Segunda-feira, 01 de julho de 2024

Cai desmatamento do Cerrado

Ainda assim, em dois anos, o bioma perdeu mais de 14 mil km², o que corresponde a uma área de aproximadamente 18 vezes a cidade de Goiânia

Postado em: 23-06-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Ainda assim, em dois anos, o bioma perdeu mais de 14 mil km², o que corresponde a uma área de aproximadamente 18 vezes a cidade de Goiânia

Rafael Melo

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De acordo com o monitoramento realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 2016 e 2017 houve o desmatamento de 14.185km² do Cerrado. A área desmatada no bioma corresponde a 6.777 km² e 7.408 km² nos dois últimos anos, respectivamente. Os números representam uma queda de 43% a 38% quando comparados ao ano de 2015, último período divulgado que registrou uma perda de 11.881 km². Apesar da redução, a área desmatada equivale a quase a mesma área devastada na Amazônia, no mesmo período.

Os dados foram divulgados quinta-feira (21) pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) no âmbito do projeto Prodes Cerrado. Desde 2016 o mapeamento do desmatamento no Cerrado passou a ser feito anualmente por monitoramento via satélite, nos mesmos moldes que já ocorre para a Amazônia. Até então, havia somente estimativas de perda do bioma. A pesquisa foi apresentada durante coletiva à imprensa na qual participaram o ministro Edson Duarte, gestores do ministério, representantes do Ministério da Ciência Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI), do Inpe, do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Na oportunidade, o Ministro demonstrou satisfação com o resultado na queda dos números. “Os números são expressivos. Mostram que as nossas ações de comando e controle, assim como nossas ações afirmativas para o desenvolvimento cada vez mais sustentável estão dando resultado, estão funcionando, de tal forma que esses números apresentados são muito significativos para o período”, disse o ministro Edson Duarte.

Segundo ele, o governo continuará promovendo ações contra o desmatamento ilegal. “A nossa tolerância será sempre zero para o crime em qualquer um dos biomas. Crime ambiental com desmatamento ilegal nós não iremos permitir, iremos intensificar as nossas ações, protegendo todos aqueles que estão produzindo dentro da legalidade, dentro da lei, contribuindo para o país se desenvolver”, complementa Duarte.

Outro dado importante do monitoramento diz respeito à Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC, Lei nº 12.187/2009) que estabeleceu para o Cerrado uma meta de redução em 40% para o ano 2020, relativa ao desmatamento médio observado no período de 1999 a 2008. Os dados registrados em 2017 apontam queda de 53% na mesma comparação, superando em 13% a meta estabelecida pela PNMC.

Além disso, o projeto trouxe o refinamento do mapeamento das áreas desmatadas de 2010 a 2015, que resultou na atualização da série histórica e gerou dados bienais para o período de 2000 a 2012 e dados anuais para o período 2013 a 2017, englobando todos os polígonos desmatados com área acima de 1 hectare.

O Prodes Cerrado integra o Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Cerrado (PPCerrado). Em 2016, o PPCerrado entrou na terceira fase de implementação, com horizonte de execução até 2020. O Plano é coordenado pelo MMA e conta com a participação de outros 11 ministérios e 12 entidades federais.

Em Goiás

Em parceria com Secretarias Municipais de Meio Ambiente, o Governo de Goiás promoveu o projeto Dia do Campo no meses de abril e junho. Essa iniciativa da Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos (Secima) foi responsável pelo cercamento de nascentes, coroamento, roçagem, plantio de 6,5 mil mudas nativas do Cerrado e educação ambiental nos municípios de Itauçu, Brazabrantes, Nova Veneza, Santo Antônio e Goianira.

De acordo com o secretário titular da Secima, Hwaskar Fagundes, o principal objetivo alcançado com a realização do Dia de Campo foi o estímulo para que os municípios começassem a cuidar das nascentes que afluem para o Meia Ponte. “O Dia de Campo foi apenas a abertura dos trabalhos nesses municípios. Nosso trabalho de educação ambiental nestas localidades será contínuo”, disse Fagundes. A meta da Secima é ampliar o alcance para mais doze municípios pertencentes à Bacia do Rio Meia Ponte até o final deste ano. O propósito da Pasta é, até dezembro próximo, doar 500 mil mudas para a recuperação das nascentes e matas ciliares. 

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