Destaque em Ensino e Pesquisa coloca UFG em ranking internacional

“Esse tipo de resultado não é construído de uma hora para outra”, diz reitora da UFG sobre 42ª posição em ranking internacional

Postado em: 15-07-2023 às 08h44
Por: Ronilma Pinheiro
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Este é o quinto ano consecutivo em que a UFG alcança o top 50 desta lista | Fotos: Divulgação

A Universidade Federal de Goiás (UFG) está entre as melhores universidades da América Latina. Segundo o ranking 2023 da Times Higher Education (THE), a unidade de ensino superior ocupa a 42ª posição. Este é o quinto ano consecutivo em que a UFG alcança o top 50 desta lista, faixa que ocupou pela primeira vez em 2019. Neste ano, foram classificadas 197 instituições de 15 países da América Latina, frente a 13 no ano passado. 

Para a reitora da UFG e jornalista Angelita Pereira de Lima, esta posição representa o reconhecimento do trabalho que vem sendo desenvolvido ao longo dos anos pela universidade. “Esse tipo de resultado não é construído de uma hora para outra. É um trabalho de décadas, dos nossos pesquisadores, docentes, discentes, egressos, diretores e técnicos. O nosso objetivo enquanto instituição de ensino não é ficar bem posicionado em rankings, mas melhorar cada vez mais a qualidade do ensino e da pesquisa que fazemos”, explica a reitora.

O método de classificação da THE compila 13 indicadores de desempenho agrupados em cinco áreas com pesos diferentes e são baseados no World University Rankings, da mesma organização. São eles: ensino (36%); pesquisa (34%); citações (20%); perspectiva internacional (7,5%); e receita advinda da indústria (2,5%). A nota global é composta por esses quesitos, que estabelecem a posição geral no ranking.

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Este ano, a UFG registrou crescimento em relação à edição anterior em dois dos principais aspectos, que representam mais de 50% da nota: ensino e citações. De acordo com a reitora, isso ocorre porque um dos compromissos da gestão é melhorar cada vez mais a qualidade do ensino oferecido aos estudantes. “As citações em publicações acadêmico-científicas são provenientes do avanço das pesquisas ao longo dos anos. Há grupos de pesquisas com mais de 20 anos de existência”, destaca Angelita.

Em relação ao ensino, indicador que avalia o comprometimento da universidade com a formação de acadêmicos, a quantidade de estudantes inscritos em programas de pesquisa e de alunos matriculados na pós-graduação, a nota foi 69,1. E em 2022, esse número foi de 68,4.

Já no quesito citações, a nota saiu de 48,1 para 51,9. Este critério de avaliação mensura a influência de pesquisas realizadas nas universidades compilando o número médio de vezes que um trabalho publicado é citado por acadêmicos no mundo inteiro.

Investimento em pesquisa e extensão

Ao ser questionada sobre os investimentos em pesquisa e extensão, Angelita disse que o orçamento destinado às universidades federais são voltados para custeio de  despesas correntes como água, luz, limpeza, segurança, manutenção predial, de material para laboratório – seja de pesquisa ou de ensino – material de manutenção e almoxarifado. Também são voltados para o custeio de capital ou de investimento, que são para aquisição de equipamentos e obras na universidade, além das bolsas de permanência e assistência estudantil. 

“Dentro do que recebemos e apesar de todas as limitações orçamentárias dos últimos anos, a UFG promove ambientes acadêmicos complexos e sofisticados para a realização de pesquisas, bem como, desenvolve projetos de extensão de grande impacto”, detalha a reitora. 

Atualmente a universidade conta com 3.074 projetos de pesquisa em andamento, 284 grupos de pesquisa cadastrados e certificados no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e 194 bolsistas de produtividade em pesquisa e desenvolvimento tecnológico. Em relação ao campo da extensão, são 2.240 ações em andamento, envolvendo 24.258 discentes de graduação, e atendendo a 173  municípios em todo o País, segundo informou Angelita.

“As universidades públicas são as maiores produtoras de pesquisa científica no Brasil e a UFG tem atuado fortemente, também, na captação de recursos por meio de convênios e parcerias com instituições e agências de financiamento com finalidade específica para essas pesquisas”, destaca a reitora.

Ranking mundial

Na classificação World University Rankings 2023 da THE, divulgada em 2022, a UFG foi ranqueada pela sétima vez, surgindo na posição mundial 1.201-1.500. O destaque ficou por conta da área de Educação, listada entre as 600 melhores do mundo. 

Também se sobressaíram as áreas de Clínica e Saúde, Ciências Sociais e Ciências da Computação, que figuram entre as 800 melhores. Nacionalmente, a Universidade conquistou a 24ª colocação entre 73 instituições de ensino superior (IES) brasileiras participantes.

Sobre a UFG

A UFG é uma instituição de ensino, pesquisa e extensão e ao longo dos seus mais de 60 anos de história, diversificou e ampliou sua atuação. Além da graduação, atua na Educação Básica, e ainda oferece cursos de pós-graduação stricto sensu entre mestrados, doutorados e mestrados profissionais. Além disso, a universidade acumula grandes conquistas científicas.

Entre as décadas de 1950 e 1970 o professor Joffre Marcondes Rezende, em pesquisa realizada com o professor Anis Rassi, descobriu que a doença de Chagas causava alterações anatômicas no esôfago. A partir disso, criou a classificação de megaesôfago usada como referência em âmbito nacional, na qual está descrita a relação entre o comprometimento do órgão e a repercussão clínica. 

O professor Joaquim Caetano Netto e uma equipe de professores do atual Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP/UFG) publicaram em 1973 um artigo sobre a evolução do estado endêmico para o epidêmico do surto de meningite meningocócica em Goiás. A pesquisa apresenta dados coletados no Hospital Oswaldo Cruz, no período de outubro de 1970 a junho de 1973. 

Em 2004, a dissertação de mestrado da professora da Faculdade de Farmácia, Valéria Christina de Rezende Feres, tratou dos sorotipos dos vírus da dengue encontrados em Goiás. Os resultados do trabalho levaram a professora a desenvolver uma pesquisa sobre a epidemiologia molecular do vírus da dengue DENV-3 em Goiânia. As contribuições da pesquisa são importantes para os avanços na descoberta de uma vacina contra a doença. 

Em janeiro de 2013, a professora Cecília Czepak, da Escola de Agronomia UFG, e estudantes da disciplina de Manejo Integrado de Pragas identificaram, pela primeira vez no estado de Goiás, a presença da lagarta Helicoverpa armígera, em plantações de soja. A identificação da espécie foi importante para a proposta de enfrentamento da praga, feita pela Escola de Agronomia, Ministério da Agricultura, Secretaria Estadual da Agricultura, Embrapa e Agrodefesa.

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