Abertura de micro e pequenas empresas cresce no primeiro trimestre de 2023
Ao todo, mais de 214,4 mil novos negócios foram registrados. Número de novos microempreendedores individuais caiu durante o período
Por: Vitória Bronzati
No primeiro trimestre de 2023, as micro e pequenas empresas registraram um crescimento significativo na abertura de novos negócios, alcançando um número recorde. De acordo com dados do Sebrae, foram criadas 214.413 empresas desse porte, representando um aumento de 9,2% em relação a 2022 e 60,8% em comparação com 2019, período anterior à pandemia.
Além do crescimento absoluto, as micro e pequenas empresas também ampliaram sua participação no grupo dos pequenos negócios, passando a representar 21,2% do total. Em 2022, essa participação era de 19,2%, e em 2019, de 17,5%. Décio Lima, presidente do Sebrae, destacou que esse resultado do primeiro trimestre reflete uma melhoria na qualidade do empreendedorismo e revela uma maior confiança dos empresários na economia brasileira.
Os Microempreendedores Individuais (MEIs), embora continuem sendo a grande maioria, tiveram uma leve queda na abertura de novos negócios em comparação com o mesmo período do ano anterior. No primeiro trimestre de 2023, foram registradas 798.826 formalizações, o que representa 78,8% do total de novas empresas. Em 2022, esse número foi de 823.244, correspondendo a 80,74% dos pequenos negócios.
A redução na abertura de MEIs contribuiu para uma ligeira queda no número total de pequenos negócios abertos no período, apresentando uma variação negativa de 0,6% em relação ao ano anterior. O total de novas empresas nos três primeiros meses de 2023 foi de 1.013.239, em comparação com 1.019.572 em 2022.
Ao analisar os setores, o segmento de Serviços se destacou, com 584.166 novas empresas abertas no primeiro trimestre de 2023, representando 57,7% do total. Em seguida, o setor de Comércio registrou 268.092 novos empreendimentos (26,5%), seguido por Indústria com 79.920 (7,9%), Construção Civil com 73.440 (7,2%) e Agropecuária com 7.621 (0,8%).
No que diz respeito à distribuição geográfica, o estado de São Paulo liderou o ranking, com o maior número de novas empresas, totalizando 291.144 (28,7%). Em seguida, estão Minas Gerais, com 110.126 (10,8%), e Rio de Janeiro, com 83.193 (8,2%).
O aumento significativo na abertura de micro e pequenas empresas no primeiro trimestre de 2023 reflete a resiliência e a confiança dos empreendedores brasileiros, mesmo diante do cenário desafiador provocado pela pandemia. Esses resultados podem impulsionar a recuperação econômica do país, contribuindo para a geração de empregos e o fortalecimento do setor empresarial.
Atividades
Entre as dez classes de CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) com o maior número de aberturas de MEIs, a maioria pertence ao setor de Serviços, representando 38,1% do total, seguido por uma classe do setor de Comércio (4,9%) e outra do setor de Construção Civil (3,8%).
A classe que se destaca é a de “Cabeleireiros e outras atividades de tratamento de beleza”, correspondendo a 6,6% do total de MEIs, seguida por “Atividades de publicidade não especificadas anteriormente” com 6,1% e “Atividades de ensino não especificadas anteriormente” com 5,3%. Essas dez maiores classes de CNAE correspondem a 46,8% do total de aberturas de MEIs.
No caso das micro e pequenas empresas, entre as dez maiores classes de CNAE com o maior número de novas empresas abertas, o setor de Serviços foi o mais encontrado nesse ranking, representando 30,4% do total, enquanto o setor de Comércio apareceu apenas uma vez, com 2,6% do total.
As dez maiores classes de CNAE em relação à abertura de micro e pequenas empresas correspondem a 33% do total. A atividade com o maior número de formalizações foi a de “Atividades de atenção ambulatorial executadas por médicos e odontólogos”, com 6,1%, seguida por “Serviços combinados de escritório e apoio administrativo”, com 4,7%, e “Atividades de profissionais da área de saúde exceto médicos e odontólogos”, com 4,4%.
O crescimento no número de micro e pequenas empresas abertas no primeiro trimestre de 2023, juntamente com a diversificação das atividades em diferentes setores, indica um ambiente empreendedor promissor e uma recuperação da confiança dos empreendedores na economia brasileira. Esses números podem trazer impactos positivos para o desenvolvimento econômico do país e a geração de empregos.
*Com informações da Agência Sebrae
