Goiânia é pioneira em inteligência artificial na oftalmologia

Tema será destaque em congresso realizado na capital. Uma entidade voltada para pesquisa no segmento será fundada durante o encontro

Postado em: 07-06-2018 às 17h50
Por: Márcio Souza
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Tema será destaque em congresso realizado na capital. Uma entidade voltada para pesquisa no segmento será fundada durante o encontro

O que há alguns anos parecia
ser puramente ficção chega à medicina como realidade. O uso da inteligência
artificial aliada ao diagnóstico de doenças está se popularizando. Uma das
especialidades pioneiras na técnica é a oftalmologia. Para discutir esse
avanço, Goiânia recebe nos dias 08 e 09 de junho um dos mais conceituados
pesquisadores da área, o professor Kang Zhang, dos EUA. O profissional vai
participar do 4º Congresso de Oftalmologia da UFG.

Inteligência artificial na oftalmologia

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A inteligência artificial com a finalidade de diagnosticar
patologias oftalmológicas tem uma de suas funcionalidades baseada na análise de
imagens. “Exemplificando é como se o algoritmo decorasse milhares de imagens e
aprendesse, após comparação dentro do banco de dados armazenado, a identificar
anormalidades presentes em exames”, explica Zhang. O especialista ainda
acrescenta que “nesse processo não há interferência humana. Isso possibilita
que o programa diferencie resultados e, baseado neles, descubra qual é a doença
do paciente analisado. A taxa de acertos do algoritmo em alguns testes foi
superior ao de oftalmologistas considerados experts em retina”.

Para o presidente do 4º Congresso de Oftalmologia da UFG,
José Beniz Neto, a oftalmologia goiana está um passo à frente no quesito
inteligência artificial. “Pela primeira vez temos um evento no Brasil que
destaca o assunto. Certamente os maiores beneficiados serão os pacientes de
Goiás porque os oftalmologistas daqui estarão qualificados e atualizados com a
nova técnica” ressalta.

Benefícios da inteligência artificial

Especialistas apontam que a logística de exames e consultas
seria facilitada com o uso da inteligência artificial. “Com o uso da ajuda
tecnológica o paciente não precisaria passar por várias consultas antes de
obter o resultado final. Isso diminuiria muito os custos. Além disso, haveria
redução de tratamentos desnecessários ocasionados por exames mal esclarecidos”,
explica Zhang.

A evolução da inteligência artificial em tratamentos médicos
está muito próxima. A expectativa dos pesquisadores é que no futuro a
tecnologia seja a principal aliada da medicina desde a hora do diagnóstico de
doenças até a decisão do tratamento mais adequado para cada uma delas.

Para o pesquisador Daniel Lucena, a inteligência artificial
em breve fará parte do cotidiano das pessoas. “Em vários pontos já é uma
realidade. O assunto é alvo de pesquisas e projetos em diferentes segmentos,
incluindo áreas antes não pensadas, como direito e jornalismo. Na medicina, não
será diferente. Pra nós que estudamos o processo de inteligência artifical, é
nítido que uma revolução na medicina está em curso”.

Goiânia é capital brasileira pioneira em inteligência
artificial 

Como marco das pesquisas utilizando a inteligência
artificial na medicina, será lançada durante o 4º Congresso de Oftalmologia da
UFG a Sociedade Brasileira de Inteligência Artificial em Oftalmologia (SBIAO).
Marcos Ávila, professor, chefe do serviço de oftalmologia da UFG e idealizador
do projeto, explica que este ato coloca Goiânia em posição de destaque. “Desde
agora já temos aqui na capital especialistas trabalhando no primeiro projeto do
Brasil de inteligência artificial voltado para a oftalmologia. Muito em breve
essa tecnologia estará disponível em hospitais oftalmológicos do Centro-Oeste e
posteriormente no restante do país. É por isso que vamos lançar durante o
Congresso da UFG as bases de uma entidade específica para o assunto”, revela.

 

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