Governo quer fazer 10 mil cirurgias na primeira fase

Ao todo 40 cidades com hospitais com capacidade para fazer as cirurgias realizarão as operações de todos os 246 municípios

Postado em: 31-05-2023 às 08h16
Por: Larissa Oliveira
Imagem Ilustrando a Notícia: Governo quer fazer 10 mil cirurgias na primeira fase
Ao todo 40 cidades com hospitais com capacidade para fazer as cirurgias realizarão as operações de todos os 246 municípios | Foto: Divulgação/ Iron Braz

O programa de cirurgias eletivas foi inaugurado nesta terça-feira (30/5) no Hospital Santa Mônica, em Aparecida de Goiânia. O lançamento contou com a presença da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) e da Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia. Além disso, as entidades tiveram a parceria do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado de Goiás (Cosems) e da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg).

Serão realizadas cirurgias gerais, ginecológicas, oftalmológicas e otorrinolaringológicas. “A gente estima que dê para atender até 10 mil pacientes na primeira fase”, afirmou a presidente do Cosems, Patrícia Palmeira de Brito Fleury.

Segundo ela, estima-se que dê para operar, em média, uns 900 pacientes a mais por semana. “Isso é estimado porque depende da complexidade do caso e do estado geral do paciente”, explicou. As cirurgias serão realizadas em 68 hospitais privados conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS), permitindo que as unidades estaduais com perfil de atendimento em média e alta complexidade tenham capacidade para ampliar a oferta de procedimentos ortopédicos.

Continua após a publicidade

Durante o evento, representantes de todas essas instituições esclareceram sobre o andamento do Programa do Ministério da Saúde em Goiás. A partir de terça-feira, pacientes triados e preparados começaram a ser operados na modalidade de cirurgia geral.

Pelo menos 900 procedimentos devem ser realizados a cada semana em 68 hospitais, tanto da rede privada como municipal. Ao todo 40 cidades do Estado já receberam do Governo Federal a primeira parcela da verba destinada ao programa para iniciar os procedimentos. 

Essas 40 cidades possuem hospitais com capacidade para fazer as cirurgias e realizarão as operações de todos os 246 municípios. Na primeira etapa, R$20 milhões serão disponibilizados para pagamento de cerca de 10 mil cirurgias. 

Principal objetivo

De acordo com o presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade  do Estado de Goiás (Ahpaceg), Haikal Helou, o programa não gerará lucro. “Nós estamos cumprindo a nossa função social”, afirmou. Conforme ele explicou durante o lançamento, o principal objetivo da iniciativa é reduzir a fila de espera. “Conseguiremos diminuir essa fila que era vergonhosa para todos nós brasileiros. A nossa expectativa é que daqui um ano a fila seja dentro dos padrões de normalidades, tanto europeu quanto canadense, dois a três meses por uma cirurgia eletiva”

Durante o evento, o secretário de saúde de Aparecida de Goiânia, Alessandro Magalhães explicou que, atualmente, a fila de espera do município contabiliza 1220 pacientes. Com o novo programa, porém, o secretário afirma que já há resultados positivos. “Isso possibilitou que a minha fila em Aparecida reduzisse mais de 50%. Hoje, nós temos a previsão de fazer 600 cirurgias por mês. Então isso vai possibilitar atender esses 48 municípios agora com a gente”, enfatizou.

Fila de espera

O gari aposentado, Luís Ferreira de Andrade, de 50 anos, é de Senador Canedo e aguarda cirurgia de vesícula há três anos. “O médico pediu um exame de rotina, porque eu já havia sentido essa dor, para ver o que estava acontecendo. Através do exame, ele constatou que era pedra na vesícula. Foi bastante tempo esperando a cirurgia. Foi um período necessário de espera por causa da pandemia, porque ela chegou e teve que parar tudo. Mas a espera é sempre ruim”, contou. 

Luiz relata que recebeu uma ligação, informando que ele finalmente faria a cirurgia, devido ao investimento do Governo Federal e do Estado de Goiás. “Não esperava que fosse operar agora, então foi muito bom. Eu fiquei muito alegre porque a gente já sai desse período de dor, porque a dor não é agradável. Então foi muito bom receber a notícia de que serei operado. Agora é colocar na mão de Deus para que dê tudo certo”, afirmou. 

Novos critérios

O secretário estadual da Saúde, Sérgio Vencio, explicou durante o evento que a fila de espera aumenta diariamente. “Só o estado opera em torno de cinco mil pessoas por mês e os municípios continuam operando, então todos os meses essa fila aumenta e diminui”, disse. Ainda segundo o secretário, a expectativa a partir de agora é tentar fazer um ordenamento para que a fila seja seguida. “Por isso nós colocamos essa fila única, para que a gente possa zerar essas filas em muitas cidades”, destacou.

Vencio destaca que o programa será contínuo. “Porque agora nós temos essa verba do Ministério da Saúde e temos a verba do próprio estado”, explicou. A partir de agora, são vários os novos critérios para a fila de espera, que foram decididos na Comissão Intergestores Bipartite (CIB). “Envolve gravidade, tempo de espera na fila, mas são cirurgias eletivas, não são cirurgias de urgência, então o critério de emergência não entra nesse fator, elas são as emendas parlamentares”, afirmou Sérgio Vencio. 

Ainda segundo o Secretário Estadual de Saúde, o Ministério da Saúde entendeu que, durante a pandemia da Covid-19, as cirurgias pararam de ser realizadas e as filas em todos os estados aumentaram. Por conta disso, foi destinada uma verba nacional, que foi dividida por população. “Goiás ficou com R$ 20 milhões e o estado complementou com mais R$ 20 milhões para acelerar essas cirurgias”, enfatizou. Segundo o secretário, o grande problema hoje do tratamento do SUS é que ele é subfinanciado. “A verba que vem do Ministério da Saúde não é capaz de pagar os custos dos procedimentos. O Governo de Goiás gasta hoje R$ 2,3 bilhões com a saúde, em todo o estado. O Ministério da Saúde só paga 10% desse valor, todo o resto provém do tesouro estadual”, argumentou Sérgio Vencio. O secretário ressaltou que a fila única foi feita para que houvesse um quantitativo de pacientes em apenas um lugar. “Então o Ministério da Saúde vai pagar a tabela e nós vamos complementar com mais um valor dela”, apontou.

Veja Também