Após greve dos caminhoneiros, postos seguem sem combustível
Com filas e preços altos, goianos ainda têm dificuldades para encontrar combustível
Por: Sheyla Sousa
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Rafael Melo*
Apesar da liberação das rodovias e da extinção dos bloqueios, motoristas ainda enfrentam dificuldades para encontrar postos com gasolina ou etanol. Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás (Sindiposto), Márcio Andrade, a tendência é que a situação comece a normalizar com o fim dos bloqueios, mas ainda com filas.
“Mesmo com o feriado, os caminhões estão conseguindo carregar nas distribuidoras. Então, pouco a pouco os postos estão recebendo. Mas ainda terá muita fila porque ficou muito tempo sem o produto, então tem uma demanda represada”, explicou. Ele também declarou que o Sindicato não tem um balanço com o percentual de postos abastecidos nesta quinta-feira (31).
De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol do Estado de Goiás (Sifaeg), André Rocha, foi possível levar diesel as usinas graças ao esforço das distribuidoras com o Comitê de Crise e agora as unidades estão retomando a ação. “A situação não é de total normalidade, mas estamos conseguindo trazer o etanol, tanto o hidratado quanto o anidro para que possa ser misturado na gasolina e ser comercializado normalmente, mesmo enfrentando pequenas faltas de alguns produtos químicos”.
Além disso, o presidente do Sifaeg também destacou uma ação adotada pela Secretaria da Fazenda (Sefaz) que vai propiciar uma agilidade de 30% no processo de distribuição do combustível. “A medida permite a flexibilização da distribuição já que agora as distribuidoras podem pegar o combustível na usina e levar diretamente para os postos” esclarece Rocha. Diante da situação, o sindicato acredita que o abastecimento dos postos de combustíveis só deve ser normalizado no prazo de uma semana devido à demanda reprimida e ao fato que os caminhões ainda estão voltando das estradas.
Fiscalização
Na quarta-feira (30) o Procon-Goiás divulgou o balanço das fiscalizações realizadas nos últimos dez dias. Em Goiânia, foram fiscalizados 183 postos de combustível. O menor preço encontrado na venda da gasolina comum foi de R$4,48 em comparação ao maior preço registrado de R$4,99.
A instituição tem como responsabilidade a legal atribuição e execução da política estadual das relações de consumo e, para atender as necessidades dos consumidores atua com a finalidade de coibir e reprimir os abusos praticados no mercado de consumo.
Por isso, nestes últimos dez dias, quando iniciou o movimento paredista dos caminhoneiros, as fiscalizações foram intensificadas e todas as denúncias acerca de abusividade de preços de produtos ou serviços estão sendo constatadas. O órgão recebeu muitas denúncias sobre a prática abusiva de preços e falta de combustíveis em postos do Estado. As denúncias estão sendo verificadas pelas equipes de fiscalização na Região Metropolitana de Goiânia e dos demais municípios foram encaminhadas aos Procons municipais e Ministério Público. (Especial para O Hoje)