Vila Ambiental será revitalizada

Construída em 2003, a Vila Ambiental tem o objetivo de oferecer um espaço para aulas sobre sustentabilidade e respeito ao meio ambiente

Postado em: 27-06-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Construída em 2003, a Vila Ambiental tem o objetivo de oferecer um espaço para aulas sobre sustentabilidade e respeito ao meio ambiente

Gabriel Araújo*


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A reforma da Vila Ambiental, parte do Programa de Educação Ambiental do Município de Goiânia (PEA) que tem o objetivo de oferecer um espaço para aulas sobre sustentabilidade e respeito ao meio ambiente, começa em menos de 10 dias. O local faz parte do Parque Areião e sofre com o abandono e vandalismo.

De acordo com informações da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), o processo licitatório já foi concluído e já foi encaminhada à Caixa Econômica Federal a ordem de serviço. “Todos os aparelhos que compõem o Parque Areião serão restaurados ou trocados. Enfim, tudo que envolver o parque”, completou o órgão.

As estruturas da Vila Ambiental sofrem com infiltrações, telhados quebrados e ação de animais. Segundo a Amma, o local está desativado e teve seus equipamentos transferidos para que perdas fossem evitadas. “Todo o mobiliário da Vila Ambiental, assim que começou o processo licitatório para a obra, foi transferido para o Núcleo Socioambiental, que funciona no Parque Macambira. Essa transferência se deu para que as atividades ministradas não fossem interrompidas. Nesse núcleo são recebidas diariamente várias escolas como ocorria na Vila”, afirmou em nota.


Incêndios

Em 2017 o Parque Areião sofreu com incêndios que devastaram algumas das principais áreas do local. O primeiro caso ocorreu no início de setembro, quando o Teatro Aberto, local utilizado por escolas para atividades recreativas, foi destruído pelas chamas.

De acordo com uma das funcionárias da Vila Ambiental, durante o dia em que o incêndio ocorreu, o parque havia recebido uma escola municipal e, quando as crianças estavam indo embora, o foco das chamas foi identificado no anfiteatro. Inicialmente os funcionários buscaram apagar o fogo, mas perceberam que havia mais focos espalhados pela Vila, o que levou os trabalhadores a acionarem o Corpo de Bombeiros. Os funcionários afirmaram que o socorro demorou a chegar e o fogo se alastrou rapidamente devido a grande quantidade de folhas secas e bambus e o anfiteatro foi tomado pelas chamas, ficando completamente destruído.

O segundo caso ocorreu no final do mesmo mês, quando o bambuzal do Parque foi parcialmente destruído pelas chamas. Na época, o Corpo de Bombeiros afirmou que a ocorrência teve início por volta das 3h e cinco viaturas foram mandadas para o local para controlar as chamas. Apesar disso, o fogo logo se alastrou por boa parte do local, devido à baixa umidade do ar.


Parques

Em Goiânia, os parques fazem parte do dia-a-dia dos moradores. Muitos utilizam essas áreas para praticar esportes, ler, descansar e aproveitam os eventos que fazem parte do cotidiano dos parques e bosques.

De acordo com levantamento da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), Goiânia tem 94 metros quadrados de áreas verdes para cada cidadão, o que faz da cidade a capital com maior número de metros quadrados de áreas verdes por habitantes. Segundo a prefeitura da cidade, são 32 parques e bosques oficiais. Os mais famosos são o Lago das Rosas, o mais antigo, criado nos anos de 1940 e próximo do centro da Capital, o Parque Flamboyant, localizado no jardim Goiás e o Parque Vaca Brava, localizado no Setor Bueno e que foi criado em 1951, mas só foi construído em 1996.

Os maiores parques da Capital são o Parque Municipal Carmo Bernardes, com mais de seiscentos mil metros quadrados, o Bosque Índia Diacuí, com mais de trezentos mil metros quadrados de extensão e o Parque Municipal Cascavel, localizado no Jardim Atlântico e com quase trezentos mil metros quadrados. 


O processo de criação de um dos principais parques de Goiânia 

A região do Parque Areião conta com um importante papel desde o início da construção de Goiânia, nos anos de 1930. Nesta época, o Córrego Areião era considerado importante devido aos seus aspectos paisagísticos e ambientais, por ser afluente do Córrego Botafogo, que era usado inicialmente para abastecer a população da Capital.

Nos anos de 1940 e 1950, a área que hoje faz parte do Parque Areião pertencia ao Setor Sul contava com uma dimensão de 360.000 m2 e fazia parte de uma mata ciliar que ia do atual Setor Marista ao Pedro Ludovico. Após a construção do da Rua 90 o parque foi dividido em dois, sendo que a área de menor dimensão, que contava com cerca de 160.000 m2, foi invadida ilegalmente por construções públicas e privadas.

Mesmo com uma legislação municipal que buscava proteger as nascentes e leitos dos principais córregos de Goiânia sendo instituída ainda em 1938, com a Lei nº 90-A, toda a região do córrego Areião foi devastada pelo crescimento urbano.

A década de 1990 foi fundamental para a construção do Parque, foi quando os planos de desenvolvimentos municipais das principais cidades do país se embasaram na recém-criada Constituição Federal. O direito ao meio ambiente foi instaurado e o Poder Público se tornou responsável por ações de preservação e a restauração dos processos ecológicos.

A partir disso começaram as propostas de implementação do que veio a se tornar o Parque Areião. No início de 1991, foi iniciado o processo de retirada de famílias que haviam invadido a área do parque, além da criação de medidas que buscavam evitar novas invasões.

No ano de 1991, o prefeito Nion Albernaz sancionou a lei nº 1029 de 19 de dezembro, dispondo sobre as instalações do Parque Areião no setor Pedro Ludovico. Enquanto no dia 10 de dezembro de 1992, foi decretado a criação do Parque Areião, pelo decreto nº 1530, e, ainda no mesmo ano, foi sancionado a lei 7.091, que dispõe sobre a criação de áreas de preservação ambiental onde os mananciais da nascente do Córrego Botafogo e o Córrego Areião estão incluídos. Apenas dois anos depois o então prefeito Darci Accorsi decretou o Parque Areião patrimônio histórico cultural e ambiental da cidade de Goiânia, pelo decreto nº 2109, de setembro.


Preservação ambiental

Estudo da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) constatou que o município de Goiânia conta com 195 unidades de conservação ambiental, o que resulta em uma área de 16 milhões e meio de metros quadrados. A região da Capital com maior quantidade de áreas de preservação é a sudeste, com 33 unidades.

O órgão ainda afirma que a Capital possui cerca de 80 córregos e quatro ribeirões. O Anicuns, João Leite, Capivara e Dourados, além de um rio, o Meia Ponte. (Gabriel Araújo é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian). 

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