67% dos goianos tomaram a vacina pentavalente contra o tétano

Secretaria de Estado alerta para a importância da vacinação após um homem de 53 anos desenvolver tétano grave por pisar em prego enferrujado no interior e Goiás

Postado em: 29-05-2023 às 08h08
Por: Larissa Oliveira
Imagem Ilustrando a Notícia: 67% dos goianos tomaram a vacina pentavalente contra o tétano
Vacina pentavalente, que protege contra o tétano e outras quatro doenças, está disponível em postos de saúde de todo o estado | Foto: Iron Braz

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que 67,21% dos goianos tomaram a vacina pentavalente, que garante a proteção contra o tétano e outras doenças. Isso significa que pouco mais da metade da população de Goiás está protegida em casos de tétano acidental. O que não foi o caso de um homem de 53 anos que ficou em estado grave após pisar em um prego enferrujado, em São Luís de Montes Belos. Ele precisou ser internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad, em Goiânia.

Por conta desse caso, a SES reforçou, na última semana, a importância de completar o esquema vacinal. Segundo o órgão, de janeiro de 2018 a abril de 2023, foram registrados 28 casos de tétano acidental em Goiás, sendo que seis casos evoluíram para óbito da vítima. A Saúde de Goiás ressalta que a vacinação, com reforço a cada dez anos, pode evitar complicações após acidentes. No caso do paciente contaminado, o esquema vacinal não estava completo ou as doses de reforço foram aplicadas fora do prazo.

Tétano

Ao jornal O Hoje, o infectologista Robert Fabian Crespo Rosas, professor de Medicina do Centro Universitário São Camilo, informou que o tétano é uma doença aguda grave que não se transmite de pessoa para pessoa. “É uma doença infectocontagiosa causada pelo Clostridium tetani, bactéria anaeróbia transmitida por inoculação direta na pele, cordão umbilical e através de trauma, cuja toxina age diretamente sobre o sistema nervoso central, causando contraturas e espasmos musculares, trismo e dificuldade para respirar devido a paralisia dos músculos respiratórios”, explicou.

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Segundo o Ministério da Saúde, entre os sinais e sintomas também estão rigidez e dores nos membros, como braços e pernas, rigidez abdominal, dificuldade de abrir a boca e dores nas costas. Em caso de ferimentos graves ou gestação, o Ministério alerta que se deve antecipar a dose de reforço caso a última dose tenha sido há mais de cinco anos. Além disso, o órgão também orienta sobre a existência do tétano neonatal. Trata-se de uma doença infecciosa aguda, grave, não contagiosa, que acomete o recém-nascido nos primeiros 28 dias de vida.

O Ministério da Saúde explica que a doença também é causada pela bactéria Clostridium tetani e tem como manifestação clínica inicial a dificuldade de sucção, irritabilidade e choro constante. Nesses casos, conforme a entidade de saúde orienta, a imunidade do recém-nascido é conferida a partir da vacinação adequada da mãe. Os filhos de mães vacinadas nos últimos cinco anos com três doses da vacina apresentam imunidade passiva e transitória até dois meses de vida.

Vacinação

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), 67,21% da população goiana tomou a vacina pentavalente, que garante a proteção contra o tétano, difteria, coqueluche, hepatite B e contra a bactéria Haemophilus influenza tipo b. Ainda segundo a SES, 47,79% tomaram a vacina tríplice bacteriana (DTP), indicada para prevenir a difteria, o tétano e a coqueluche. Além disso, 50,19% das gestantes goianas tomaram a vacina tríplice bacteriana acelular do tipo  adulto (dTpa), que protege a mãe da difteria, tétano e coqueluche.

Os dados preocupam e vão em desencontro com a meta preconizada pelo Ministério da Saúde de ampliar a cobertura da vacina pentavalente em Goiás para 95%. Conforme o infectologista Robert Fabian Crespo Rosas explicou, o ferimento produzido por um objeto enferrujado pode significar apenas um contratempo caso o indivíduo esteja com a vacinação em dia. Do contrário, pode ser o início de preocupações bem maiores. “A vacina para o tétano é a principal forma de prevenção da doença e deve ser iniciada dois meses após o nascimento”, afirmou.

O especialista orienta que os recém-nascidos devem tomar três doses bimestrais, com um reforço após completar um ano e meio e outro após atingir cinco anos de idade. “O tétano também pode atingir adultos, os mesmos devem fazer reforço a cada dez anos”, enfatizou. O infectologista também ressalta a importância de manter o cartão de vacinação atualizado. “O cartão de vacinação é o comprovante de que o indivíduo está protegido contra o tétano e outras doenças preveníveis por vacina”, disse. De acordo com o Ministério da Saúde, graças à vacinação, o tétano acidental é bastante raro no Brasil.

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