Segunda-feira, 22 de julho de 2024

Antigo prédio do TJ dever virar Centro de Memórias

A licitação para os trabalhos de recuperação de fachada e interiores deve ser feita nos próximos dias, de acordo com a SGE

Postado em: 25-06-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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A licitação para os trabalhos de recuperação de fachada e interiores deve ser feita nos próximos dias, de acordo com a SGE

Raunner Vinícius Soares*

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O Primeiro Tribunal de Justiça de Goiás será transformado em Centro de Memórias do Poder Judiciário do Estado, reunindo a história de todas as comarcas goianas. O prédio, do século 18, será restaurado e aberto à visitação com exposições permanentes, que contam a história da Justiça, com processos e instrumentos que fazem parte dos trabalhos ao longo dos anos.

O cronograma prevê início das obras em agosto e término, em novembro. De acordo, ainda, com a previsão, a abertura para o público do Memorial será no dia 14 de dezembro. A licitação para os trabalhos de recuperação da fachada e dos interiores deve ser feita nos próximos 20 dias, de acordo com a Secretaria de Gestão e Estratégia (SGE), pasta que coordena os trabalhos.

O desembargador Itaney Francisco Campus, presidente da comissão da cultura do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), evidenciou a importância da iniciativa. “É de extrema importância esse resgate histórico, o povo precisa ter sua memória preservada, reconhecer seu passado e sua identidade cultural, para conhecimento das futuras gerações, que verão nossa trajetória”. 

Construído entre 1750 e 1860 o prédio tem o seu valor histórico para o povo goiano, os visitantes poderão conferir exposições de documentos, escrituras e instrumentos antigos que faziam parte do cotidiano jurídico, conforme afirmou o desembargador. “Muitos objetos de valor históricos, que nos identificam como povo e como instituição, estavam se perdendo pela própria ação do tempo, pela falta de classificação de acervo. Nesta gestão, foi criado o projeto para buscar a preservação com uma equipe multidisciplinar para enfocar todos os aspectos”. 

Instalado há 144 anos, estima-se que antes de ser a sede do primeiro Tribunal da Relação, como era conhecido o Tribunal de Justiça no século 19, o local era uma casa, conta o arquiteto do TJGO, Alexandre Perini, responsável por assinar o projeto de restauração. “A iniciativa tem bastante relevância, pois integra a Cidade de Goiás que é patrimônio histórico da humanidade por seu conjunto arquitetônico, feita no meio do sertão, remetendo às obras da península ibérica”.

No interior do prédio, o arquiteto revela o que as salas de visitação pública vão mostrar fotografias, flâmulas, bandeiras são alguns exemplos. “Foram resgatadas a urna da primeira vara criminal, máquinas de cálculos antigas e carimbos – que contam a história da carimbaria e são, hoje, instrumentos em desuso”, conta.

Patrimônio histórico 

De acordo com a secretária de Gestão Estratégica do TJGO, Cássia Aparecida de Castro Alves, houve uma coincidência de oportunidades para a formatação do projeto do Centro de Memórias. A cidade foi a primeira capital do Estado, a antiga Villa Boa ficou pequena para comportar a sede administrativa. O mesmo ocorreu com o prédio do Poder Judiciário local, não desenhado para comportar processos provenientes de duas varas e juizado. (Raunner Vinicius Soares é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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