Goiás registra 12 óbitos de Dengue em 2023, saúde alerta população

Mesmo em queda, os profissionais chamam a atenção, pois a maioria dos focos de reprodução do inseto estão nas residências

Postado em: 16-06-2023 às 08h30
Por: Alexandre Paes
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Mesmo em queda, os profissionais chamam a atenção, pois a maioria dos focos de reprodução do inseto estão nas residências. | Foto: Reprodução

As doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti é um dos principais problemas de saúde pública em Goiás. E nos próximos dois anos, a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), tem um extenso planejamento de contingência para controlar a disseminação dos criadouros, evitando casos graves e mortes ligados à Dengue, Zika e Chikungunya.

De acordo com dados do Boletim da Dengue, da SES-GO, se comparado com o ano de 2022, até o momento, Goiás registrou 40.388 casos de dengue, uma redução de 66%, já que no ano anterior foram 162.621 confirmações da doença. Cerca de 178 pessoas morreram de dengue em 2022, já neste ano, a saúde confirmou 12 óbitos, e existem outras 39 mortes suspeitas. 

Em entrevista ao Jornal O Hoje, a gerente de Vigilância Ambiental e Saúde do Trabalhador, Edna Maria Covem, disse que mesmo com esta redução, a população precisa permanecer em alerta e se empenhar nas ações de combate ao Aedes aegypti para melhorar ainda mais a situação epidemiológica. “As ações de mobilização para o combate ao mosquito precisam ser permanentes. E mesmo durante a seca, mais da metade dos criadouros dos mosquitos são encontrados dentro das residências, empresas e logradouros públicos”, explica.

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Além do combate, quando infectado e sentidos os sintomas ligados à Dengue, Zika ou Chikungunya, a saúde orienta que os pacientes procurem as unidades de saúde para diagnóstico e início de hidratação, para evitar o agravamento das doenças. “Na maioria dos casos, os sintomas duram até dez dias, dores nas articulações são características marcantes, manchas vermelhas pelo corpo, fraqueza, dor atrás dos olhos. Quanto mais cedo começar a hidratação e o repouso, mais rápida a recuperação”, complementou Edna.

Armadilhas da Dengue

O que poucos sabem é que uma espécie de armadilha para monitorar e combater o mosquito Aedes aegypti é utilizada pela SES-GO junto a 12 municípios goianos para reduzir a proliferação das doenças transmitidas pelo mosquito. O dispositivo consiste em um criadouro com água que atrai o mosquito para dentro de uma tela de proteção. Uma vez lá dentro, o inseto é impedido de sair.

O Projeto de instalação de armadilhas tipo Ovitrampa é do Ministério da Saúde, utilizando metodologia desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz. Em Goiás 12 municípios aderiram à proposta de implantação como piloto para o projeto, após análise de atendimento aos critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Atualmente as cidades de Aloândia, Buriti Alegre, Caldas Novas, Campos Belos, Goiatuba, Iporá, Inaciolândia, Joviânia, Palmeiras de Goiás, Panamá, Rio Verde e Uruaçu tem os dispositivos instalados.

“Nos recebemos essas armadilhas e elas já foram instaladas nos municípios estudados, e estamos conseguindo ver as estatísticas, por bairro. Desta forma, saberemos onde e como devemos agir. É uma pesquisa que veremos resultados a médio prazo. Com essa pesquisa, identificar as áreas de risco e fazer a antecipação dos casos, ou seja, fazer um ataque a áreas de risco, sem a necessidade que alguém adoeça”, explica a coordenadora da SES-GO.

Principais medidas

Entre as medidas que inibem a reprodução em grande escala do mosquito estão a vedação da caixa d´água, o recolhimento e acondicionamento do lixo, a cobertura de cisterna e reservatórios de água. Murilo acentua que o mosquito tem a capacidade de se reproduzir nos lugares mais inusitados. Um criadouro muito comum do vetor é o recipiente de degelo das geladeiras. “Ao viajar, mesmo que por poucos dias, as pessoas devem fazer a limpeza desse compartimento”,informa.

O mesmo cuidado deve ser adotado com os vasos de plantas e sanitários, depósitos de água de umidificadores, ralos e sifões na cozinha e no banheiro. O ovo do mosquito, em contato com água parada, leva, em média, sete dias para se transformar em mosquito adulto. Itens como tampinhas de garrafa, latas e copos plásticos podem, em pouco tempo, se tornar criadouros do Aedes.

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