Pela quarta vez, desemprego fica abaixo de 7% em Goiás

A pesquisa do IBGE também destaca que o rendimento médio real do Estado (R$ 2.898,00) ultrapassou a média nacional

Postado em: 20-05-2023 às 09h13
Por: Larissa Oliveira
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No primeiro trimestre de 2023, a taxa de desemprego foi de 6,7%, totalizando 267 mil goianos desocupados | Foto: Divulgação

Segundo levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar Contínua (PNAD Contínua), o índice de desocupação em Goiás esteve abaixo de 7% pelo quarto trimestre consecutivo. No primeiro trimestre de 2023, a taxa foi de 6,7%, totalizando 267 mil goianos desocupados. Já nos três primeiros meses de 2022, a taxa foi de 8,9%, com 343 mil pessoas desocupadas. Neste ano, portanto, houve uma queda de 76 mil em relação ao primeiro trimestre do ano passado. Ou seja, redução de 22,2% em relação ao ano anterior.

A taxa de desocupação representa o percentual de pessoas desocupadas em relação às pessoas na força de trabalho. De acordo com os dados do PNAD Contínua, esse índice subiu em 16 das 27 Unidades da Federação. Conforme a pesquisa, divulgada nesta quinta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Goiás possuía 4 milhões de pessoas na força de trabalho no primeiro trimestre de 2023. É uma alta de 2,8% (108 mil pessoas) em relação ao mesmo trimestre em 2022.

Informalidade

De acordo com o IBGE, a taxa de informalidade passou de 36,7% no quarto trimestre de 2022 para 37,1% no primeiro trimestre de 2023. Em relação aos três primeiros meses do ano passado (39,8%), houve queda de 2,6 pontos percentuais (p.p.). Essa é a menor taxa para um 1º trimestre da série iniciada em 2016. Mesmo assim, em números absolutos, a pesquisa revela que, neste ano, há cerca de 1,4 milhão de pessoas em atividades informais.

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Em comparação ao quarto trimestre de 2022, o emprego formal registrou estabilidade no primeiro trimestre de 2023. O setor privado apresenta estimativa de 1,4 milhão de trabalhadores. Em relação ao trimestre anterior, não houve variação estatisticamente significativa. Já com relação ao 1º trimestre de 2022, o emprego formal registrou um crescimento de 9,8%. Isto representa 209 mil novos postos formais registrados e, dentre eles, 150 mil estão no setor privado.

Rendimentos

Pela primeira vez, o rendimento médio goiano supera o nacional. No primeiro trimestre de 2023, a pesquisa estimou que o Rendimento Médio Habitual de Todos os Trabalhos foi de R$ 2.898 em Goiás. Em nível nacional, o rendimento médio foi de R$ 2.880,00, durante o mesmo período. Em relação ao quarto trimestre de 2022, cujo rendimento médio foi de R$ 2.820, houve uma alta de 0,6%. Já em comparação aos três primeiros meses de 2022 (R$ 2.572), o aumento foi de 12,7%. 

Comércio

Em relação ao primeiro trimestre de 2022, houve aumento de 12,1% de pessoas ocupadas no grupo do comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas. Passou de 720 mil para 807 mil pessoas no primeiro trimestre de 2023. O grupo da  indústria geral subiu 9,3%, passando de 436 mil pessoas para cerca de 476 mil. O setor de Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas teve aumento de 10,3%. Ou seja, aumentou 39 mil pessoas ocupadas no primeiro trimestre de 2023.

Agronegócio

Segundo o economista Luiz Carlos Ongaratto, o indicador de desocupação está refletindo o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de Goiás. Para Luiz, um dos principais motivos para a melhoria da economia goiana é o setor do agronegócio. “Ele vem ganhando cada vez mais participação dentro da economia brasileira como um todo. Como Goiás concentra grande parte dos investimentos desse segmento, em relação aos demais estados, a economia está mais aquecida”, explica. 

De fato, Goiás se encontra na terceira posição no ranking nacional de criação de empregos no campo e é líder na região Centro-Oeste. Os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontam que o estado registrou resultado expressivo na criação de postos de trabalho com carteira assinada no agronegócio em fevereiro de 2023. Segundo os dados, houve saldo positivo de 2.107 vagas, com 7.191 admissões e 5.084 desligamentos.

“É um resultado que nos enche de orgulho e que reflete o peso do agronegócio goiano no cenário nacional”, diz o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tiago Mendonça. “É mais um indicativo de que as coisas estão correndo bem no agro goiano. E não podemos nos esquecer do lado social: mais pessoas empregadas no agro significam mais famílias obtendo renda a partir de seu trabalho, vivendo melhor e movimentando a economia dos municípios. Todos ganham”, acrescenta.

Desigualdades

Segundo o levantamento da PNAD Contínua, as taxas de desocupação seguem maiores para mulheres, pessoas pretas e pardas e aquelas com o ensino médio incompleto. Todos esses grupos ficaram acima da média nacional (8,8%). No primeiro trimestre deste ano, essa taxa foi estimada em 7,2% para homens, enquanto era de 10,8% para as mulheres. Segundo uma das analistas da pesquisa, Alessandra Brito, essa diferença se mantém em todas as regiões do país, inclusive em Goiás.

Em relação a raça ou etnia, a taxa de desocupação foi de 6,8% para os que se declararam brancos, 11,3% para os que se declaram pretos e 10,1% para os que se declaram pardos. No primeiro trimestre de 2012, início da série histórica da pesquisa, a taxa média foi estimada em 8,0%, e no recorte por raça ou etnia havia os seguintes percentuais: a dos pretos correspondia a 9,7%; a dos pardos a 9,2% e a dos brancos era de 6,7%. Alessandra afirma que a pesquisa reflete um padrão estrutural do Brasil.

“Essas populações também estão sobrerrepresentadas na informalidade, se comparadas aos homens e às pessoas de cor branca”, destaca a analista da pesquisa. Já na análise por nível de instrução, a taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto era de 15,2%. Para os que tinham superior incompleto, a taxa foi estimada em 9,2%, mais que o dobro da verificada para aqueles que completaram o nível superior (4,5%).

Pesquisa

A Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar Contínua (PNAD Contínua) é o principal instrumento para monitoramento da força de trabalho no país. A amostra da pesquisa por trimestre no Brasil corresponde a 211 mil domicílios pesquisados. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham na pesquisa, em 26 estados e Distrito Federal, integrados à rede de coleta de mais de 500 agências do IBGE.

A partir de 17 de março de 2020, o IBGE implementou a coleta de informações da pesquisa por telefone, em função da pandemia de Covid-19. Em julho de 2021, houve a volta da coleta de forma presencial. É possível confirmar a identidade do entrevistador no site Respondendo ao IBGE ou via Central de atendimento (0800 721 8181), conferindo a matrícula, RG ou CPF do entrevistador, dados que podem ser solicitados pelo informante.

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