Vésperas da Copa do Mundo sem muita empolgação em Goiânia

A pouco mais de uma semana da estreia do Brasil no torneio da Rússia, goianos ainda não entraram em clima de Copa

Postado em: 05-06-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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A pouco mais de uma semana da estreia do Brasil no torneio da Rússia, goianos ainda não entraram em clima de Copa

Gabriel Araújo*


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A pouco mais de uma semana da maior competição de futebol do planeta, a Copa do Mundo da Federação Internacional de Futebol (FIFA), Goiânia ainda não se movimenta para a estreia da seleção brasileira. A venda de bens temáticos do torneio continua baixa e poucos são os que já estão em ‘clima de Copa’.

No Setor Leste Universitário, região central da Capital, uma bandeira do Brasil com cerca de 40 metros de largura foi desenhada no asfalto, em um dos poucos locais que manteve a tradição de preparação para o evento. Conforme informado pelo empresário Lucas Felipe Ribeiro, 25 anos, a bandeira é pintada todos os anos da competição. “Já deve fazer uns 30 anos que a gente sempre pinta a bandeira, começou com uma senhora que acabou se mudando alguns anos atrás e meu pai continuou. Agora junta os familiares, vizinhos e todo mundo ajuda a pintar”, completa.

Vizinho há mais de 20 anos na região, Josimar das Graças Martins, 51 anos, diz que a iniciativa custa no final cerca de R$ 600. “Faz parte do espírito da copa e é gratificante. Já faz parte da nossa tradição”, lembrou. 


Falta de interesse

O comércio de bens temáticos da Copa do Mundo em Goiânia ainda está fraco. O vendedor ambulante Carlos Alberto Barros (nome fictício), de 42 anos, afirmou ao jornal O Hoje que já está no terceiro mês de venda e ainda não completou o primeiro lote. “Essa copa tá tudo muito parado, o povo tá com medo de gastar e a gente acaba com poucos clientes”, disse.

De acordo com o pesquisador da Faculdade de Economia da Universidade de Brasília (UnB) Marilson Dantas, o fator fundamental para a baixa movimentação da economia brasileira é a ainda forte crise economia. “O efeito da Copa para o Brasil será mínimo. Incentivará o consumo de alguns produtos específicos e de forma pontual. É o caso, principalmente, dos televisores. Mas em termos gerais o efeito é mínimo, ainda mais em um período de crise como o atual, que naturalmente já levaria as pessoas a consumirem produtos mais baratos como os ofertados pelo comércio informal. É lá que estará a maior parte do volume a ser comercializado: bandeiras, camisas não oficiais e, principalmente, apetrechos de pequeno valor”, afirmou.

Para ele, a compra de produtos mais baratos deve se tornar o principal movimentador financeiro do período. “Toda oportunidade de consumo gera riqueza. A economia é única, independentemente de ser ou não formal e ligada a uma pessoa jurídica. A economia informal está dentro da economia. Apenas não é alcançada pela área tributária. Ela apresentará resultados, ainda que não preponderantes para o processo de desemprego”, contou.

Segundo a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), a expectativa é que a Copa resulte na venda de 12,5 milhões de aparelhos de TVs neste ano, o que representa um volume cerca de 10% superior ao de 2017, mas a expectativa é que as vendas fiquem abaixo da em 2014, data da última Copa. 

Conforme afirmado pelo presidente da Eletros, Lourival Kiçula, mesmo com o menor volume de vendas, a indústria está preparada para as atuais demandas do mercado varejista. “Na comparação com o primeiro semestre de 2014, quando foram vendidas 7,935 milhões de TVs, o volume estimado para 2018 é 14% menor”, conclui.

Em relação às viagens, pesquisa da Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV) indica que as vendas estão dentro da normalidade para o período. A expectativa é que as viagens se intensifiquem a partir deste mês de junho. Os destinos nacionais despontam com 65% da procura, ante 35% do internacional. 


Ações buscam intensificar o comércio de produtos para a Copa 

No último mês de março, um shopping na Capital abriu um espaço para que os colecionadores de figurinhas troquem exemplares do álbum da Copa do Mundo da Rússia. De acordo com a instituição, o local é a alternativa não só para que os amantes do futebol completem as 382 imagens, mas também para a convivência dos torcedores, que poderão discutir futebol à vontade.

O ambiente foi decorado de verde e amarelo, com bandeiras dos países que disputam o torneio e o chão é de grama sintética. Ainda foram espalhados pufes e mesas para garantir o conforto dos usuários, além de uma área de diversão com duas mesas de pebolim.

Em relação aos preços das figurinhas, uma pesquisa do Banco Santander constatou que o Brasil tem o pacote de figurinha da Copa do Mundo mais barato do planeta. A pesquisa categorizou e converteu o preço cobrado em todos os países para o dólar e comparou os resultados.

A pesquisa mostra que as figurinhas são vendidas no Brasil por R$ 2, o que equivale a US$ 0,59. De acordo com os dados encontrados, a figurinha brasileira é 41,4% mais barata que nos Estados Unidos. O país com os preços mais elevados foi a Suíça, que conta com o preço de US$ 1,80.

Ainda segundo o estudo, as figurinhas são mais caras na Europa e mais baratas na América Latina. Na Suíça, a figurinha é 79,6% mais cara que nos Estados Unidos. Entre as duas nações, aparecem ainda Hungria, Polônia, Romênia, Rússia, Dinamarca, Turquia, Noruega, Suécia, Canadá, Austrália, Reino Unido, a região do Euro e a Nova Zelândia. Já as mais baratas são encontradas no Peru, Uruguai, Egito, Colômbia, Chile, México, Argentina e Equador.


Brasil na Copa

A seleção brasileira estreia no próximo dia 17, quando enfrenta a Suíça em Rostov. Na fase de grupos o Brasil ainda encara a Costa Rica, em São Petesburgo, e a Sérvia, em Moscou. Os 23 convocados foram anunciados no último dia 15 e já estão na Europa para o último amistoso antes da estreia.

Em relação à última Copa, são apenas seis remanescentes, Marcelo, Thiago Silva, Fernandinho, Paulinho, Willian e Neymar. De acordo com Tite, uma lista de suplentes foi enviada à FIFA em caso de cortes de última hora. “A outra lista já está feita. Um pouco antes de a gente entrar, conversamos novamente. A última informação do último atleta, com o do outro. A lista de 35 já está feita e fechada também. Agora segue o trabalho, um Mundial, de três a sete jogos. A etapa agora é de preparação. Assim que eu vejo a sequência de trabalho”, contou. (Gabriel Araújo é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian). 

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