Bombeiros focam no combate a queimadas em florestais e parques

A intenção é evitar que se repitam os casos de incêndios de grandes proporções

Postado em: 18-06-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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A intenção é evitar que se repitam os casos de incêndios de grandes proporções

Gabriel Araújo*

Começaram os preparativos para o início do plano emergencial interno de combate aos incêndios florestais no Parque Estadual Telma Ortegal. A chegada do período de seca e a queda na umidade relativa do ar neste mês de junho elevou a preocupação do Governo Estadual com as queimadas em áreas de proteção ambiental por todo Estado. 

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De acordo com o Estado, as principais medidas estão na execução de aceiros internos e nas redondezas do parque, o treinamento da equipe interna com brigadistas, o preparo do caminhão-tanque carregado com água e o patrulhamento dentro e fora da área para identificar possíveis focos e agir com rapidez, prevenindo incêndios.

Para o coordenador do Parque Estadual Telma Ortegal, Tiago Cintra, a escala dos servidores estará diferente este ano e todos podem ser convocados em caso de incêndio. “A intenção é evitar que se repitam os casos de incêndios de grandes proporções que devastaram grandes áreas do parque nos anos anteriores”, completou Cintra.

A morte do Cerrado

O Cerrado é um bioma em extinção. Segundo o Fundo Mundial para a Vida Selvagem e Natureza somente cerca de 20% da vegetação original está relativamente intacta. O bioma ocupa cerca de 30% da área nacional e 5% da flora mundial. O principal problema é o desmatamento para a implantação de novas culturas como soja, algodão e cana-de-açúcar, além da pecuária extensiva que se deu, com maior intensidade a partir da expansão da fronteira agrícola.

No início dos anos de 1970, com o desenvolvimento de sistemas mecânicos de irrigação, a introdução do arado e a utilização do calcário para a diminuição da acidez do solo, muitas áreas antes impróprias para o cultivo foram valorizadas e a partir de então o empreendimento agroindustrial ganhou força, diminuindo assim grande parte da vegetação nativa do Cerrado.

Segundo o professor e pesquisador Altair Sales, o bioma é extremamente complexo e fundamental para a alimentação dos grandes aquíferos. “Essa vegetação tem plantas que ficam com um terço de sua estrutura exposta, acima do solo, e dois terços no subsolo. Assim, quando a chuva cai, esse sistema radicular absorve a água e alimenta o lençol freático, que vai alimentar o lençol artesiano, que são os aquíferos”, completa o professor.

O pesquisador ainda afirma que as águas que brotam do Cerrado são as responsáveis pela alimentação e configuração das grandes bacias hidrográficas da América do Sul. Portanto, rios como o São Francisco, Paraná e até afluentes que chegam ao Amazonas sofrem com a diminuição das águas dos aquíferos. Segundo Sales, as águas dos aquíferos da região já estão em seu nível mínimo, com um fluxo de abastecimento menor que o registrado na década de 1980.

O maior problema é a recuperação da vegetação que pelas características do bioma diz Sales. “O Cerrado é uma das matrizes ambientais mais antigas da história recente do Planeta Terra, isto significa que este ambiente já chegou ao seu clímax evolutivo, ou seja, uma vez degradado, não se recupera jamais na plenitude de sua biodiversidade”, conclui. (Gabriel Araújo é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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