Férias serão sem o Mutirama e data de reabertura é adiada

Nova previsão de reabertura do Parque Mutirama passa a ser para outubro de 2018

Postado em: 07-07-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Nova previsão de reabertura do Parque Mutirama passa a ser para outubro de 2018

Raunner Vinícius Soares*


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O Mutirama é um dos refúgios para as crianças no mês de férias. A última previsão é que o parque seria reaberto na segunda quinzena de abril deste ano, depois, para o final de abril, vencido este prazo foi para o mês de maio, e então para o mês de julho, no entanto, conforme a Agência Municipal de Turismo, Eventos e Lazer, de Goiânia (Agetul), responsável pelo local, a Procuradoria-Geral do Município recomendou que empresas especializadas fossem contratadas para o serviço, portanto, não estará funcionando durante as férias de julho de 2018. A previsão de reabertura foi adiada para outubro. 

Após licitação, três companhias foram contratadas e o gasto total estimado, com os reparos, é de R$ 2 milhões. Foi oferecida uma segunda opção, segundo afirma a gestão, uma companhia de parque de diversões havia pedido para usar o espaço do estacionamento do Mutirama para montar brinquedos no local. A Agetul consultou os órgãos reguladores sobre a possibilidade de ceder o espaço, para que houvesse uma opção de lazer provisório na região durante as férias, porém devido à grande quantidade de regularizações necessárias ficou inviável o empreendimento para a empresa que mostrou interesse. 

Segundo a Agetul, os atrasos nos reparos ocorreram devido às burocracias. Os trabalhos das empresas responsáveis devem começar na próxima semana e serão vistoriados por três especialistas contratados recentemente pela Prefeitura de Goiânia: um engenheiro civil, um engenheiro mecânico e um engenheiro eletricista. Em questão de segurança, essas empresas são de notória especialidade, já tem experiência. A Agetul disse que vai usar um protocolo de manutenção diferenciado. Além da manutenção dos brinquedos, já foram solicitadas as catracas eletrônicas, que serão instaladas no Mutirama, com intuito de evitar fraudes. Após todos os reparos a previsão é abrir o parque até 12 ou 24 de outubro.

Em março deste ano a Agetul havia previsto R$ 300 mil a serem gastos com a compra de peças. Segundo a gestão, as primeiras licitações foram sem empresas interessadas. Com a contratação das três empresas por cerca de R$ 2 milhões, as peças necessárias, mão de obra e todos os custos estão dentro do pacote.

Idelfonso Carlos da Silva Filho, técnico enfermagem, mora em Brasília, mas passa as férias em Goiânia com a família e diz não ter opção de lazer com as filhas. “Bom, vejo como descaso com população, porque Goiânia já tem poucas opções de lazer, ainda por cima tiram o pouco que tem, deixando para contratar uma empresa na última hora para fazer manutenção, tal já teria que ter uma equipe especializada. Agora chegou as férias e as nossa crianças ficaram sem opção de lazer e diversão. É lamentável, isso mostra como anda nível dos gestores”, enfatiza o técnico em enfermagem.

Kéllen Gyovana Roza de Abreu relata que o fato do Mutirama estar fechado em pleno mês de férias, que é o mês que o parque recebe seu maior público, é algo difícil de acreditar. “Todas as férias eu costumo ir lá com a minha família, é um dos passeios mais esperados. Eu tenho um priminho que quase mora comigo, e como todas as crianças ele ama passear, brincar e aproveitar as férias para fazer isso, porém teremos que procurar outro lugar para tentar substituir o parque Mutirama, o que me deixa bastante chateada, por não poder partilhar como eu aproveitava quando tinha a mesma idade que ele”, argumenta.

