Polícia Civil investiga médicos de Goiânia que cobravam por procedimentos já cobertos pelo SUS

Os valores cobrados variavam entre R$ 1.800 e R$ 2.800, parcelados ou não, com quitação total na data do parto

Postado em: 26-05-2023 às 10h03
Por: Ícaro Gonçalves
Imagem Ilustrando a Notícia: Polícia Civil investiga médicos de Goiânia que cobravam por procedimentos já cobertos pelo SUS
Os valores cobrados variavam entre R$ 1.800 e R$ 2.800, parcelados ou não, com quitação total na data do parto | Foto: Reprodução/TV Anhanguera

A Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO) deflagrou na manhã desta sexta-feira (26/5) uma operação contra médicos de Goiânia suspeitos de fazer cobranças indevidas por procedimentos cirúrgicos já pagos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A investigação ocorre por meio da Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (Deccor), com cumprimento de oito mandados judiciais de busca e apreensão.

De acordo com o apurado, entre os anos de 2014 e 2016, seis investigados médicos que trabalhavam em um hospital particular conveniado ao Sistema Único de Saúde (SUS) se associaram com o objetivo de fazer cobranças aos pacientes de baixa renda. Os crimes são previstos no Código Penal como concussão e falsidade ideológica.

Continua após a publicidade

Mesmo havendo contrato celebrado entre o hospital e a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) para os serviços de assistência à saúde, os médicos exigiam dos pacientes o pagamento de valores para a realização de partos cesarianos.

Os valores cobrados variavam entre R$ 1.800 e R$ 2.800, parcelados ou não, mas com quitação total na data do parto.

Os investigadores ainda constataram a exigência do pagamento de valores de pacientes carentes internados pelo SUS para procedimentos de angioplastia coronária, com a colocação de “stent” farmacológico.

Novas vítimas

As investigações se fundamentaram em um total de 10 auditorias da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia e uma da Secretária Estadual de Saúde. Até o momento foram ouvidas 216 vítimas, que confirmaram os fatos investigados. A investigação, porém, apontou um total de 606 vítimas, que também serão ouvidas até o final da investigação.

O produto do crime auferido com as cobranças indevidas pelos investigados pode passar de R$ 1 milhão em valores corrigidos atuais.

Leia também: Polícia prende suspeita de matar mulher com bombons envenenados no Rio de Janeiro

Veja Também