Rodoviária imune a greve

Apesar da paralisação dos caminhoneiros, passageiros não enfrentam problemas com viagens na rodoviária

Postado em: 31-05-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Rodoviária imune a greve
Apesar da paralisação dos caminhoneiros, passageiros não enfrentam problemas com viagens na rodoviária

Rafael Melo*

Passageiros que passam pela Rodoviária de Goiânia nos últimos dias não enfrentaram problemas com a prestação de serviços do Terminal, embora a greve dos caminhoneiros já tenha agravado a situação do Transporte Coletivo e do setor de Aviação Civil. A Rodoviária informou nesta quarta-feira (30) que não registrou cancelamentos ou atrasos na última semana, posto que a manifestação nas rodovias de Goiás chegaram ao 10º dia consecutivo.

Em nota, a administração do Terminal Rodoviário de Goiânia informou que a paralisação não comprometeu a normalidade das operações e, até o momento, não foram evidenciados atrasos ou cancelamentos de viagens. O Terminal também esclareceu que algumas viações podem otimizar as viagem com pouca demanda, apenas como medida preventiva diante da situação.

Continua após a publicidade

No entanto, alguns passageiros relataram que temiam não conseguir viajar por causa da greve, mas confirmaram que não foram prejudicados e não enfrentaram problemas com as viagens. Para Jéssica Tavares, 26, estudante de odontologia, não houve problemas com a empresa de ônibus e nem com translado. “Sou de Minas Gerais, vim para Goiânia visitar um parente que não está em bom estado de saúde. Fiquei um pouco preocupada, por conta da paralisação, achei que poderia haver alguma alteração. Meu ônibus para Belo Horizonte está previsto para 19h, estou na expectativa de que não tenha atraso”, conta a estudante.

Já os passageiros do transporte coletivo em Goiânia enfrentavam espera e veículos lotados nesta quarta-feira (30). De acordo com a Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC), determinas linhas estão operando com uma queda de cerca de 40% na frota, além de estarem seguindo a planilha de escala de férias devido ao abastecimento do diesel que não foi normalizado. Alguns usuários relataram que chegaram a esperar até 30 minutos por conta dessa redução na frota. Em diversos terminais a movimentação de passageiros no início da manhã era bem intensa. Além da oferta de insumos, a paralisação também afetou redes públicas e privadas de ensino, indústrias e aeroportos.

A manifestação

A greve dos caminhoneiros contra a alta do diesel e outras reivindicações chegou ao 10º dia consecutivo nesta quarta-feira (30). Como forma de protesto, a categoria bloqueou pontos em diversas rodovias do país, prejudicando a distribuição de muitos produtos em Goiás como gás, combustível, alimentos e remédios. Em diversos postos de abastecimento, onde o combustível não acabou, consumidores enfrentam filas e longas esperas para serem atendidos.

A situação das indústrias também se agravou. Segundo dados da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), das 23 mil indústrias do estado, 50% pararam a produção por conta da falta de combustíveis. De 13 indústrias farmacêuticas de Anápolis, 5 estão parcialmente paralisadas por conta da falta de uniforme descartável, frascos para embalar os produtos e óleo para aquecer as caldeiras.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) ainda havia alguns pontos de bloqueio nas Rodovias do Estado de Goiás, até o fim da tarde de quarta-feira (30). Entretanto, a entidade começou a desenvolver ações em pontos de manifestação, orientando os caminhoneiros que desejam deixar os locais de concentração, sendo assegurado o livre trânsito dos que pretendem continuar suas viagens.

Um dos pontos de maior concentração é na BR-153, Km 517, em Aparecida de Goiânia, onde cerca de 300 caminhões estavam (até ontem) estacionados no pátio de um posto de combustíveis, às margens da rodovia. Agentes da PRF estiveram no local, conversaram com as lideranças e com os demais motoristas. 

Dentre as medidas tomadas pela instituição está a garantia de escolta de veículos, não só dos que estão transportando produtos hospitalares, perecíveis ou combustíveis, mas todo e qualquer caminhoneiro que queira seguir viagem. O disque-escolta pode ser acionado por meio do telefone 3201-6101, que será cadastrado e inserido no plano de ação para a garantia do deslocamento. 

Veja Também