Após rompimento de barragem em Anápolis, Semad avalia danos ambientais

Barragem não possui licença e não foi incluída pelo proprietário no Sistema Estadual de Segurança de Barragens (Seisb), como determina a legislação

Postado em: 19-06-2023 às 08h01
Por: Sabrina Vilela
Imagem Ilustrando a Notícia: Após rompimento de barragem em Anápolis, Semad avalia danos ambientais
Barragem não possui licença e não foi incluída pelo proprietário no Seisb | Foto: Divulgação

Uma barragem se rompeu no último sábado (17/06) em Anápolis. Segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), o órgão foi informado do acidente por volta das 03h da madrugada. Uma equipe da pasta foi ao local para fazer o levantamento de danos ambientais e, com base no relatório que será produzido, tomará medidas administrativas cabíveis.

De acordo com o órgão, a barragem não possui licença e não foi incluída pelo proprietário no Sistema Estadual de Segurança de Barragens (Seisb), como determina a legislação. A barragem possuía aproximadamente 0,77 hectare de lâmina d’água.  Conforme a investigação preliminar da Semad, essa barragem perdeu uma parte do talude de jusante (que é a superfície inclinada do maciço oposta ao reservatório) em decorrência que chuvas em dezembro do ano passado e março deste ano. 

Segundo o subsecretário de Licenciamento, Fiscalização e Controle Ambiental da Semad, Robson Disarz, há dez dias, houve uma obra para reconstrução do talude, nivelamento da crista e melhoramento nos extravasores, mas essa intervenção aconteceu sem o acompanhamento de um profissional habilitado. “Assim que tomamos conhecimento, deslocamos uma equipe até o local, fizemos a análise, e quantificamos os danos ambientais desse rom pimento para tomarmos as medidas necessárias”, explicou.

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A propriedade rural em que se localiza a barragem fica acima do ponto de captação do Sistema Piancó 1. O rompimento provocou o carreamento de solo no leito do manancial. Isso aumentou a turbidez da água bruta, ou seja, ocasionou alterações significativas nas características da água do manancial. “Para garantir água potável à população com total segurança e nos níveis exigidos pela lei, a captação da Saneago no Ribeirão Piancó ficou paralisada entre 03h45 e 15h40, afetando o abastecimento nos bairros atendidos por este sistema”, apontou Robson Disarz. 

Ao longo do último sábado, técnicos executaram manobras de rede para minimizar os impactos no abastecimento e um caminhão-pipa reforçou o abastecimento nos reservatórios da Saneago. Segundo informações do subsecretário de Licenciamento da Semad, o abastecimento foi normalizado no domingo (18/06).

Segurança de barragens

Nos últimos meses, a Semad tem realizado uma campanha para mobilizar e sensibilizar os proprietários de barragens em Goiás a regularizar os seus empreendimentos e cadastrá-los no Seisb. “O prazo para fazer o cadastramento sem ter que pagar multa termina em outubro deste ano”, lembrou Robson. O monitoramento remoto mostra que existem mais de 40 mil barragens com, no mínimo, dois mil metros quadrados de lâmina d’água no Estado, mas cerca de sete mil estão no Seisb.

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