Arrecadação cresce 30% durante Festival Italiano de Nova Veneza

Com acesso gratuito para a população, festival terá uma ampla programação dedicada à cultura italiana

Postado em: 01-06-2023 às 08h30
Por: Larissa Oliveira
Imagem Ilustrando a Notícia: Arrecadação cresce 30% durante Festival Italiano de Nova Veneza
Com acesso gratuito para a população, festival terá uma ampla programação dedicada à cultura italiana | Foto: Divulgação/Prefeitura de Nova Veneza

A Prefeitura de Nova Veneza (GO) realiza a 17ª edição do Festival Italiano de Nova Veneza entre os dias 1 e 4 de junho. Com o tema “Uma Itália em Nova Veneza”, o Festival se enquadra no patamar dos grandes festivais do Brasil. A festa foi criada para valorizar a história da cidade, formada por colonos italianos que vieram para o Brasil há mais de 100 anos. Durante os quatro dias de festa, o evento, que já integra o calendário goiano, são esperados mais de 120 mil visitantes.

Com acesso gratuito para a população, o Festival contará com uma ampla programação dedicada à cultura italiana com muita música, apresentações artísticas, gastronomia e muito mais. No total, são 55 expositores nas áreas de artesanato, comida e bebida. Além disso, há dois restaurantes e a Cantina da Nonna servindo os visitantes. Só a Cozinha da Nonna, que é a cozinha oficial do evento, conta com 60 cozinheiras que estarão envolvidas na preparação de cerca de 20 mil porções do cardápio com 20 opções.

Aproximadamente 3,5 mil moradores estarão envolvidos no atendimento ao público. Dentre as atrações artísticas e culturais, estão as apresentações do cantor Sérgio Reis, do Grupo Folclórico Ítalo-Brasileiro, dos Tenores do Brasil, da cantora Izadora Cruz, do tenor Weber Rosa e do cantor Alex Mayer. Além disso, também haverá o Baile de máscaras, o desfile do Panelaço, o show da Banda Gênova e apresentações locais do Coral Infantil e do Coral Amici Di Venezia.

Continua após a publicidade

Festa é acompanhada de faturamento

Conforme o prefeito de Nova Veneza afirma, é perceptível uma movimentação intensa com a compra de insumos para os preparativos. De acordo com a Secretaria Municipal de Finanças, só a arrecadação municipal cresce aproximadamente 30% durante o evento. “Após o evento, o comércio também fica aquecido, devido ao ganho da renda extra de todos que trabalharam no evento. Por isso, digo sempre que o Festival Italiano é o 14° salário da população”, informa o prefeito Valdemar Costa.

O secretário de turismo de Nova Veneza, Marco Túlio Amaral, afirma que as linhas de produção começam a partir de fevereiro. “O município já começa a sentir o impacto econômico direto desde o pré-festival”, afirma em entrevista exclusiva ao jornal O Hoje. O secretário acrescenta que, após o evento, a arrecadação da cidade aumenta devido ao lucro advindo do festival. “Mais da metade da população trabalha diretamente, seja na sua casa, com seu estacionamento devidamente vistoriado pela polícia, ou dentro do evento”, conclui.

Segundo Marco Túlio Amaral, além da importância econômica, o festival também tem importância cultural. “Onde as nossas crianças consigam entender o que é a imigração, de onde veio essa tradição e o que a gente faz para poder manter isso, seja através das danças, do coral ou da miscigenação de línguas”, explica. O secretário de turismo informou ao Hoje que a Prefeitura de Nova Veneza montou, inclusive, uma aula de italiano para toda a comunidade. “Nós temos 60 inscritos de 14 a 60 anos”, afirmou.

O secretário ressalta que uma nova turma será aberta no mês de agosto, por conta da alta demanda. “Assim, 60% da população é descendente de italiano. Os outros 40% são descendentes de coração. Nós temos pessoas aqui no município que são apaixonadas pela cultura e pela tradição italiana e vivem ela como se tivessem no sangue, seja dando aulas em italiano, dando aulas de coral, seja trabalhando nas cantinas, expondo seus produtos de tradição ou vendo os amigos e parentes trabalhando ”, destaca Marco Túlio Amaral.

Trabalhadores

Os comerciantes Ângela Maria e Henrique Rodrigues, donos do supermercado Barranco, também dizem o mesmo. Eles já estão em sua sexta edição do festival como fornecedores para o restaurante oficial do evento, a Cantina da Nonna. “São realizadas compras específicas para atender a demanda, o fechamento mensal tem um acréscimo de venda de 20% superior ao mês, em relação ao que costumo vender, essa margem é muito importante para nossa rentabilidade”, afirma Henrique Rodrigues, comerciante há 20 anos. 

A dona de casa Telma Maria de Sousa, de 55 anos, se dedica a cozinhar as massas na Cantina da Nonna. Ela conta que nos quatro dias de evento, ela recebe o equivalente ao salário de um mês. “Esse cozimento de massas gera renda a mais cinco mulheres. Todas trabalhamos muito felizes e somos apaixonadas pela cidade e pelo festival, é muito importante a valorização que recebemos”, enfatiza. 

O chefe de cozinha, Antônio Faquim, de 32 anos, participa todos os anos do Festival, montando uma cozinha com 15 pratos. “A renda média que ganhamos nos quatro dias do evento equivale a seis meses de faturamento no restaurante que tenho na cidade”, revela. 

O fornecedor de carne bovina, Cleiton Divino Mesquita, de 55 anos, entregou 19 vacas para o mesmo estabelecimento. Segundo ele, a movimentação para os preparativos iniciou há cerca de 45 dias do evento. “Quando se aproxima do festival a entrega aumenta cerca de 20% em comparação aos meses em que não temos o festival”, explica Cleiton.

Nova Veneza

Um pedacinho da Itália, na região Centro-Oeste do Brasil. Assim é Nova Veneza, que fica a menos de 30 quilômetros de Goiânia. A pequena cidade, com pouco mais de nove mil habitantes, é a maior representação da imigração italiana da região central do Brasil e esconde uma rica história cultural. Cerca de 60% de seus moradores são descendentes de italianos, que migraram para a região há mais de um século. E os que não são descendentes, abraçaram esta cultura e já se consideram italianos de coração. 

Um a cada três moradores trabalham no Festival Italiano de Nova Veneza. Toda a cadeia produtiva da região é envolvida de produtores de milho, tomate, hortaliças, gado, frango, entre outros, a profissionais do setor de gastronomia, eventos e artistas. “O Festival mexe com toda a cidade, tanto no envolvimento dos moradores com a cultura italiana quanto na economia, que começa a ser aquecida meses antes mesmo do evento acontecer”, afirma o prefeito da cidade, Valdemar Costa.

Veja Também