Sincronização de semáforos é solução para melhorar trânsito de Goiânia

Cada dia que passa, o trânsito da cidade fica mais tumultuado. Milhares de veículos circulam de norte a sul, e de leste a oeste, deixando as vias cheias e a trafegabilidade lenta. Mas, para resolver esse problema e desafogar o congestionamento diário, desde abril, a Secretaria Municipal de Mobilidade de Goiânia (SMM) tem realizado a ressincronização dos semáforos que ficam nas principais avenidas da capital, para formar o que é chamado de Onda Verde. 

Segundo a pasta, atualmente as avenidas 85, Assis Chateaubriand, T-63, T-4 e Castelo Branco, principais gargalos de Goiânia, já estão com semáforos ressincronizados. O secretário municipal de Mobilidade, Vinícius Alves, aposta que a ressincronização dos semáforos vai garantir maior fluidez e reduzir o tempo da população no trânsito. “O nosso principal objetivo, e essa é uma bandeira da SMM, é melhorar a qualidade de vida de todos”, afirma. 

Em entrevista ao Jornal O Hoje, o especialista em mobilidade urbana, Marcos Rothen, analisou o cenário e disse que atualmente é comum os motoristas ficarem mais tempo parados nos semáforos do que circulando. “Quanto mais vezes o motorista é obrigado a parar nos semáforos, piores eles consideram o trânsito, aumentando o estresse. Também esse número de paradas em semáforos prejudica a trafegabilidade, pois a cada parada os veículos têm que reduzir a velocidade para parar e depois perdem tempo até atingirem a velocidade normal”, explica.

Rothen destaca que quanto mais os veículos tiverem que parar, mais tempo se perde durante um trajeto pela capital. “Além de gastar mais tempo, o maior número de paradas, maior e a irritação dos veículos. Mas também é preciso sincronizar os semáforos de outras ruas por onde o tráfego flui. Uma rua sem sincronização muitas vezes afeta outras vias”, pontua o especialista que aponta este como um ponto negativo para  a mobilidade de Goiânia.

“Como em Goiânia temos poucos engenheiros e agentes, alguns problemas existem há muitos anos e não são resolvidos. Um exemplo disso é que há muitos anos há um erro na programação do semáforo na Avenida 85 esquina com a Avenida Edmundo Pinheiro, para quem vem da Serrinha para o Centro, nesse sentido o vermelho é maior o que causa atrasos e muitas vezes congestionamentos”, aponta outra das problemáticas.

“Nós sabemos que, se conseguirmos chegar no nosso local de trabalho ou em casa no final do dia de forma mais rápida, para usufruir de mais tempo com as famílias, é um enorme ganho para o conjunto da sociedade”, destaca Vinícius Henrique Alves. O secretário explica que grande parte do trabalho de sincronização tem sido feito de forma manual, já que a estrutura semafórica de Goiânia ainda conta com equipamentos da década de 1990. 

“Ainda precisamos concretizar o processo licitatório, que se arrasta há alguns anos, para modernizar o parque semafórico da capital”, disse o secretário. “Com um centro de controle de operações, vamos conseguir mapear Goiânia como um todo. Até isso se concretizar, teremos que fazer um esforço e trabalhar com o que temos”, complementou  Vinícius.

O processo licitatório para a modernização do parque semafórico de capital está na fase final das correções realizadas junto aos órgãos de controle, como o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), em face de questionamentos de empresas que disputaram inicialmente o certame. “Nós acreditamos que, nas próximas semanas, podemos republicar o processo licitatório que vai trazer grandes avanços para a mobilidade dos moradores de Goiânia”, ressalta a SMM

Referente a licitação que havia sido apresentada  durante coletiva de imprensa no dia 4 de abril deste ano, onde o secretário apresentou a proposta, a reportagem procurou a SMM para saber detalhes do andamento mas até o fechamento desta edição não obtivemos resposta. 

O especialista em mobilidade diz que é preciso investir na modernização da tecnologia, e que é necessário a contratação de um maior número de agentes de trânsito para acompanharem o dia a dia das ruas. “Adquirir apenas equipamentos e softs sem terem pessoas qualificadas para usarem esses equipamentos, o aproveitamento da tecnologia é bem menor. Precisamos de atividade humana e tecnologia aliadas para melhoria do trânsito”, finaliza Marcos.