Insegurança do Campus da UFG
Assassinato dentro do campus Samambaia reascende debate sobre segurança e comercialização de drogas dentro das dependências da instituição
Por: Sheyla Sousa
![Imagem Ilustrando a Notícia: Insegurança do Campus da UFG](https://ohoje.com/public/imagens/fotos/amp/4f0fb34557be44145138a5111bc17b66.jpg)
Rafael Melo
Nesta terça-feira (5) morreu um homem de 19 anos dentro do Campus Samambaia da Universidade Federal de Goiás (UFG) em Goiânia. O crime aconteceu por volta das 9h30 entre o Centro de Aulas Aroeira (CAA) e o Restaurante Universitário (RU), estudantes que estavam no local no momento do assassinato relataram que dois homens chegaram e atiraram no rapaz e depois fugiram em um veículo.
A vítima, identificada como Luís Carlos Pereira Castro, não era aluno da instituição e morava próximo ao Campus. A principal suspeita da Polícia Civil é que o crime tenha sido motivado por embates relacionados com vendas de drogas. O jovem cumpria pena no regime semiaberto e possuía antecedentes criminais por tráfico de drogas. O local da execução foi isolado pela Polícia Militar até a chegada da equipe da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios, responsável pela investigação do caso.
De acordo com a Polícia Civil, as imagens das câmeras de segurança foram analisadas e foi possível constatar que o crime foi cometido por duas pessoas que eram conhecidas da vítima. “Os três estavam em um banco sentados, aparentemente fumando maconha. Em um determinado momento, um dos autores sacou a arma bem devagar e desferiu aproximadamente cinco a seis tiros na vítima”, conta a delega Madga D’Ávila.
Já que não foi constatada nenhuma discussão entre o trio nas imagens, a polícia ainda acredita que o crime foi premeditado. “Ele, inclusive, fornecia droga para os alunos da faculdade. Pode ser que havia dívidas que ele possuía com traficantes. Por isso, nós suspeitamos que provavelmente o motivo do crime foi uma disputa por tráfico aqui no local”, esclarece a Delegada.
Em nota, a Universidade Federal de Goiás declarou que, assim que foi comunicada da ocorrência, as equipes de segurança cercaram o local e acionaram a Polícia Militar. A instituição também afirmou que a vítima não era estudante e que os indícios são de execução, já que não houve troca de tiros. Quanto às informações sobre o veículo utilizado pelos suspeitos do crime, já foram repassadas à Polícia Militar. A reitoria informou que as atividades acadêmicas e administrativas estão sendo mantidas no Câmpus.
Segurança do Campus
Após o incidente ocorrido na manhã de terça-feira (5), o reitor da UFG, Edward Madureira e a vice-reitora Sandramara Matias Chaves, receberam o coronel Ricardo Alves Mendes, comandante de policiamento da Capital, para discutir as atividades de segurança e projetos de prevenção na UFG. Durante o encontro, as instituições pontuaram o policiamento realizado na Universidade, visando ações de promoção de segurança nos campus da instituição. Ao todo, desde o início da parceria, foram realizadas quase 50 ações de prevenção.
Segundo a entidade, a empresa licitada, Guardiã, é responsável por atender a UFG na área de segurança. No campus Samambaia são 218 profissionais entre vigias e vigilantes, 8 motos e 2 viaturas. A universidade tem parceria com todas as forças policiais e existe um protocolo de trabalho. Há também uma viatura específica da Polícia Militar que atende apenas o Campus Samambaia, além das outras viaturas da região, que somam 12.
Em nota, a assessoria de comunicação da instituição declarou que “o gasto com segurança é um dos maiores da instituição. Mesmo com os cortes orçamentários, a UFG vem dando prioridade à segurança, investindo, por exemplo, em videomonitoramento, melhoria da iluminação nas áreas externas e da comunicação da área de segurança com a comunidade por meio do aplicativo Minha UFG”.
Com isso, a Universidade também reforçou a necessidade de registrar denúncias em casos de furtos, roubos e outros problemas de segurança. Os crimes devem ser denunciados à Central de Segurança da UFG para que as providências sejam tomadas, a recomendação é de que as denúncias sejam registradas por telefone ou aplicativo Minha UFG na Central de Segurança. Inclusive crimes ocorridos em pontos de ônibus e dentro dos ônibus que fazem as linhas até a UFG devem ser denunciados.
Nos últimos meses, em parceria com a Polícia Militar de Goiás, diversos casos em que houve notificação foram sanados, dando maior segurança aos estudantes e, inclusive em alguns casos, a possibilidade de recuperação de pertences.