Mês de Conscientização da Cardiopatia Congênita: 30 mil brasileiros nascem por ano com esse problema

As cardiopatias congênitas são anomalias ocasionadas por defeitos anatômicos do coração que levam à insuficiência circulatória

Postado em: 07-06-2023 às 10h09
Por: Ícaro Gonçalves
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As cardiopatias congênitas são anomalias ocasionadas por defeitos anatômicos do coração que levam à insuficiência circulatória | Foto: Reprodução

A cada ano, de acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 30 mil crianças nascem com cardiopatia no Brasil e aproximadamente 40% delas vão necessitar de cirurgia ainda no primeiro ano, o que representa 12 mil pacientes.

As cardiopatias congênitas – que têm até uma data, 12 de junho, para orientar as pessoas sobre seus riscos e tratamentos – são anomalias ocasionadas por defeitos anatômicos do coração ou dos grandes vasos associados, que levam à insuficiência circulatória e respiratória dentre outras consequências graves, podendo comprometer a qualidade de vida ou a própria vida do paciente.

O diagnóstico do problema ainda durante a gestação é fundamental para o acompanhamento da gravidez e o planejamento adequado da assistência médica e do tratamento necessário após o nascimento. Quando identificada uma malformação cardíaca, a equipe médica especializada poderá adotar as medidas apropriadas para garantir a melhor assistência possível ao bebê.

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O exame indicado para esse diagnóstico é a ecocardiografia fetal. Trata-se de um exame de imagem que utiliza o ultrassom para visualizar o coração do feto e suas estruturas, permitindo identificar possíveis anomalias cardíacas e proporcionando intervenções precoces, quando necessárias. A médica pediatra com atuação em ecocardiografia pediátrica e fetal Beatriz Mariano, da equipe do CDI – Centro de Diagnóstico por Imagem, explica que o exame é geralmente realizado entre a 24ª e a 28ª semanas de gestação, quando já é possível visualizar com clareza as estruturas cardíacas do feto.

Durante a realização do ecocardiograma fetal, o médico, com área de atuação em medicina fetal, analisa cuidadosamente as estruturas cardíacas, avaliando a anatomia, o funcionamento e a circulação sanguínea do coração do bebê. O ecocardiograma fetal é especialmente recomendado quando existem fatores de risco conhecidos, como histórico familiar de doenças cardíacas, problemas cardíacos prévios em gestações anteriores ou condições médicas da mãe que possam afetar o desenvolvimento do feto. No entanto, cada caso deve ser avaliado individualmente pelo médico obstetra ou cardiologista fetal, que irá determinar a necessidade do exame.

Mães

Foi por meio deste exame que um grupo de mulheres goianas, que até então não se conheciam, se deparou com uma notícia que lhes tirou o chão: grávidas, elas descobriram que seus bebês tinham cardiopatia congênita. Cada uma do seu jeito, elas iniciaram batalhas para garantir o nascimento e a sobrevivência dos filhos. Isso foi há mais de 13 anos.

Nesta caminhada, elas depararam-se com a falta de atendimento em Goiânia, desconhecimento por parte de médicos, poucos exames disponíveis, a necessidade de buscar assistência fora do Estado, enfim, uma luta em defesa dos bebês.

Após os nascimentos, a batalha continuou com cirurgias precoces, o medo diante da fragilidade dos pequenos e muitas inseguranças. Batalhas que foram sendo vencidas. Ao mesmo tempo em que comemoraram as vitórias dos filhos, as mamães foram também abraçando outra causa: ajudar famílias que enfrentavam o mesmo problema.

Associação Amigos do Coração

Assim, nasceu a Associação Amigos do Coração. “Transformamos nossa dor em amor, acolhimento e apoio a outras mães e famílias”, conta uma das fundadoras da Associação, Martha Camargo. A luta, de acordo com Eliade Pontes e Geysa Machado, respectivamente, mães de um garoto e de uma menina que nasceram com cardiopatia, inclui um grande trabalho educativo, a defesa da ampliação da assistência diagnóstica e médico-hospitalar a crianças com cardiopatia congênita, o acolhimento a famílias necessitadas e o apoio aos pacientes.

Parte do resultado desse trabalho poderá ser visto no domingo, 11 de junho, véspera do Dia Nacional de Conscientização da Cardiopatia Congênita, quando a Associação realizará um grande evento no Parque Vaca Brava, a partir das 9 horas. São esperadas mais de 200 pessoas. O evento terá brincadeiras, lanches, orientações médicas, atividades físicas – sim, crianças com cardiopatia podem e devem se exercitar – e muito mais.

Exames

Durante o evento, o CDI – Centro de Medicina Diagnóstica, que abraçou a causa da Associação Amigos do Coração, vai divulgar alguns exames também fundamentais para diagnósticos e monitoramento do desenvolvimento de crianças com cardiopatia congênita. A diretora do CDI, médica Colandy Nunes Dourado, cita alguns deles, como a ecocardiografia 3D pediátrica, ecocardiografia a cores pediátrica, ultrassom pediátrica, tomografia pediátrica e elastografia hepática pediátrica, todos oferecidos pelo CDI.

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