Muriely Ferraz, recepcionista, diz que tem dois sobrinhos, um de sete anos e outro de três. “É bem complicado essa situação do Mutirama, visto que aqui em Goiânia tem poucas opções de laser. Neste final de semana que passou estive no zoológico, infelizmente faltavam muitos animais, e com o Mutirama fechado o que resta fazer para a diversão das crianças nas férias? Devido aos problemas técnicos, o parque está fechado, mas com tanto tempo para reforma, porque ainda não foi feita? Seria um descaso com a população?”, questiona a recepcionista.

A empresária Maítha Rios explica que tem uma filha de 4 anos, e se sentiu frustrada quando soube que o Parque não funcionaria nessas férias. “Já tínhamos planos, e Goiânia não oferece muitas opções de diversão para quem tem crianças nessa faixa de idade, principalmente se formos buscar um preço acessível. Infelizmente vamos ter que reprogramar as férias da minha pequena para brincadeiras bem mais simples nas pracinhas perto de casa. Espero que para as férias escolares no final do ano o Parque esteja em perfeito funcionamento”, planeja a empresária.

Shaadynna Rabelo, estudante universitária, tem um irmão de 7 anos que reclama por não sair nas férias.  “Também escuto frequentemente dos meus pais e até mesmo de outras pessoas, que falta locais de lazer infantil na nossa cidade. Com a abertura do Mutirama esse tédio passaria, porque é um lugar que ele pode se divertir, mesmo com a preocupação se o parque está mesmo seguro, se é confiável levar nossas crianças, mas infelizmente o parque não estará aberto para suprir a necessidade de diversão do meu irmão”, informa a estudante.    


Com mais de 30 atrações, última reforma do Mutirama foi em 2012 

O Parque Mutirama foi inaugurado em 1969 e está localizado em uma área de 9 mil metros quadrados no Centro de Goiânia, na confluência entre as avenidas Independência, Araguaia e Contorno. O local conta com mais de 32 atrações e teve a última grande reforma em 2012, mas sofre com a falta de investimentos e suspeitas de esquemas de desvio de dinheiro.  Em suas instalações, estão o planetário que pertence à Universidade Federal de Goiás (UFG) e o Parque dos Dinossauros, contendo réplicas em tamanho real dos animais extintos há cerca de 180 milhões de anos.

Impregnado na memória afetiva dos goianos, o parque não está funcionando devido a um acidente com o brinquedo Twister que deixou 13 pessoas feridas, no dia 26 de julho de 2017. Luana Campos Alves de Oliveira, empresária, afirma que a cidade tem poucos locais atrativos para as crianças, e desses, quase nenhum oferece segurança para as famílias. 

“O parque Multirama, que na minha infância sempre foi uma referência de bons momentos, já não consegue passar a mesma ideia para a geração de hoje devido aos brinquedos ultrapassados. Além disso, um local que é feito para as crianças se divertirem no mês de férias, que é um dos momentos que elas mais têm tempo disponível com a família, infelizmente o parque não estará aberto”, diz Luana.

De acordo com a assessoria do parque, em julho de 2016 cerca de 20 mil pessoas visitaram o local, movimentando R$ 237 mil. No mesmo período do ano passado, antes do acidente que feriu 13 pessoas no brinquedo Twister, que sofreu uma pane, a mesma quantidade de pessoas visitaram o parque e, somente no dia do ocorrido, seis mil clientes estavam no local.

A reforma que foi completa no final de 2012 buscava integrar os parque Mutirama, Botafogo e Vila Nova, além da construção de uma plataforma sobre a Marginal Botafogo. A obra teve um orçamento de R$ 49 milhões e meio.

Regiane Faustino Novaes, vendedora, tem um irmão de 4 anos e não sabia que o Mutirama não funcionaria neste mês de férias. “Aqui em Goiânia não conheço muitos outros pontos de diversão que eu poça levar ele (irmão). A opção é levar ele em shopping e ver outras atrações na internet, mas eu estava pensando levá-lo no parque, que infelizmente estava fechado. É uma total falta de planejamento, período de férias, não existem parques e clubes fechados. É um tiro no pé”, pontua Regiane. (*Raunner Vinicius Soares é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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