PMs vão a júri popular pela morte de jovem colocado em viatura durante abordagem, em Goiânia

A decisão de ir a júri popular foi dada pelo Juiz Eduardo Pio Mascarenhas da Silva, da 1ª Vara Criminal dos Crimes Dolosos contra a Vida e Tribunal do Júri

Postado em: 19-05-2023 às 18h20
Por: Matheus Santana
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A decisão de ir a júri popular foi dada pelo Juiz Eduardo Pio Mascarenhas da Silva, da 1ª Vara Criminal dos Crimes Dolosos contra a Vida e Tribunal do Júri. | Foto: Reprodução

Vão a júri popular os policiais militares acusados de matar um jovem que filmado sendo colocado em uma viatura durante a abordagem. Henrique Alves Nogueira, de 28 anos, foi encontrado morto no dia 11 de agosto de 2022, em uma estrada de terra, no Jardim Real Conquista, em Goiânia.

Os agentes suspeitos são o sargento Cleber Leandro Cardoso, de 37 anos, o Cabo Guidion Ananias Galdino Bonfim, de 31 anos, e os Soldados Kilber Pedro Morais Martins, de 34 anos e Mayk da Silva Moura Sousa, de 29 anos. Eles estão sendo acusados de homicídio qualificado por motivo torpe.

O advogado dos quatro policiais, José Patrício Júnior, revela estar confiante na inocência dos acusados “Nós confiamos na Justiça e continuamos trabalhando para provar a inocência deles. Os laudos periciais e todas as testemunhas oculares provam o contrário.”

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Ele também disse ter provas suficiente para comprovar que houve um confronto entre os quatro policiais e a vítima. “O processo passou pela primeira fase e ainda cabe recurso” explicou José Patrício Júnior.

A decisão de ir a júri popular é do juiz Eduardo Pio Mascarenhas da Silva, da 1ª Vara Criminal dos Crimes Dolosos contra a Vida e Tribunal do Júri. No documento que foi apresentado conta provas suficientes que comprovam a participação dos policiais na ocasião.

O magistrado também destacou sobre a denúncia feita pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), narra o crime como motivo torpe e mediante recursos que dificultaram a defesa da vítima. Retrata também que os policiais simularam um confronto com troca de tiros para justificar o fato.

“Na ocasião, os denunciados levaram Henrique dentro da viatura até uma estrada de terra e, no local, desferiram diversos disparos de arma de fogo em sua direção, sendo a vítima atingida por quatro projéteis, causando-lhe ferimentos que, pela natureza e sede, foram a causa eficiente de sua morte.”

Por esse motivo, decidiu-se que os quatro envolvidos serão julgados pelo Júri Popular, que até o momento não tem data prevista para acontecer. Na ocasião, Silva revoga a prisão dos policiais e define um prazo de 20 dias para que o instituto de Criminalística enviar um laudo de reprodução simulado dos fatos à Justiça.      

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