Conare e Cátedra celebram o Dia Mundial do Refugiado durante a semana

À pedido dos próprios refugiados e migrantes, o Projeto Arquitetura Resiliente realizou um piquenique em Goiânia a fim de celebrar a data

Postado em: 22-06-2023 às 08h30
Por: Larissa Oliveira
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À pedido dos próprios refugiados e migrantes, o Projeto Arquitetura Resiliente realizou um piquenique em Goiânia a fim de celebrar a data. | Foto: Reprodução

Nesta sexta-feira (23/06), o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), órgão encarregado da implementação do refúgio no Brasil, fará palestras e oficinas online a fim de celebrar o 25° aniversário do órgão. O marco é um momento relevante para analisar os principais avanços e desafios do Conare, a partir da busca da proteção integral das pessoas refugiadas no Brasil. De acordo com a Lei 9.474/97, o Conare é responsável pelos procedimentos de reconhecimento do status de refugiado, e de “orientar e coordenar as ações necessárias à eficácia da proteção, assistência e apoio jurídico” da categoria. 

A partir das 14h, haverá palestras sobre a história da entidade, sobre o procedimento de reconhecimento do status de refugiado ao longo destes 25 anos e sobre os desafios e as perspectivas da Conare. Também será realizada uma Oficina de Pesquisa, que marcará o lançamento do Projeto de Coleta de Dados sobre a População Refugiada. A oficina apresentará os aspectos centrais e terá a parceria da Cátedra Sérgio Vieira de Mello (CSVM) e da comunidade acadêmica. 

O projeto de Extensão e Pesquisa Arquitetura Resiliente coordenado pela professora Suzete Bessa, e que presta assessoria técnica a sociedade civil e governos no que tange a temas de abrigamento e diversos outros do cotidiano do refúgio, buscou comemorar o dia do Refugiado no último fim de semana ocupando o espaço da cidade de Goiânia com migrantes e refugiados que fazem parte do projeto. 

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Segundo a professora Suzete Bessa, coordenadora de atividades de extensão das atividades da Cátedra Sérgio Vieira de Mello, o piquenique foi uma escolha dos próprios refugiados. “Muitos são acolhidos na cidade mas levam suas vidas alheios às dinâmicas que lhes são próprias, como espaços públicos, de lazer e vivência”, afirmou. A professora ressaltou que é muito representativo poder comemorar essa data se apropriando dos espaços da cidade, visto que muitas dessas pessoas são vistas como “problemas e são invisibilizadas pelos governos e sociedade em geral”.

A professora explica que a Cátedra tem como objetivos aumentar a quantidade de trabalhos diretos com refugiados em projetos comunitários e fortalecer a Proteção Internacional dos Refugiados. “Eles são recebidos, mas a integração efetiva não acontece”, destacou Suzete Bessa. Atualmente, a Cátedra também promove e permite o acesso e permanência ao ensino, a revalidação de diplomas, assim como o ensino da língua portuguesa à população de refugiados.

Acolhimento a refugiados

Segundo a ONU, a maneira mais eficaz de apoiar a categoria é incluindo os refugiados nas comunidades onde eles encontraram segurança. Assim como o piquenique e o evento que a Cátedra Sérgio Vieira de Mello fez e fará no decorrer desta semana. Desta forma, mesmo estando longe de casa, as pessoas refugiadas podem se sentir acolhidas e seguras em um mundo mais inclusivo. “O sentimento de esperança é muito importante para eles, pois dá força para prosperarem”, apontou a professora Suzete Bessa. 

Atualmente, não existe um número preciso de quantos refugiados existem. A ONU informou que, em 2022, o número de deslocados no mundo foi recorde: 108,4 milhões. Do total, 35,3 milhões eram refugiados e 58%, ou seja, 62,5 milhões de pessoas, eram deslocadas internas devido a conflitos, violência e eventos relacionados com a crise do clima. De acordo com um levantamento da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social (SEDS), mais de 4 mil refugiados chegaram em Goiás apenas entre 2019 e 2022.

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