Praias do Rio Araguaia devem receber 800 mil pessoas

O destino é procurado por muitos turistas, mas o poder público tem manifestado preocupação com a preservação ambiental

Postado em: 09-06-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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O destino é procurado por muitos turistas, mas o poder público tem manifestado preocupação com a preservação ambiental

Rafael Melo 


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As praias de água doce do Rio Araguaia atraem turistas de diversas regiões, até mesmo de outros países. O local já é considerado uma das principais atrações turísticas de Goiás, são várias opções de lazer dentro e fora da água em meio aos acampamentos, embarcações e atividades radicais. Dentre as cidades banhadas pelo Rio, Aruanã é o destino mais procurado e espera receber cerca de 800 mil pessoas nessa próxima temporada.

Oriunda de Goiânia, Dayane Costa, 32, é uma das turistas que frequenta as praias há mais de 15 anos com toda a família. “Minha primeira experiência lá foi fantástica, deparar com aquela imensidão de água e curtir o pôr-do-sol é simplesmente maravilhoso. Sempre vou com familiares ou amigos. Vamos praticamente todo ano no período de alta temporada, entre julho e agosto, é o momento mais adequado para desfrutar das praias”, conta Dayane. É nesse período que a água fica em um nível mais baixo e surgem longos bancos de areia, apropriados para acampamentos e quiosques.

Além das opções de passeio, há também oportunidade de pesca que para alguns é considerado um esporte. Centenas de barqueiros navegam pelo Rio, nessa época do ano com atenção redobrada devido à alta movimentação dos barcos. Além disso, os visitantes podem apreciar o Rio Vermelho que também passa por Aruanã. Conhecer o local onde as águas dos dois rios se encontram é outra possibilidade de passeio da cidade.

No entanto, o poder público tem manifestado uma preocupação excessiva com as ocupações consideradas irregulares aliadas aos desgastes da preservação ambiental. Dayane afirma que nos últimos anos tem percebido um aumento do lixo nas margens do Rio, resultado de descartes inadequados de resíduoes. “Sempre nos preocupamos com a preservação do meio ambiente, levamos sacos plásticos para fazer o descarte correto do lixo assim que chegamos à cidade. Mas, infelizmente, temos notado mais poluição nas praias, até a quantidade de mosquitos tem aumentado consideravelmente”, acrescenta.


Preservação 

Para conter os maus aspectos de preservação ambiental o MPF expediu recomendações aos municípios de Aragarças, Aruanã e Britânia para que regularizem o uso e ocupação das praias fluviais e terrenos marginais do Rio Araguaia junto à Secretaria do Patrimônio da União (SPU). Além disso, recomendou-se que realizem atividades de conscientização e fiscalização ambientais.

Também foram expedidas recomendações ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e à Secretaria do Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos do Estado de Goiás (Secima) para que realizem atividades de fiscalização e conscientização ambientais às margens do Rio Araguaia durante o mês de julho, época de maior incidência de turistas na região.

Em nota, a Secima esclareceu que a preservação do Araguaia tem sido uma preocupação constante da Secretaria. “Quanto à recomendação do MPF, a Secima foi notificada na tarde de quarta-feira (06) e responderá ao ofício dentro do prazo informando as providências a serem adotadas. Entretanto, todos os anos a Secima reforça suas ações de fiscalização e educação ambiental na região do Rio Araguaia durante a temporada de férias de julho”.


Fiscalizações e penalidades

Na terça-feira (5) o Ministério Público Federal (MPF) em Goiás ajuizou uma Ação Civil Pública (ACP) em desfavor do proprietário rural Lusenrique Quintal. O objetivo é a reparação material e econômica dos danos ambientais causados, inclusive do dano moral coletivo ambiental, nas fazendas Santa Rita do Araguaia e Rio Araguaia, de propriedade do réu, localizadas no município de Jussara/GO, na margem direita do Rio Araguaia.

De acordo com a ação, uma série de irregularidades vem sendo praticadas por Lusenrique Quintal no empreendimento, com a grave omissão da Agência Nacional de Águas (ANA) e da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de Goiás (Secima), que concederam outorgas para captação de água e algumas licenças ambientais fracionadas sem a análise do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (Rima) e, ainda, sem a realização de audiência pública, medidas impostas pela legislação ambiental. 

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