Policiais militares são condenados pela morte de adolescente em Goiânia

Além da morte do jovem Roberto Campos da Silva, conhecido como Robertinho, os policiais foram acusados pela tentativa de homicídio do pai dele

Postado em: 29-06-2023 às 09h04
Por: Rodrigo Melo
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Além da morte do jovem Roberto Campos da Silva, conhecido como Robertinho, os policiais foram acusados pela tentativa de homicídio do pai dele | Foto: Arquivo pessoal

Três policiais militares denunciados pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) foram condenados pela morte do adolescente, de 16 anos, na noite da última terça-feira (27/6).

Durante sessão do Tribunal do Júri de Goiânia que se estendeu por dois dias, foi decidido pelos jurados que os soldados Paulo Antônio de Souza Júnior, Rogério Rangel Araújo Silva e Cláudio Henrique da Silva foram culpados pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e fraude processual. Paulo Antônio foi sentenciado a 21 anos e 4 meses de prisão; Rogério Rangel e Cláudio Henrique foram condenados a 10 anos e 8 meses de reclusão.

O crime aconteceu no dia 17 de abril de 2017, no Residencial Vale do Araguaia, na capital. Além da morte do jovem Roberto Campos da Silva, conhecido como Robertinho, os policiais foram acusados pela tentativa de homicídio do pai dele, Roberto Lourenço da Silva, de 42 anos.

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De acordo com o processo, os três policiais estavam à paisana, foram até a casa do pai do adolescente, que estava com o filho e a esposa, e desligaram o relógio de energia.

Roberto Lourenço pegou uma arma que tinha em casa e deu um tiro para cima. Em seguida, foram dados vários tiros de fora da casa para dentro. A investigação apontou que Robertinho foi atingido por mais de dez disparos e morreu no local. Os militares, porém, alegaram legítima defesa.

O pai do adolescente também foi baleado e socorrido. Apesar de receber alta, não se recuperou totalmente, pois ainda tem projéteis no corpo que não foram retirados, o que lhe causa diversas dores. Os PMs chegaram a ser presos na época, mas foram soltos quase três meses depois.

Julgamento

Pelo MPGO, atuaram no julgamento, a promotora de Justiça Renata de Oliveira Marinho e Sousa (17ª Promotoria de Justiça de Goiânia) e o promotor Sebastião Marcos Martins (29ª PJ de Goiânia). Presidiu o júri o juiz Lourival Machado da Costa.

Segundo sustentado pelos promotores, os policiais, descaracterizados, invadiram a residência da família sob a alegação de investigar suspeita de posse ilegal de arma de fogo. De acordo com o MP, os policiais militares não estavam fardados na hora da ação, não se identificaram como policiais, chegaram fora do horário permitido pela lei e não possuíam mandado judicial para entrar na residência.

Os promotores destacaram ainda a ordem cronológica dos fatos – da entrada ilegal na residência da família, ocasião em que os três também iniciaram a execução de um dos crimes contra Roberto Lourenço da Silva e seu filho –, até a consumação do homicídio que vitimou Robertinho.

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