El Ninõ deve aumentar temperatura e tempo seco, com risco de incêndios em Goiás

As regiões Norte, Oeste e Central de Goiás apresentam risco alto de incêndios, enquanto a Leste, Sul e Sudoeste têm risco moderado

Postado em: 21-06-2023 às 08h30
Por: Larissa Oliveira
Imagem Ilustrando a Notícia: El Ninõ deve aumentar temperatura e tempo seco, com risco de incêndios em Goiás
O período da estiagem traz a preocupação das queimadas e incêndios | Foto: Cimehgo

Os últimos dias foram marcados por temperaturas baixas em grande parte do estado, o Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas do Estado de Goiás (Cimehgo), da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), informou que o tempo continuará relativamente parecido com o dos últimos dias. Apesar do frio que vai aparecer nas manhãs dos próximos dias, a tendência é de que haja predomínio de sol em todas as regiões do estado. 

O Cimehgo também informou que o destaque de temperaturas mais baixas pela manhã fica com a parte centro-sul do estado, incluindo Goiânia. Na capital, também haverá o predomínio de sol e a temperatura máxima poderá chegar aos 29°C. A umidade relativa do ar vai variar entre 25% a 85% e, com o avanço das horas, gradativamente a umidade relativa do ar entra em declínio, deixando o tempo mais seco. Quanto ao risco de chuva, não há previsão de precipitações em nenhuma parte de Goiás.

El Niño

De acordo com o gerente do Cimehgo, André Amorim, o tempo continua típico para esta época do ano, com manhãs e noites mais frias e calor durante a tarde. “Nos últimos três anos nós tivemos o fenômeno La Niña, que é o resfriamento das águas do Pacífico Equatorial. Ele altera a distribuição de chuvas, principalmente a distribuição de chuvas no Brasil”, afirmou. Segundo o gerente, o Rio Grande do Sul teve três anos de seca e o estado de Goiás registrou chuvas irregulares durante esse período.

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André Amorim informou ainda que agora tem a predominância do fenômeno El Niño. “O El Niño começou no dia oito de junho oficialmente e nós saímos do La Niña. Entramos em neutralidade e, diante dela, chega esse ar frio de origem polar, que traz essas manhãs mais frias. Mas o El Niño vai começar a mostrar a sua cara ou as suas características a partir do mês de julho. Então julho, agosto e setembro nós já temos prognósticos que apontam que as temperaturas vão ficar mais elevadas”, explicou.

O gerente orienta que, durante os próximos três meses, não haverá mais essa facilidade da entrada das massas de ar polares. “O que favorece a entrada de massa de ar polar é a neutralidade, mas o El Niño cria um bloqueio, dificultando essa entrada. Ele não impede completamente que ela possa entrar, mas dificulta a tal ponto que você não tem essa mesma entrada de massa de ar polar de agora”, ressaltou. Segundo o gerente, esse bloqueio gera preocupação.

Incêndios

O Cimehgo apontou que, com o El Niño, a região Centro-Norte do país pode ficar mais seca devido ao período de estiagem. “Isso nos traz uma certa preocupação, porque nós temos problemas com queimadas”, afirmou. O Centro destacou que, em relação à possibilidade de incêndios, a região Norte, Oeste e Central de Goiás apresentam risco alto, enquanto a Leste, Sul e Sudoeste têm risco moderado. 

A respeito das chuvas, André Amorim informou que haverá nuances com a presença do fenômeno El Niño. “Setembro começa a ter uma chuva, depois para. Aí outubro volta a chuva, depois para novamente. Então, para nós aqui, por incrível que pareça, traz sim algumas preocupações. E dentro do período de estiagem, maiores ainda”, enfatizou. Segundo o gerente do Cimehgo, as chuvas regulares devem retornar somente a partir do mês de novembro e podem se estender até abril do ano que vem.

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