Goiânia bate recorde no plantio de mudas de árvores

Segundo balanço da Amma, 2022 bateu recorde com o plantio de 199.591 mudas de árvores, enquanto em 2021 foram plantadas 92.088

Postado em: 12-06-2023 às 08h48
Por: Larissa Oliveira
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Segundo balanço da Amma, 2022 bateu recorde com o plantio de 199.591 mudas de árvores, enquanto em 2021 foram plantadas 92.088 | Foto: Divulgação

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a capital do estado de Goiás foi eleita a cidade mais verde do Brasil. No último Censo Demográfico (2010), a taxa de arborização de Goiânia era de 89,3%. Além disso, a capital contava com 94 metros quadrados (m²) de área verde por habitante, sendo o segundo maior quantitativo proporcional do mundo, precedido apenas de Edmonton, no Canadá, com taxa de 100 m². E é por este motivo que Goiânia é considerada a capital verde do Brasil. 

Segundo a Prefeitura de Goiânia, a capital do Estado de Goiás se destaca por implementar um modelo de desenvolvimento urbano aliado à consistente política de responsabilidade ambiental. Além do grande número de áreas verdes, que supera em quase oito vezes a taxa preconizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), que é de no mínimo 12 m² por habitante, a capital goiana é a cidade brasileira com maior quantitativo de árvores em vias públicas. 

Em nota ao jornal O Hoje, a Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) informou que, até janeiro deste ano, realizou o plantio de cerca de 292 mil mudas de árvores. Conforme o balanço, 2022 bateu recorde com o plantio de 199.591 mudas de árvores, enquanto em 2021 foram plantadas 92.088. Segundo o último levantamento do Plano Diretor de Arborização da Amma (2007), Goiânia possuía em torno de 900 mil árvores em passeios públicos e canteiros centrais e praças. 

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Atualmente, existem diferenças notáveis entre os bairros ou regiões do município quanto à arborização, como por exemplo pela história de cada bairro. Conforme a Amma afirma os setores Jaó, Leste Universitário, Sul e Oeste são mais arborizados do que Negrão de Lima, Bueno e especialmente Campinas, por exemplo. Porém, a Agência enfatiza que já atua de maneira efetiva no aumento da arborização urbana por meio de projetos reconhecidos como o Disque-Árvore. 

Por meio do WhatsApp do Disque Árvore no número 62 9639-7495, o morador solicita, e depois de uma análise técnica, a espécie adequada é plantada na calçada do solicitante. Em nota, a Amma ressalta que a arborização urbana é essencial para a qualidade de vida da população, aumenta a área permeável, diminui os alagamentos ao escoar a água da chuva, regula temperatura, melhora a qualidade do ar, possibilita a manutenção da umidade relativa e a beleza estética da cidade. 

Goiânia possui 173 parques e bosques

Goiânia também é destaque pela quantidade de parques que possui. Conforme a Amma divulga, no total, são cerca de 173 parques e bosques em toda a capital goiana. Os mais famosos são o Parque Vaca Brava, localizado no Setor Bueno, seguido do Parque Flamboyant, localizado no Jardim Goiás. Já o Bosque dos Buritis e Lago das Rosas ficam localizados no Setor Oeste da cidade. Há também o Parque Areião, que abrange os setores Pedro Ludovico, Marista e Sul.

Esses espaços públicos contribuem diretamente na arborização e consequentemente, no porquê Goiânia continua no ranking das cidades mais verdes do país. Segundo o Plano Diretor de Arborização da Amma, há mais de 950 mil árvores presentes nas vias públicas da cidade e que fazem de Goiânia a capital estadual com maior número de árvores por habitantes do Brasil. O plano evidencia que há 382 espécies de árvores diferentes. A mais presente é a Monguba, que responde por 19% dos exemplares.

Benefícios

Em entrevista ao jornal O Hoje, o biólogo João Pedro Cicatelli ressaltou as vantagens que as inúmeras áreas verdes proporcionam à saúde humana e ao meio ambiente. “A arborização é responsável por diversos benefícios, como redução de temperatura do ambiente, aumento da umidade do ar, redução de poluição visual e sonora, sustentação da terra devido às raízes e a manutenção da flora, que é oriunda do cerrado, pois muitos exemplares estão em extinção”, afirmou. 

O biólogo disse que mora no Setor Pedro Ludovico, em frente ao parque Areião e, segundo ele, a principal vantagem da cidade ter muitos parques e bosques é o aumento da qualidade de vida. Além disso, João Pedro ressalta que as árvores auxiliam na melhora da qualidade do ar, mas que não o ‘limpa’ completamente. “É comprovado que na questão de poluição, as árvores são neutras. Não que isso tire o mérito, mas algo muito mal difundido é que as árvores realizam uma grande parte da higienização do carbono”, explica. 

Políticas Públicas

Segundo Gerson Neto, especialista em Planejamento Urbano e Ambiental, Goiânia não precisa ser a cidade mais arborizada do Brasil. “Acho que o foco é Goiânia ter uma arborização suficiente para a qualidade de vida de seus habitantes. Além disso, temos que ter uma política pública de arborização”,afirma. 

O especialista explicou que a capital não implementou políticas públicas de arborização urbana. “Temos um plano diretor de arborização que só recentemente foi enviado para a Câmara, mas do qual não conhecemos sequer o conteúdo”, contou. 

Ainda segundo o especialista, é preciso muito trabalho para estabelecer consensos e avançar na arborização da cidade. “Já aprendemos que não se pode plantar jamelões na calçada porque as pessoas escorregam. Aprendemos que não se pode plantar flamboyant ou mangueira em calçadas porque as raízes aéreas as destroem. Aprendemos que não se pode plantar árvores de grande porte em baixo da rede de fiação elétrica aérea”, conta Gerson Neto.

Conforme Gerson Neto afirmou ao Hoje, hoje há grandes avenidas com calçadas obstruídas e com pouquíssima arborização. “Na periferia evidentemente a situação é pior. Goiânia só tem esse título de cidade verde por causa do planejamento urbano que delimitou lotes grandes com áreas de quintal e calçadas largas, onde cabe arborização. Essas regras têm sido a cada plano diretor mais flexibilizadas e a tendência é de que as árvores ocupem menos espaço nas cidades”, disse.

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