Perdidos que agora foram achados

O serviço ‘Tá na Mão’ dos terminais e ônibus de Goiânia, até hoje, devolveu mais de 2.200 artigos para os respectivos donos, 248 deles só em 2018

Postado em: 11-06-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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O serviço ‘Tá na Mão’ dos terminais e ônibus de Goiânia, até hoje, devolveu mais de 2.200 artigos para os respectivos donos, 248 deles só em 2018

Raunner Vinícius Soares*


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Na tradição popular quando as pessoas perdem algum objeto recorrem ao santo dos objetos perdidos, São Longuinho. É só falar, por exemplo, “São Longuinho, São Longuinho, se eu encontrar meu guarda chuva eu vou dar três pulinhos”. Mas as pessoas não supersticiosas, geralmente, são obrigados a apelar aos achados e perdidos do local, que sempre foi uma forma útil de obter objetos, que por desventura são perdidos nos locais públicos ou de uso comum. O prazer de obter um objeto perdido, muitas vezes, significa um alivio financeiro ou até mesmo emocional ao dono. Pensando nisso o Tá na Mão, é um serviço da Rede Metropolitana de Transporte Coletivo (RMTC) disponibilizado aos seus usuários.

O balanço deste ano, até o mês de maio, foi de 248 objetos devolvidos aos clientes do transporte. Foram registrados no sistema 3.016 objetos perdidos, sendo eles, 465 cartões sitpass que é devolvido ao SET, empresa responsável por emitir este cartão. Nos três meses em que o serviço funcionou de forma experimental, no ano de 2014, a central recebeu e cadastrou mais de 1.400 itens e devolveu cerca de 120. Documentos pessoais, como identidade, CPF, carteira de habilitação e carteira de trabalho, representam grande parte dos itens que chegam à Central, seguidos por carteiras com documentos, exames médicos e mochilas.

O serviço permite a entrega ou recuperação de objetos encontrados nos ônibus e terminais de toda Região Metropolitana de Goiânia. Em média, três pessoas por dia conseguem recuperar seus pertences.  Embora o serviço exista há quase 4 anos, a maioria dos objetos enviados à Central Tá na Mão, não são procurados por seus donos. Desde que foi criado, mais de 20 mil itens perdidos ou esquecidos foram encaminhados ao local. Porém, apenas 2.205 foram devolvidos a seus proprietários, o que representa pouco mais de 10% do total.

Os objetos permanecem na Central à disposição do proprietário por 30 dias. Quando não requisitados, alguns artigos como roupas, alimentos e outros acessórios de necessidades básicas são doados para a Associação de Serviço à Criança Especial de Goiânia (ASCEP). A Instituição filantrópica, sem fins lucrativos, atende crianças e adolescentes, com transtorno mental, deficiência intelectual e física, em regime interno, e também funciona como Centro Dia, além de escola de ensino especial gratuito.

Segundo uma funcionaria do Tá na Mão, Silene Lau da Costa, todos os objetos perdidos vão para o Terminal Bandeiras, onde é catalogado no sistema e disponibilizado para os usuários do transporte coletivo no site da empresa. “Todos os objetos encontrados em terminais e ônibus são trazidos para cá em malotes. E quando o artigo não tem formas de identificar o dono como, por exemplo, roupas, guarda-chuvas e vários outros, então a devolução vai de acordo com a descrição do objeto”, afirma Silene. 


Pressa

Os objetos mais surpreendetes entre os ‘esquecidos’ são as próteses dentarias e próteses de membros inferiores (perna mecânica). Em maior quantidade são encontrados documentos, isso inclui identidade, escritura de imóveis, carteira de trabalho, habilitação, título de eleitor, certidão de casamento, e, ainda, passaportes. E em menor, remédio, quadro de fotografia, bíblia e mochila com roupa. E têm os estudantes que são transportados todos os dias pelo coletivo, aqueles que são obrigados a usar a mente constantemente, esquecem livros didáticos, sitpass escolar, histórico escolar e até mesmo suas mochilas.  


Objetos ficam na central por cerca de 30 dias a espera do dono 

A Gestora de Terminais do Consórcio RMTC, Wilma Avelar, afirma que, com o início da divulgação, a expectativa é que a procura pelo serviço seja cada vez maior. “Tanto a entrega quanto a busca agora podem ser feitas de uma forma muito mais rápida e prática. À medida que o Tá na Mão se tornar conhecido, a tendência é que as pessoas se sintam mais seguras para devolver aquilo que encontrarem e também buscar aquilo que foi perdido. Essa proposta de centralizar o Perdidos e Achados é um diferencial oferecido por poucas concessionárias de transporte público no Brasil”, destacou.

Se o usuário encontrou algum objeto dentro de um ônibus ou terminal, basta entregá-lo ao encarregado de qualquer um dos 21 terminais geridos pela RMTC. Todo o material recolhido nos terminais e garagens é encaminhado para a Central “Tá na Mão”, que fica no Terminal Bandeiras (Av. dos Alpes, Jardim Europa – Goiânia). O funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 13h e das 15h às 18h, e aos sábados, das 8h às 12h. 

Para localizar objetos que não possuam o nome, como roupas, acessórios, bolsas, guarda-chuvas, etc., é necessário ir diretamente à Central Tá na Mão e apresentar um documento pessoal com foto. Os objetos permanecem à disposição do proprietário por 30 dias, contados a partir da data em que foram entregues. Após este período, os documentos pessoais são encaminhados ao Correios. (Raunner Vinícius Soares é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)  

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