Ginástica cerebral é solução para esquecimento frequente

O método garante longevidade e qualidade de vida para pessoas de todas as idades e evita perdas cognitivas

Postado em: 16-06-2023 às 09h00
Por: Larissa Oliveira
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O método garante longevidade e qualidade de vida para pessoas de todas as idades e evita perdas cognitivas. | Foto: Reprodução

A importância de praticar exercícios físicos é de conhecimento geral. Grande parte das doenças crônicas conhecidas tem o risco de desenvolvimento reduzido quando o corpo se exercita regularmente. Da mesma forma, o cérebro também precisa ser estimulado por meio de uma série de técnicas e exercícios cerebrais. É dentro do cérebro que estão os neurônios, células nervosas responsáveis por captar, interpretar e armazenar informações. Especialistas ressaltam a importância da ginástica cerebral para evitar as perdas cognitivas, quando funções como atenção, memória e até criatividade são prejudicadas pelo envelhecimento dos neurônios.

De acordo com Érica Eberle, professora de ginástica cerebral do Método Supera, localizado em Goiânia, a atividade é um método de estimulação cognitiva. “A gente fala ginástica para o cérebro porque às vezes é mais fácil as pessoas compreenderem o conceito. Porque a estimulação cognitiva é justamente você estar estimulando o seu cérebro para melhorar habilidades como a memória, concentração e raciocínio lógico”, afirmou. Segundo a instrutora, o Supera é a primeira rede de escolas de neuróbica, ou ginástica para o cérebro, da América Latina.

Em entrevista exclusiva ao jornal O Hoje, a especialista conta que o objetivo do Supera é ajudar os alunos a desenvolver habilidades cognitivas. “São atividades que contribuem com aqueles que têm dificuldades de concentração, memória, noção de espaço, etc, mas ajudam também pessoas que não lidam com problemas dessa natureza. Além de saúde, a prática garante desenvolvimento de habilidades cognitivas, socioemocionais e éticas, entregando performance e qualidade de vida aos alunos, seja no ambiente profissional, escolar, social ou familiar”, ressaltou Érica Eberle. 

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Alunos

Conforme a professora explica, a instituição trabalha com diversos exercícios lúdicos. Érica também contou que o método trabalha com um público bem amplo. “Nós trabalhamos com pessoas de todas as faixas etárias. Com crianças a partir de quatro anos até alunos com mais de oitenta anos. A gente tem alunos de 93 anos matriculados”, destacou. 

A instrutora explicou que cada pessoa tem um objetivo diferente ao procurar a instituição. “A criança, geralmente, quer melhorar a concentração. Os idosos querem melhorar a qualidade de vida, a memória e a autonomia. O adulto, geralmente, quer melhorar a performance no trabalho”, enfatizou. Ainda segundo a especialista, quem procura a academia em busca de ajuda já tem dificuldades de concentração ou até mesmo de memória ou raciocínio. 

Estímulo

A professora Érica Eberle explica que a parte do estímulo é muito parecida com o que é feito com o músculo. “Por isso que a gente fala ginástica cerebral, porque quando a gente estimula o músculo ele vai se desenvolvendo e o nosso cérebro funciona da mesma forma. A gente precisa trabalhar e desenvolver ele”, afirmou. A instrutora também ressalta que muitas pessoas consideram que algumas habilidades são inatas, como se alguns indivíduos nascessem com elas. “Na verdade não, a grande maioria dessas pessoas foram adquirindo essas habilidades ao ponto delas agirem sem exigir esforço”, explicou. 

Segundo a neuropsicóloga Luciana Borges, a ginástica cerebral é um exercício que faz com o que o cérebro desenvolva a neuroplasticidade. “Significa você trazer novas conexões para que possa ter melhora na parte cognitiva, que é a atenção, o raciocínio, o planejamento, a percepção, a linguagem e o funcionamento cerebral como um todo. Neuroplasticidade é a capacidade que o sistema nervoso tem de se adaptar a mudanças, fazendo com que o cérebro possa ter mais informações. É a capacidade que o cérebro tem de modificar e buscar novas conexões neurais”, informou. 

Importância

A neuropsicóloga afirmou ainda que a ginástica cerebral é extremamente importante para a construção de uma boa reserva cognitiva. “Para prevenir doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e outras demências, para um funcionamento cerebral mais saudável e para que os objetivos esperados na vida escolar, acadêmica e profissional sejam alcançados”, enfatizou. Conforme ela explica, a reserva cognitiva previne doenças neuropsiquiátricas e neurodegenerativas e também busca reabilitar os transtornos de aprendizagem neurobiológicos, como TDAH, autismo e dislexia.

A especialista ressalta os malefícios que a ausência da ginástica cerebral pode acarretar. “Da mesma forma que nós vamos envelhecendo, nosso cérebro também envelhece. Então, a falta da estimulação, reabilitação e neuroplasticidade pode agravar doenças. Também pode prejudicar todas as funções cognitivas, a memória vai ficar ruim, a capacidade de planejamento e a própria habilidade psicomotora também. Além disso, os aspectos emocionais e psicológicos são prejudicados. Ou seja, compromete toda a saúde mental”, afirmou Luciana Borges. 

Tecnologia

A neuropsicóloga Luciana Borges também alertou sobre os riscos do contato excessivo com muitos aparelhos eletrônicos. “É muito importante usar a tecnologia a nosso favor. Porém, a gente precisa tomar muito cuidado com o excesso de tecnologia. Ficar muito tempo nas redes sociais pode ter uma neuroplasticidade negativa, porque vai exceder informações. É preciso buscar coisas que vão te dar saúde mental, como trabalhar jogos como xadrez, quebra-cabeça e jogo de memória. É muito importante também estar em contato com a natureza, pois faz muito bem para o cérebro. Aprender um idioma, um instrumento, tudo isso são práticas para o estímulo cerebral”, destacou.

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