do Procon, em uma das situações o proprietário que anunciava por R$ 77, mas vendia por R$ 150. 

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O valor da infração para crimes dessa natureza varia de R$ 600 a R$ 9 milhões. A abusividade se constata quando o preço cobrado é muito superior àquele que está sendo praticado no mercado de consumo. O indicado pelo Procon é que o consumidor leve a nota fiscal a um Órgão de Defesa do Consumidor para caracterizar o preço abusivo para assim indicar as lojas que vendem o mesmo produto pelo preço médio de mercado. 

Os caminhoneiros continuam mantendo pontos de concentração em rodovias do Estado, mesmo com o anúncio do governo federal de usar as Forças Armadas e a Força Nacional para liberar as vias. Segundo o Sindicato das Empresas Revendedoras de Gás da Região Centro-Oeste (Sinegás), o Estado tem 3,5 mil depósitos de gás de cozinha, sendo que 550 estão na Capital, e se o problema não for resolvido logo, a situação vai piorar muito. A situação é crítica e não há previsão para a normalização do fornecimento do produto, porque mais de 60 carretas estão nas barreiras em vários pontos. 

A empresária Patrícia Fernandes, dona do restaurante Salvatore, no setor Bueno, está vivendo na pele e no bolso a falta de gás. “Para nós o desabastecimento representou um colapso. Estamos pegando botijões emprestados, temos gás até quinta-feira e não sabemos o que vamos fazer na sexta-feira e no sábado. Como é feriado acho que vou fechar”. Ao falar do prejuízo, Patrícia afirma que em média vende 120 refeições por dia, dois dias fechados representa R$ 5 mil. A dona do restaurante não pôde cumprir um evento onde lucraria R$ 5 mil por falta de peixe fresco na Capital.

A empresária também diz que procurou gás de cozinha em outras cidades próximas a Goiânia como Inhumas, Senador Canedo, Trindade, Bela Vista e não conseguiu encontrar. “Vou procurar em Goianésia hoje. Não posso ficar sem gás”. “Entendo a manifestação, o governo cobra altos impostos sobre todos nós, e faz tudo ficar mais caro, mas tudo que o governo deixa de cobrar é um beneficio a menos. O assunto é bem complicado”. 

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) está disponibilizando escolta policial para os caminhoneiros que quiserem seguir viagem. Esta medida foi definida pelo Comitê de Gerenciamento de Crise e dá preferência a cargas como combustíveis e gás de cozinha. A solicitação do serviço pode ser feita pelo número (62) 3201-6101.


Desabastecimento

A Vila São Cottolengo, hospital de Trindade, Região Metropolitana de Goiânia, informou que opera com apenas 40% do total de gás a granel disponível. A quantidade é suficiente apenas para as atividades de terça-feira (29). Por conta da situação, a unidade, que atende 313 pacientes com deficiências físicas e intelectuais, decretou “situação de alerta” e está realizando medidas de contenção para continuar a prestar o serviço. (Raunner Vinícius Soares é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)  

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