Crianças aprendem a criar games como metodologia de ensino

Os alunos podem aprender matemática enquanto desenvolvem jogos

Postado em: 02-06-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Os alunos podem aprender matemática enquanto desenvolvem jogos

Rafael Melo

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Para incentivar a criatividade a partir de técnicas lúdicas, a metodologia de ensino, que foi elaborada com base nos conhecimentos produzidos pela Massachussets Institute of Technology (MIT), Microsoft e Google, busca aliar a tecnologia a matérias tradicionais durante as aulas de programação de jogos e aplicativos. Os estudantes podem escolher as turmas de acordo com a faixa etária. A Code Kids é para alunos de sete a nove anos, com aulas de programação game design e lógica e robótica.

Segundo a educadora e diretora da Ctrl+Play de Goiânia, Vanessa Barbosa de Oliveira, tudo é ensinado de modo interativo, com jogos e aplicativos e também com atividades fora do computador. Nas aulas quando desenvolvia seu próprio jogo 2D, Heitor Melo, de sete anos, conta que aprendeu noções de matemática e geometria. “Ficou mais legal fazer as contas na hora de montar o jogo. “Estou gostando muito e já sei que no futuro vou querer trabalhar com tecnologia. Tudo que produzo pode ser acessado pelo celular,” afirma o estudante.

A educadora Vanessa Barbosa de Oliveira diz que não é necessário nenhum conhecimento prévio sobre linguagens de programação para o aluno se matricular em qualquer um dos cursos oferecidos pela Ctrl+Play. Os materiais didáticos, como computadores e apostilas, também são oferecidos pela unidade.  “Não é mais possível viver sem utilizar algum produto ou serviço tecnológico. Percebemos que crianças e adolescentes têm gastado muitas horas por dia apenas jogando ou nas redes sociais. Nosso foco é estimular os estudantes a começarem a usar o computador e o celular de forma criativa e produtiva”.

O professor e engenheiro de Controle e Automação Alexandre Rosse Guiotti reforça que os jogos de vídeo de games se tornaram ferramentas eficientes para o ensino de matemática e inglês. Segundo ele, a tecnologia é uma peça fundamental para o aprendizado de qualquer tema.

Com pós-graduação em marketing e gestão, na Dinamarca, Vanessa avalia que aprender tecnologia é fundamental para lidar com as novas ferramentas e também para se posicionar de forma diferenciada no mercado de trabalho. “Conhecer as lógicas de programação sempre irá ajudar na compreensão das inovações digitais, no estimulo ao forte raciocínio lógico, altamente indispensável em universidades e concursos quando adultos”.

Aprendizado

Para desvendar os segredos da tecnologia não há mais limite de idade. Heitor Melo, de sete anos, já desenvolveu seu próprio jogo 2D, que pode ser acessado pelo celular com menos de um mês de estudo em robótica. Nas aulas de robótica e programação, em Goiânia, ele aprende a programar games e aprofunda conhecimentos em matemática, inglês e em noções de empreendedorismo.

Levantamento feito pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em 72 países, em 2016, mostra que mais de 70% dos alunos brasileiros entre 15 e 16 anos não alcançam sequer o nível básico de proficiência em Matemática. Ou seja, são incapazes de resolver problemas simples envolvendo números.

Guiotti explica que, nas aulas de programação, a matemática e o raciocínio lógico são essenciais para o aprendizado. “Quando o estudante vai desenvolver seu jogo precisa fazer cálculos, definir dimensões de ângulo. O curso regular de programação e robótica tem oito módulos e é para alunos de 10 a 16 anos. Há ainda cursos rápidos, com 12 horas de duração, sobre os temas Minecraft, Meu Primeiro Game, Meu Primeiro App e Oficina de Introdução à Robótica para alunos de sete a 16 anos. 

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